O que tenho a dizer sobre a XV Feira Internacional do Livro de Havana (XV FILH 2006)
Olha só como resgato uma informação, diário: Qual é mesmo o nome daquele escritor cubano renegado pelo regime?Filmaram suas... confissões? O protagonista do filme foi indicado ao Oscar de melhor ator... ele era espanhol... Huevos de Oro. Bigas Luna... O telefone tocou. Realizei uma venda. Não me pergunte para entregar onde, pois já me esqueci. Quando voltei ao editor de texto, já tinha um nome: janvier. Pesquisa no Google. Nome de semana?! (Segunda-feira em francês, Márcio! Paris ainda povoa teu inconsciente? Safado! Que decepção!) Nenhuma referência à cinema. Respiro fundo. O movimento dos meus olhos demostram que estou tentando me lembrar de alguma coisa. Ah! Ele foi o protagonista de Carne Trêmula. No quinto link, seu nome: Javier Barden (rabiêre báredêm, rabiêre báredêm, rabiêre báredêm, rabiêre báredêm, rabiêre báredêm, rabiêre báredêm, rabiêre báredêm, rabiêre báredêm, rabiêre báredêm, rabiêre báredêm). Volto ao Google. Nova pesquisa: Javier Barden. Pesquisa avançada. Espanhol. Teria ganhado tempo, se tivesse pesquisado logo quando me veio "Huevos de Oro". Pára de se lamentar, que te sirva de experiência para acreditar na tua intuição. Ele clicou no primeiro link, sem se importar com o que se abriria. Droga! Volto à página anterior. Quarto link. Comercial demais. Achei! "Antes que Anochezca (Before night falls, 2000)". Página demorando a carregar. Reinaldo Arenas. Google. R e i n a l d o A r e n a s. Eita! REYnaldo Arenas.
Percebi um certo estigma, por trás das "reportagens" e "resenhas". Porque ressaltar SOMENTE o sofrimento e as dificuldades? Até parece que só as minorias são perseguidas. Senti também certo folclore sobre a prática sexual. Se as mamães não encontram escondido nos pertences dos seus filhinhos objetos simulacros de vagina, assim como os agentes de polícia dizem encontrar na casa de homossexuais executados vibradores e chicotes, ora é porque seus filhinhos, mamães, não encontram algo que pudesse substituir uma boceta. Até porque, conformamo-nos resignados com a mão macia, a bananeira fria, a cabra fedida. Aliás, leitora, permita-me esta digressão: quando minha psicóloga criticou a avidez com que as minorias sexuais (ficou bem melhor!) copulam, não consegui replicar-lhe. Apenas um sentimento me dizia: ela não tem razão. Eu sentia dentro de mim seu ranço estereotipado, fustigando minha auto-estima. Hoje, tenho gana de bater na porta do consultório dela. Doutora, a senhora já testemunhou o desembarque, na Base Aérea de Brasília, ou em qualquer outra Base, de algum pelotão do Exército oriundo de missões internacionais? Não?! Nossa! Estou surpreso, tratando-se de uma consultora da ONU. Os casais se cumprimentam de um jeito tão familiar. Gritam, pulam, se jogam para cima, se abraçam (e não se soltam), se beijam de deixar a língua aparecer. Indiscrição total. Se fosse permitido arrancariam a roupa por ali mesmo. Perdem para a recepção feita pelo labrador quando o dono vai buscá-lo no hotel (nem sei se hotéis para cães podem ser chamados de hotéis), após as férias no litoral norte daquela ilha no Pacífico. Na hora do coito. Jesus! A ponto de nos esquecer que somos feito de carne. O desejo é tão intenso que anestesia tudo. Não há dor no prazer. Se as minorias comportam-se com voracidade, especulo eu, permita-me, Doutora, seria vontade sinceramente contida. Vontade de estar lá, participando da Feira, na condição de observador, apesar da arbitrariedade (peixe duro, este, danado de rasgar). Eu sou feliz, o que não que dizer que esteja satisfeito. Quanto mais me repreendem, veladamente, mais forte me sinto.
P.S.: Reconheço a irrelevância da minha opinião. Cumpro apenas meu dever.
finalmente cumpri minha promessa a mim mesmo e fiz uma pequena indicação pro seu blog lá no Ponto Cego.
ResponderExcluirAbração