Nossos caminhos se cruzam todos os dias. Ela segue apressada em direção ao banco, enquanto eu, vou ao supermercado comprar pães. Sou apaixonado pelo tom loiro dos seus cílios. Ela ajeita o penteado. Eu grito de fome. Ela me conhece e me reconheceria, até mesmo carbonizado, na necropsia do IML. Ela perguntaria ao agente sobre meus pertences, na esperança de reaver um cordão que um dia ficou perdido no chão do banheiro. Ela ainda bebe um copo d'água, assim que acorda, e come uma maçã, enquanto folheia o NYT. A mesma rotina, como se compartilhássemos os mesmos objetivos. Se ela vier me beijar, não vou virar o rosto novamente. Será sexo, precedido de um jantar. Sem perguntar porquê.
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