23 de out. de 2007
Venha trabalhar no MEU Jornal. Obrigado, mas eu prefiro não. Resposta rápida, para movimentos singulares. Pensa com calma, não precisa dar a resposta agora. Poderia ter me justificado, mas... posso precisar dele um dia, novamente. Quando se perde dinheiro, acha-se patrão. Ele olhava para a frase que havia acabado de escrever e tinha a mais absoluta certeza de que havia escrito um aforismo. Seu primeiro aforismo consciente não-encomendado (Hum sei não. Vai com calma!), saído assim do nada, no susto do espirro convertido em tosse seca. Desci do carro com a sensação movediça que toma conta dos deuses quando se arma uma cilada para o incaulto humano bobo-tolo-otário. Foi apenas sexo? Foi. Sexo descartável? Foi. Não mais anônimo. E assim ele quebrava a verossimilhança do post. Já lhe disse: sem pastar, não se produz leite. Ele riu, queria me confessar mais algumas estripulhias vespe-noturno, mas coloquei-o para fora ao lembrar-lhe: seu ovo mole está frio. Diários por mais íntimos e reveladores que sejam também se cansam, principalmente tratando-se de Ninguém.
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