Nem acredito... A borracha, o lápis, a caneta e a folha A4 cumprimentam-nos (me) pela tentativa. Oxalá! Dez para meia-noite e a criança mentia surdamente para aquele que nomeio momentaneamente de Almir. Disseram que quando a "coisa" pega fogo você joga água fria. Boricada, meu bem, para acalmar as veias. Teu desintupidor de ouvido me afoga em sensações extrasensoriais. Ele ri. Aqui faz frio. O ranger de dentes nos denunciam. Pudera. Provaria todo néctar abençoado se seus afagos fossem desalinizados. Meu túnel privado não te levará a lugar nenhum. Falta-me (nos) coragem. Alguém me empresta um isqueiro. Preciso queimar as duplicatas que nos restam. Almir era só gargalhadas. Tem alguém nos escutando: Maurício. Ele disse te conhecer. O amarelo-roxo. Lembrei-me. Manda um beijo para ele, mas... Não mando porra nenhuma. Ciúmes. Te parto em bandas, melão e cia. Agora era minha vez: ri da ameaça. Não é porque suas mãos são ásperas e por você dominar técnicas israelenses que pode falar assim comigo. Cala, vagabunda. Sei como você gosta de ser tratada. Desliguei o telefone. Interrompi por tempo indeterminado a ligação. Celular lançado na lixeira mais próxima, mas há sempre um msn para nos (me) denunciar. Ele me encontrou on line, minutos após. Liga a webcam. Mostra-me a língua curtida de tantas chupetas mal sucedidas. Almir se assustou com os hematomas. Quem te fez isso? Cínico. Do outro lado, a webcam mostrava seu sorriso diabolocamente sarcástico. Prefiro esquecer a frustação e tentar tudo de novo. Em quanto tempo você estará aqui? Manda uma viatura me buscar. Quem sabe, não termino de revisar os processos antes dos capatazes chegarem. Eu mesmo, pessoalmente, irei te buscar. Acorda do sonho, garoto. Ele não vem. Promessas são beijos secos de tão barulhentos. Fui dormir com a sensação de que algo me queimava por dentro. Eram fluídos e eu (nós) sentia (íamos) a imensa necessidade de traduzir as vontade verdadeira do herói enjaulado. Dormi um sonho conturbado. Caminhar aquela hora da madrugada seria uma desculpa se não fosse realmente uma imensa necessidade. Almir, mata aula amanhã. Eu mato o serviço. Seremos homicidas em cima da cama fazendo do proibido o amor que guardamos por meses até nos encontrar. Me liga daqui a pouco. A rua está pesada. Entra no msn. Estou me sentindo tão só. Preciso dos seus pés a me percorrer a espinha. quando ele quer, consegue ser extremamente persuasivo, diário ausente. Isso é um pedido ou uma ordem, Almir? Você que sabe, depois não reclame das consequências. Almir só queria assistir ao último streap tease da miss gay, veados mal montados. Foi fácil. Porque a frieza gatinha, não tem ninguém aqui na sala. Acreditar seria mentir par amim mesmo. Tirei a camisa e me exibi desavergonhamente numa sala de estar mal iluminada. Você me ama? Quem está falando de amor, cacete. Sabão, sabonete e detergente para essa sua boca porca. Terá que escovar muito bem seus brancos dentes alinhados antes de procurar me entorpecer com suas carícias. Preciso ir dormir, Al-MIR. E meu colo não te serviria me travesseiro. Melhor não confiar. rottweileres não tem senso de humor. Tentativa salada de agrião: e o jogo, amor, quem venceu? Que me importa o futebol, quando posso chutar a gol na sua marca de penalti. Ah, Almir, você me lembra um menino quando gosta de mostrar-se machinho. Corinthians venceu o Inter por 2 a 0. Meu silêncio emudeceu as avencas. E agora? -- pensei. Você havia apostado? Aguentar aporrinhações. Não. Aposto naquilo que não acredito, mas mesmo assim arrisco a provar. A minha parte estou fazendo. Se não ser certo, ao menos terei uma história para contar, a quem quer que seja.
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