Acabo de ler no Yahoo! Notícias que o Grupo Pão de Açucar vai premiar o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima (n. 1969) com o prêmio de duzentos mil reais reservado caso ele trouxesse a medalha de ouro para o Brasil. Pode-se, assim, dizer que esse bronze vale ouro. O patrocinador brasileiro assumiu seu lado alquimista: transformou bronze em ouro. Compensou o bronze? Me pergunto se o que motiva o desportista são os prêmios. Ou quais os valores que estariam implícitos na busca de uma premiação? Eu particulamente nunca me imaginei "ganhando" um B.O.N (se é que aquilo pode ser chamado de prêmio.) Não vivo (escrevo) por recompensas. Vivo por gratidão. Escrevo por desejo em aprender a escrever. Cíclico. E haverá sempre algo por aprender, mesmo sendo muito complicado respirar esse ar de sangrar o nariz. Sem lamentos, como nos ensinou o maratonista. Sem choro, como nos ensinou a ginasta. Sem prêmios, porque a motivação componente do oxigênio das minhas artérias vale por si só; motivação que especula:
E se o maratonista fosse estadunidense?
E se tivesse ocorrido uma fatalidade?
E se fosse no cu de um jornalista?
(Há meses deixei de trabalhar com fatos para me dedicar a ficção, porque o risco é o que me interessa. O risco do croqui, o risco na folha pautada, o risco de viver.
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