27 de abr. de 2010
Dulcissima Maria
Encanta-me sua capacidade de remover os excessos originais. Verdadeiramente, uma canção de ninar galalaus chantagistas com uma catarse ao final, identificada em um outro lugar, como se fosse uma brincadeira de ouvinte e artista. Nos seus últimos minutos, pode-se visualizar claramente os padrinhos subindo ao altar assinando o livro; os flashes das câmeras nervosas de fotógrafos amadores, celulares de profissionais, furo jornalístico, o beijo nem-nos-lembravámos-o-sabor-dos-seus-lábios, a lágrima a borrar o rímel. Olha para cima, madrinha. Olhe a handycam. O bebê no colo do pai, não o deixa acender o cigarro. Este insiste na transgressão (és más fuerte que yo), aquele não encontra consolo no ombro paterno. Eles se entendem. A mão pesada vence. Ninguém os observa. A mãe do noivo é soberana absoluta. Simples majestade. A nobreza nos envolve no mais sincero que há no mundo. Por que tinha de ser assim? A felicidade entra por uma fresta sem que percebamos, sempre depois das 16h.
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