22 de out. de 2004

A Descoberta do Mundo passa antes pela curva dos olhos azuis puros galáxios. Eles me perseguiam, me filmavam, me observavam atentamente. Kate, importada porcelana para me fazer duvidar das minhas verdades. Mulher, angorá, jaguatirica, leoparda, suçuarana, Lince (canadense?), onça de unhas pintadas de rosa claro, leoa, tigresa siberiana (tomarei aulas do seu russo imergido em tonéis de vodca) . Ela com olhar fixo, compenetrado nos meus movimentos. Meu plug parcialmente solto. Olhava mesmo, desavergonhadamente, como se fosse deleite de efebo o marulho dos rastos de condensação que eu desferia na boca do caçador de nuvens.
Levantai-me bem vagabundo, perfumado à salsa, em direção a gatinha-tigresa. Procurei seus lábios para lhe mostrar o que eu acabara de aprender. Cumuloninbos estralando pela minha laringe fora sua resposta ao meu atrevimento. Ensinar o quê? Sou todo aprendizagem, aprendiz à margem.
Acorda do sonho leitor! Não estou aqui para fazer ninguém viagar na imaginação libidinosa do iniciante. Quero-me todo metaliteratura. Sou entusiasta apaixonado pelo pêlos que vão além (meta), além da meta. Transpassar. Projéteis a atravessar corpos de rígida moral. Transpor. Frases a nos enviar ao complemento do sentido. Não me pergunte, leitor, de onde me veio esse quadro (?). Simplesmente, abro o editor e me ponho a digitar aleatoriamente sem me permiter a resposta das minhas sinapses. Cansei-me ! Volto mais tarde, para corrigir os erros (invisíveis enquanto escrevo). Aproveito o intervalo cheio de vazios para... Pára de para, Pará! Para arrebentar a cara do idiota que fica lendo enquando escrevo. Se ele não recebeu educação em casa, irá recebê-la aqui na loja. Não passei meses me torturando numa sala de enferrujados aparelhos à toa. Aos poucos, passo a adotar o argumento da força, também.


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