Desnecessário dizer o óbvio. Há meses, a vontade de atualizar esse blog, meu diário virtual, nosso DiCla, se esvai por entre um emaranhado de fios wi-fi. De fato, jamais pude ser considerado um autêntico blogueiro. O que tenho esperado, afinal? Voltar a nevar no Saara? (Nunca responda uma pergunta com outra pergunta, pq talvez inexista qualquer forma de questionamento.) Os solitários do deserto com suas rosas e juncos ou suas tâmaras e damascos me constipam as idéias. Sabe, leitora, aquele medo recorrente, mencionado anteontem, me sonda às vezes. Medo de não conseguir mais escrever. Mais do que medo de me faltar as palavras, tenho eu de desaprender a reagrupá-las em conjuntos vazios e unitários. Ouço o eco, mas não reconheço minha voz. O frio que fazia em Davos congelava meus neurostransmissores. E só agora me lembro do concurso. Concorrentes psicanalíticos. Professores. Poetas. Quanto mais recifes de corais encontro no fundo desse nosso oceano aprissionado, mais saborosa a água turva se torna. Deleite. Prazer. Esbórnia. E nós que achávamos que esse oceano era o Pacífico. Fotografias aéreas são brinquedos nas mãos de crianças. E, definitivamente, não preciso mais dos lápis azuis.
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