Do Música para Acampamentos (1985-1992):
Daniel Na Cova Dos Leões 
Aquele gosto amargo do teu corpo 
Ficou na minha boca por mais tempo: 
De amargo e então salgado ficou doce, 
Assim que o teu cheiro forte e lento 
Fez casa nos meus braços e ainda leve 
E forte e cego e tenso fez saber 
Que ainda era muito e muito pouco. 
Faço nosso o meu segredo mais sincero 
E desafio o instinto dissonante. 
A insegurança não me ataca quando erro 
E o teu momento passa a ser o meu instante. 
E o teu medo de ter medo de ter medo 
Não faz da minha força confusão: 
Teu corpo é meu espelho e em ti navego 
E sei que tua correnteza não tem direção. 
Mas, tão certo quanto o erro de ser barco 
A motor e insistir em usar os remos, 
É o mal que a água faz quando se afoga 
E o salva-vidas não esta lá porque não vemos. 
 
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