Quem conhece o purgatório de Dante, sabe exatamente a dor que estou sentindo. A(dor)ei (de) senti-la em outros estados artificiais da natureza, confesso, embora gritasse o código combinado a cada bofetada desferida. Saudade do que poderia ter sido o Taj Mahal de ponta cabeça. O escrivão da Polícia Federal induzia-me o desejo. Seus olhos saltavam para fora, sequiosos da performance que não sei onde por Deus aprendi. É a prática. É a prática. Seu falo descomunal (Valei, Hilda Hislt!) ditava as regras e os pudores. Abre a boca. Engole. Cospe, não! Tá, engasgando, por quê? Engoliria até sua alma, querido, se essas suas algemas pudessem colorir de cinza-prateado a cabeceira desse quarto previssível de motel. (Ui, como ele está erótico hoje. Estou até com medo de pegar doença venérea. Mesmo tão protegido, mesmo tão ausente.) Borrachudos por todos lados, querendo se meter num negócio de adultos. Queremos seu sangue, diriam alguns. Estava sangrando meu lábio superior. O escrivão fez que não viu. Não era com ele. O calor das três da tarde derretia a esperança de continuarmos até o entardecer a lição de tiro. Tira!Tira!Tira! Relaxa, guri. Seja homem. E principalmente nos momentos de dor. Rebola que alivia. É halloween novamente. Escrevo-lhe um e-mail. Aproveito a deixa da ocasião. E se o escrivão responder? Se ele aceitar? Chegaria fantasiado com o uniforme de todos os dias. Eu, com meu kit puta: mini-saia, top e salto alto. Gloss nos lábios, rímel nos cílios. Se não fosse meu chaveirinho, diria que eu era uma mocinha pura provando ao namorado cafajeste o quando o amava. (Está ridículo, eu sei. Tenho espelho na porta do guarda-roupa. Apenas, cumpro ordens. E voz de comando). Doce de abóbora para sobremessa. As velas de citronela espalhadas pelos cantos da casa. As promessas, as juras, um banho frio. Deveria ter-lhe roubado a carteira e jogado no esgoto de onde ele nunca deveria ter saído, nem mesmo para se encontrar com um amigo que não fode o suficientemente para lhe convencer a procurá-lo com mais freqüência. Passado quase um ano e eu ainda querendo acordar de manhã ao seu lado. Meu único compromisso é com a literatura. Valeu como inspiração. Mudarei de endereço, de quadra, de apartamento para que ele não ouse me visitar as duas da manhã, fugindo do plantão, achando que direitos são adquiridos mesmo quando não se faz presente quando solicitado. Se não for do meu jeito, não é de jeito nenhum, disse-lhe o escrivão. Ok! respondi-lhe escondendo o olhar de choro. Foi melhor assim. Tem sido melhor assim.
Atualizado: Escrever, escrever, escrever. Revisar exaustivamente. Salvar como rascunho. Esquecê-lo. Revisar exaustivamente de novo, qdo por acaso lembrar-se-lhe (que estrutura é essa? Chamem o Bechara!) dele. Somente, então, publicar. Gostaria de seguir os meus particulares princípios, mas a avidez me atropela. Ando atordoado por esses dias. Pretensão com "c". Performance sem "n". E outros herrores apontados pela minha linda e adorável prima. Ela pode não ter gostado da explicação e do contra-argumento. Paciência. O bom vendedor que sou nunca me abandona. Você é bom de lábia, me disse ela. De lábia e de boca.
MARCIO!!!!!!!!!!
ResponderExcluirM A R A V I L H O S O !
Márcio. Fanzoca! Cara esse texto tá fantástico. Aliás, devo te confessar uma coisa: o contato com tua escrita está me familiarizando com essa narrativa não -linear que vc faz tão bem. Daqui a um tempo vou conseguir comentar decentemente teus escritos.
ResponderExcluirrsrsrsrs.
Beijo.
Acantha, o que especificamente foi M A R A V I L H O S O? rs Beijos.
ResponderExcluirNanda, Seus comentários são mais que decentes. ;) Beijos.
O texto?
ResponderExcluirA idéia do texto?
O começo?
O meio?
O fim?
Quer mesmo uma explicação?
Precisa??
Acantha, Não precisava mesmo. hehe. ;)
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