V. Mendes,
Como havia lhe comunicado, em setembro do ano passado, chamei sua irmã para fazer um acordo. Eu não queria mais trabalhar na empresa de vocês. Ela riu, não sei se foi de felicidade, ou de nervosismo. Perguntou-me se eu já tinha algo em vista. Disse-lhe que não.
No momento preocupava-me somente no meu estado de saúde. "Preciso marcar uma consulta com o pneumologista". Soubemos depois do que se tratava: pneunomia. Foram seis semanas no HRAN. Graças a Deus, a Jesus, o Médico dos médicos, estou aqui totalmente curado, sem seqüelas, escrevendo-lhe.
Minha tosse persistia, estava por completar aniversário de dois meses, preocupava a todos. Perdi o apetite. Emagreci. Não sentia dor alguma, apenas fraqueza e ao mesmo tempo disposição. Vontade. Em parte, por causa da ritalina. (Mais tarde soube através do psiquiatra que me atendeu no HRAN que a dose que o meu herbiatra estava me receitando era muita acima do recomendando. O correto seria no máximo três comprimidos por dia, eu estava tomando seis.) Em parte, por causa da densa atmosfera na qual tentava respirar.
Cumpri meu aviso prévio rigoramente, pois afinal tinha responsabilidades. Havia acabado de chegar a notificação dos lacres a serem entregues na Secretaria da Fazenda do Distrito Federal e a Ele (que morre de medo dos auditores fiscais), não sabia, nem saberia por onde começar. Eu havia sido designado para tomar conta da destinação dos lacres. Isso muito depois de quase mais da metade já terem sido utilizados.
A Esse vinha me fritando há oito meses, segundo Ce. Sabotando meu serviço. Exigindo da Ele, todos os dias, que eu fosse mandado embora. Eu era o pomo de discórdia entre elas. A Ele com dó ou pena de mim, não tinha coragem, mas me deixava inseguro. Broncas e mais broncas. A mulher não tem tato para lidar com as pessoas. O Ce me defendia, até pelo fato de eu ser o primeiro a chegar e o último a sair. Entretanto, morreria se continuasse na companhia deles.
Inclusive, numa ocasião a Ele chegou a me dizer que eu havia me tornado motivo de chacota para funcionários, colegas, parceiros, colaboradores e clientes, porque ligava para parceiros ou para os fiscais afim de esclarecer alguma dúvida, ou perguntar sobre algum procedimento. Desculpe-me o palavrão: veado era o nome mais bonito que eu ouvia ali. Claro que, jamais direcionado diretamente a mim. Somente brincadeirinhas. O ASSÉDIO MORAL minava minhas reservas. A HOMOFOBIA de todos me assustava.
Cito um exemplo do ASSÉDIO MORAL VIVIDO: um documento que havia chegado por AR e assinado por mim, sumiu da pasta do cliente que se encontrava no escaninho da minha mesa.
A Ele quando soube que o documento havia chegado, perguntou-me imediatamente pelo processo. Disse que não estava pronto pq faltava o dito cujo. Ela apenas me disse que a parceria dissera que o AR estava assinado por mim e que o documento havia chegado na empresa. Procure-o. Encontre-o. Você o perdeu?(no meio da sua desorganização) Ela me esculachou diante TODOS seus funcionários, antes de simplesmente solicitar por um novo. Ela precisa mostrar seu poder e sua autoridade. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Nesse momento, lembrei-me do meu avô: "Um dia é da caça, outro do caçador", lembrei-me da nossa amizade, lembrei-me dos seus pais, se não fosse por isso, teria sucumbindo, como qualquer outro ali no meu lugar. Nervos de aço, carne de pescoço. Engoli seco e toquei o gado.
Semanas após, A ele e a esse voltaram a discutir violentamente Motivo: Ce, salários, quem recebe mais. Esta reagiu energicamente como seria de se esperar; aquela depois de muito gritar subiu as escadas pisando duro, bufando, pegou a bolsa, a chave do carro e disse-me: Adeus. Saiu batendo violentamente a porta, sem se importar com o fato dela ser de vidro, ou não. Para em seguida voltar e jogar o NEXTEL em cima da minha mesa.
" Ops! Desculpa."
Nesse momento, a Ele já havia subido as escadas e topou com ela. Olharam-se. Viram-se as costas.
Passado uns vinte minutos, a Ele sobe novamente e começa a mexer na mesa da Esse, como se estivesse tentando encontra-se no meio de tantos papéis que para ela não fazia sentido algum. E me disse: agora é definitivo. A Esse não volta mais. Como eu sabia fazer serviço dela, o qual também desempenhava na sua ausência, pedi licença a Ele e fui descontruir o caos.
Quando... O que encontro? Você não vai acreditar. A Ele não acreditou. Eu não acreditei. Com o papel na minha mão, não acreditei. O documento que havia sumido da pasta do cliente que se encontrava no escaninho da minha mesa, tremulava na minha mão. Mostrei para a Ele Olha só o que achei, NA MESA DA Esse, DEBAIXO DE TODOS OS PAPÉIS. Ela não disse nada. A prova do ASSÉDIO MORAL que eu havia sofrido estava nas minhas mãos. Safadeza de quem? Burrice de quem?
Passado alguns dias. A Esse voltou. A Ele não consegue sem ela. Eu cumpri até o dia trinta e um de outubro meu aviso-prévio. Perdia meu emprego. Fora obrigado a pedir demissão. Recebi apenas meu salário de outubro, no final de novembro. Minhas férias vencidas. Ninguém tocou no assunto. Minha carteira não estava assinada e a Ele havia (alertado) dito que não costumava assinar carteira de trabalho de ninguém. Até a presente data só consegui receber duzentos e cinqüenta reais.
Estou de licença médica de sessenta dias, sem poder receber o auxílio-doença. Pedido da perícia indeferido por falta de contribuição social. E os anos que você lecionou na rede pública? A Secretaria da Educação do Distrito Federal descontou o imposto no meu contra-cheque, mas não repassou para INSS. Nem meu PIS havia na Previdência. No sistema da Secretaria, consta apenas cinco, dos dezoito meses que trabalhei de contrato-temporário. Além dos meus contra-cheques querem a espelho dos contra-cheques emitidos pela Secretaria de Educação, sem contar a solicitação do último mês de contribuição. Não houve contribuição. A empresa não assinou carteira, lembra? Há os recibos que assinei, porém aos serem solicitados, fui informado que não poderiam serem entregues porque poderiam ser interpretados como se eu houvesse trabalhado sem carteira assinada.
Qual a atitude deveria tomar? Temo por represálias, caso leve a empresa na Delegacia do Trabalho, sendo filha de quem é. A Ele veladamente nos ameaçou diversas vezes. Mencionou seu poder. As arbuitrariedades da Polícia Civil, como em qualquer cidade de um país onde não se respeita a Declaração UNiversal do Direitos Humanos. Ela se sente acima da Lei, sendo filha de quem é. Ela se coloca acima da Lei, de tudo e de todos. Eu sei que jamais aconteceria algo. Conheço a idoneidade da sua família, a sua principalmente, o que serve de aval a tudo e me tranqüiliza.
Fico triste porque no final da história a Esse venceu. Ela está lá trabalhando, engordando às custas da empresa que seu pai montou para sua irmã, supondo que no futuro, quando a Ele torna-se uma delegada de polícia federal ela se tornará a dona da empresa. Reconheço seus serviços prestados, mas elas não podem brincar de empresárias. Muitas vezes foi o que testemunhei ali. Piadinhas pelo MSN. Nenhuma das duas tem perfil empresarial. Querem ganhar dinheiro sem fazer esforço. Querem trabalhar seis horas por dias com salário de cinqüenta mil por mês. Isso é vida de pensionista. Vão arrumar um bom casamento. Para isso, precisam pelo menos emagrecer. Somente viúva de militar que perdeu o filho em combate vive assim.
Contudo, não pretendo fazer nada, em nome da nossa amizade. Dessa experiência, levo apenas o aprendizado. Aprendi a sobreviver num ambiente hostil. Estou orgulhoso de mim mesmo. Preparado para a próxima aventura. Seja onde for. Seja com quem for.
Como havia lhe comunicado, em setembro do ano passado, chamei sua irmã para fazer um acordo. Eu não queria mais trabalhar na empresa de vocês. Ela riu, não sei se foi de felicidade, ou de nervosismo. Perguntou-me se eu já tinha algo em vista. Disse-lhe que não.
No momento preocupava-me somente no meu estado de saúde. "Preciso marcar uma consulta com o pneumologista". Soubemos depois do que se tratava: pneunomia. Foram seis semanas no HRAN. Graças a Deus, a Jesus, o Médico dos médicos, estou aqui totalmente curado, sem seqüelas, escrevendo-lhe.
Minha tosse persistia, estava por completar aniversário de dois meses, preocupava a todos. Perdi o apetite. Emagreci. Não sentia dor alguma, apenas fraqueza e ao mesmo tempo disposição. Vontade. Em parte, por causa da ritalina. (Mais tarde soube através do psiquiatra que me atendeu no HRAN que a dose que o meu herbiatra estava me receitando era muita acima do recomendando. O correto seria no máximo três comprimidos por dia, eu estava tomando seis.) Em parte, por causa da densa atmosfera na qual tentava respirar.
Cumpri meu aviso prévio rigoramente, pois afinal tinha responsabilidades. Havia acabado de chegar a notificação dos lacres a serem entregues na Secretaria da Fazenda do Distrito Federal e a Ele (que morre de medo dos auditores fiscais), não sabia, nem saberia por onde começar. Eu havia sido designado para tomar conta da destinação dos lacres. Isso muito depois de quase mais da metade já terem sido utilizados.
A Esse vinha me fritando há oito meses, segundo Ce. Sabotando meu serviço. Exigindo da Ele, todos os dias, que eu fosse mandado embora. Eu era o pomo de discórdia entre elas. A Ele com dó ou pena de mim, não tinha coragem, mas me deixava inseguro. Broncas e mais broncas. A mulher não tem tato para lidar com as pessoas. O Ce me defendia, até pelo fato de eu ser o primeiro a chegar e o último a sair. Entretanto, morreria se continuasse na companhia deles.
Inclusive, numa ocasião a Ele chegou a me dizer que eu havia me tornado motivo de chacota para funcionários, colegas, parceiros, colaboradores e clientes, porque ligava para parceiros ou para os fiscais afim de esclarecer alguma dúvida, ou perguntar sobre algum procedimento. Desculpe-me o palavrão: veado era o nome mais bonito que eu ouvia ali. Claro que, jamais direcionado diretamente a mim. Somente brincadeirinhas. O ASSÉDIO MORAL minava minhas reservas. A HOMOFOBIA de todos me assustava.
Cito um exemplo do ASSÉDIO MORAL VIVIDO: um documento que havia chegado por AR e assinado por mim, sumiu da pasta do cliente que se encontrava no escaninho da minha mesa.
A Ele quando soube que o documento havia chegado, perguntou-me imediatamente pelo processo. Disse que não estava pronto pq faltava o dito cujo. Ela apenas me disse que a parceria dissera que o AR estava assinado por mim e que o documento havia chegado na empresa. Procure-o. Encontre-o. Você o perdeu?(no meio da sua desorganização) Ela me esculachou diante TODOS seus funcionários, antes de simplesmente solicitar por um novo. Ela precisa mostrar seu poder e sua autoridade. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Nesse momento, lembrei-me do meu avô: "Um dia é da caça, outro do caçador", lembrei-me da nossa amizade, lembrei-me dos seus pais, se não fosse por isso, teria sucumbindo, como qualquer outro ali no meu lugar. Nervos de aço, carne de pescoço. Engoli seco e toquei o gado.
Semanas após, A ele e a esse voltaram a discutir violentamente Motivo: Ce, salários, quem recebe mais. Esta reagiu energicamente como seria de se esperar; aquela depois de muito gritar subiu as escadas pisando duro, bufando, pegou a bolsa, a chave do carro e disse-me: Adeus. Saiu batendo violentamente a porta, sem se importar com o fato dela ser de vidro, ou não. Para em seguida voltar e jogar o NEXTEL em cima da minha mesa.
" Ops! Desculpa."
Nesse momento, a Ele já havia subido as escadas e topou com ela. Olharam-se. Viram-se as costas.
Passado uns vinte minutos, a Ele sobe novamente e começa a mexer na mesa da Esse, como se estivesse tentando encontra-se no meio de tantos papéis que para ela não fazia sentido algum. E me disse: agora é definitivo. A Esse não volta mais. Como eu sabia fazer serviço dela, o qual também desempenhava na sua ausência, pedi licença a Ele e fui descontruir o caos.
Quando... O que encontro? Você não vai acreditar. A Ele não acreditou. Eu não acreditei. Com o papel na minha mão, não acreditei. O documento que havia sumido da pasta do cliente que se encontrava no escaninho da minha mesa, tremulava na minha mão. Mostrei para a Ele Olha só o que achei, NA MESA DA Esse, DEBAIXO DE TODOS OS PAPÉIS. Ela não disse nada. A prova do ASSÉDIO MORAL que eu havia sofrido estava nas minhas mãos. Safadeza de quem? Burrice de quem?
Passado alguns dias. A Esse voltou. A Ele não consegue sem ela. Eu cumpri até o dia trinta e um de outubro meu aviso-prévio. Perdia meu emprego. Fora obrigado a pedir demissão. Recebi apenas meu salário de outubro, no final de novembro. Minhas férias vencidas. Ninguém tocou no assunto. Minha carteira não estava assinada e a Ele havia (alertado) dito que não costumava assinar carteira de trabalho de ninguém. Até a presente data só consegui receber duzentos e cinqüenta reais.
Estou de licença médica de sessenta dias, sem poder receber o auxílio-doença. Pedido da perícia indeferido por falta de contribuição social. E os anos que você lecionou na rede pública? A Secretaria da Educação do Distrito Federal descontou o imposto no meu contra-cheque, mas não repassou para INSS. Nem meu PIS havia na Previdência. No sistema da Secretaria, consta apenas cinco, dos dezoito meses que trabalhei de contrato-temporário. Além dos meus contra-cheques querem a espelho dos contra-cheques emitidos pela Secretaria de Educação, sem contar a solicitação do último mês de contribuição. Não houve contribuição. A empresa não assinou carteira, lembra? Há os recibos que assinei, porém aos serem solicitados, fui informado que não poderiam serem entregues porque poderiam ser interpretados como se eu houvesse trabalhado sem carteira assinada.
Qual a atitude deveria tomar? Temo por represálias, caso leve a empresa na Delegacia do Trabalho, sendo filha de quem é. A Ele veladamente nos ameaçou diversas vezes. Mencionou seu poder. As arbuitrariedades da Polícia Civil, como em qualquer cidade de um país onde não se respeita a Declaração UNiversal do Direitos Humanos. Ela se sente acima da Lei, sendo filha de quem é. Ela se coloca acima da Lei, de tudo e de todos. Eu sei que jamais aconteceria algo. Conheço a idoneidade da sua família, a sua principalmente, o que serve de aval a tudo e me tranqüiliza.
Fico triste porque no final da história a Esse venceu. Ela está lá trabalhando, engordando às custas da empresa que seu pai montou para sua irmã, supondo que no futuro, quando a Ele torna-se uma delegada de polícia federal ela se tornará a dona da empresa. Reconheço seus serviços prestados, mas elas não podem brincar de empresárias. Muitas vezes foi o que testemunhei ali. Piadinhas pelo MSN. Nenhuma das duas tem perfil empresarial. Querem ganhar dinheiro sem fazer esforço. Querem trabalhar seis horas por dias com salário de cinqüenta mil por mês. Isso é vida de pensionista. Vão arrumar um bom casamento. Para isso, precisam pelo menos emagrecer. Somente viúva de militar que perdeu o filho em combate vive assim.
Contudo, não pretendo fazer nada, em nome da nossa amizade. Dessa experiência, levo apenas o aprendizado. Aprendi a sobreviver num ambiente hostil. Estou orgulhoso de mim mesmo. Preparado para a próxima aventura. Seja onde for. Seja com quem for.
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