30 de jan. de 2006

Há um novo psicotrópico circulando pelas estradas desertas do Lago Sul. Espero que tenha facilitado. Anfiteatro da Conha acústica, 4h32 da madrugada, às margens do Lago Paranoá. A dormência acompanhada de surtos alucinatórios, para depois desaguar na euforia dos campeões, a impedia de distingüir os graves. Alguém a puxou pelo braço, antes que se reiniciasse a sessão de cachorrinhos pelados choramingando afeto. Ritual de passagem menos ritual de acasalamento. O sentido que nos escapava. Os gritos interropiam minhas anotações. Desconfiava da tecnologia que sempre o servia. As folhas soltam navegavam nas águas oculares. Consagraram o Príncipe ao brindar com espumante. Os cacos de vidros das taças ainda estão lá. Beijos na boca, que guardava diversos sabores, retificavam o ingresso. Agora, chega Cínthia. Vamos embora. Amanhã, vocês vão treinar? Cínico. Certamente, vossa alteza. Quando pensávamos que estávamos livres, o Marcelo estacionou seu astra hatch vinho ao lado da gente. Entra no carro, entra no carro. O Gustavo que me perdoe. Eu havia alcançado o limite da minha elasticidade. Marcelo desceu do carro e nos cercou. Se me dessem pedinho, transpunha aquele muro. Não era o caso. Vamos conversar. O clareamento dental o deixara mais lindo do que já era. Sensível. Não imagina que havia o que melhorar naquele rosto que nos fascinava. Beijou a mão da Cínthia, piscou para mim. Foi cumprimentar os rapazes, enquanto esperávamos encostado no carro. Qual a desculpa que vamos dar para ele? Nenhuma. Vamos ver o que ele vai nos propôr; como você sabe, não será nada demais. Você vai sozinha. Estou cansado. De jeito nenhum. Sem você, não tem graça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário