29 de maio. quinta-feira. 22h37. Dois rapazes debaixo da árvore se beijando. Um, soluçava sem parar. Outro, beijava-lhe o pesçoco. Aquele, dizia constrangido: "Só tomei duas cervejas e me deu... ic... ic... Os beijos rasos, quase sem abrir a boca, senhas que o esfrega não passaria daquilo, apenas um contato onde corpos nus não se encaixariam. Vamos para um lugar mais reservado? Sem resposta. A mão que acariciava a nuca, era a mesma que empurraria para baixo a cabeça em direção ao desejado desconhecido. Ali se começou o jogo. Esse aqui é melhorado. E eu não sou desses que ele está pensando. Cheirava-lhe a intimidade como se estivesse cheirando-lhe o pescoço. Mordia-lhe levemente a pele, o perigo no risco lhes embriagava. O jogo prossegue. Usava-se de estranhas estratégias. A língua, uma aliada. Não faria o que ele queria. Abraços e beijos são insuficientes quando se quer mostrar ao outro sua inocência. Antes tivéssemos ido procurar por soldados no setor militar urbano, diário. (Você é sozinho, né? Perguntara-nos o tenente, lembra? Lembro-me e não consigo esquecer.) Lá, por qualquer latinha de cerveja, os rapazes da ronda teriam me cegado, primeira na frente (Não baba!), depois por atrás (Você está limpo?), depois simultaneamente. Dois, três, dez, quinze. O arrependimento. Droga! O que eu estou fazendo aqui. Ele está pagando quanto? Cinqüenta. Eu pedindo forças a Deus para que agüentasse por mais alguns minutos que somariam horas do nascer do sol. O silêncio, o respeito, a rapidez, o nunca chegar ao fim. Você também vai? O soldado riu. Na próxima. Quer que te leve para casa? Adoraria. Muita gentileza tua. O chucro a me conduzir de volta para casa. Vamos subir?
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