O Anjo passando apressado por entre meus lábios. "Você está usando óculos"? A piscadela significativa antes de sair de mim. O sinal se abre, grito-lhe. Esforço inútil. Longe se vai, na roda da caminhonete, deixando pelo caminho fósseis trazidos do Museu Nacional. Da porta de casa até o parque fui cantando moléculas de monóxido de carbono. Meu coração seco para bater relva, seco para sentir a miligrama do néctar dos Deuses. Oh, que lábios! Que rosada boca carnuda! Perfeita se tivesse sido a do Anjo que nos observava de longe, reprovando a avidez com que me entregava à turquesa gramínea esturricada de seca pelo sol de setembro.
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