19 de nov. de 2005
Bienvenue sur le site officiel de Charles Aznavour
As madeleines estavam crocantes. Pedi a tropa que não contasse nada a ninguém ao meu "patrão". Nem para ser eu. Eles não presenciaram o enólogo me explicando a diferença do r pronunciado em Paris do pronunciado em Nice. Em Paris é debaixo do queixo -- não precisava me tocar, já havia entendido o que ele queria. -- Na minha região é mais grutural. Porque eu fui dizer que entendia perfeitamente duas crianças conversando em francês. Admirado, surpreso, pronunciou fonemas entuberáceos. Ele inventa palavras em português. Arcaismo gauliscista. E a boca salivando começou a falar, a falar, a falar uma língua, que por milagre eu ainda compreendia. Quatro anos de terror e humilhação. Valeu a pena? Aprendi a aprender. A quanto tempo eu não conversava em francês? Meu sotaque é horrível, disse-lhe. "En fogeant que l'on devient forgeron." Tu parles plus vite, respondi-lhe. Foi a única frase que me lembrei. É malhando que se torna ferreiro, traduziu. Parles! E o medo dele me convidar para sair. Jantar. Ele se entusiasmou. Os seus olhos faiscavam esmeraldas. Fingi que não entendi a cantada. Ele riu. Poderemos ser amigos. Nada mais. Não estou disposto em saber se este francês conseguirá me atravessar do Oiapoque ao Chuí (não que percurso seja interessante.) As fronteiras continuam bem vigiadas, eu bem sei. Uma trepada não vale o risco. E quando o diplomata voltar à loja (Que seja breve, meu Santo Antônio) estaremos ouvindo Charles Aznavour, Edith Piaf e porque não, Manu Chao.
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Vc fala francês? rss
ResponderExcluirDescobri o motivo do seu blog não abrir pra mim: a lesa aqui acentuava o "a" da palavra "diÁrio".
Agora pode me chamar de mula que eu atendo.. argh!
Beijo, Marcinho!