Não sei contar uma mentira grande, mas um mentirinha, eu consigo. Principalmente quando se trata de uma meia verdade. Consegui um dia de folga. Disse ao meu povo que ia à Secretaria de Educação fazer minha inscrição para contrato temporário. Eu só não disse, onde eu ia depois. Vou passar o dia todo sem respirar pólens de margaridas e girassóis. Em compensação, tenho um apartamento imundo de abandonado para faxinar. (Eu me ofereci para limpá-lo, mesmo o Naz tendo me pedido para que não me preocupasse com a bagunça, que ia chamar um diarista, etc.) Pela poeira, pelo lodo na privada e as quimbas de cigarro no chão, aposto sem medo de perder que o apartamento estava mais de um ano abandonado. Não pretendo chamá-lo novamente de lar. Até porque, o Dr. está em treinamento. É provissória essa história tirar o colchão da cama e jogá-lo no chão. Vamos fazer barulho do mesmo jeito. Até porque, ele continua o mesmo impaciente de antes. Não acredito que só porque ele mandou instalar a linha telefônica, levou a geladeira que desde nossa época de ouro, roncava mais que ele, para o conserto que vamos finalmente nos entender. Ele é incapaz de montar meu quebra-cabeça da forma que me proporcionaria prazer absoluto. E eu não tenho mais paciência de explicar-lhe que agindo assim no outro dia estou imprestável. Talvez, ele seja mesmo um garanhão, e precise de um haras para saciar suas fantasias. A pizza chegou. Amanhã continuo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário