Há um novo psicotrópico circulando pelas estradas desertas do Lago Sul.  Espero que tenha facilitado. Anfiteatro da  Conha acústica, 4h32 da madrugada, às margens do Lago Paranoá.  A dormência acompanhada de surtos  alucinatórios,  para depois desaguar na euforia dos campeões,  a impedia de distingüir os graves.  Alguém a puxou pelo braço, antes que se reiniciasse a sessão de cachorrinhos pelados choramingando afeto. Ritual de passagem  menos  ritual de acasalamento.  O sentido que nos escapava.   Os gritos interropiam minhas anotações.  Desconfiava da tecnologia que sempre o servia.  As folhas soltam navegavam nas águas  oculares.  Consagraram o Príncipe ao brindar  com espumante.  Os cacos de vidros das taças ainda estão lá. Beijos  na boca,  que guardava diversos sabores,  retificavam o ingresso.  Agora, chega Cínthia. Vamos embora.  Amanhã, vocês vão treinar? Cínico.  Certamente, vossa alteza.  Quando pensávamos que estávamos livres, o Marcelo estacionou  seu astra hatch vinho ao lado da gente. Entra no carro, entra no carro.  O Gustavo que me perdoe. Eu havia alcançado o limite da minha elasticidade. Marcelo desceu do carro e nos cercou. Se me dessem pedinho, transpunha aquele muro. Não era o caso. Vamos conversar.  O clareamento dental o deixara mais lindo do que já era. Sensível. Não imagina que havia o que melhorar naquele rosto que nos fascinava. Beijou a mão da Cínthia, piscou para mim.  Foi cumprimentar os rapazes, enquanto esperávamos encostado no carro. Qual a desculpa que vamos dar para ele? Nenhuma. Vamos ver o que ele vai nos  propôr;  como você sabe, não será nada demais. Você vai sozinha. Estou cansado. De jeito nenhum.  Sem você, não tem graça.
 
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