2 de abr. de 2016

               Quando se acorda de madrugada sem sono, temos a opção ficar rolando na cama de um lado para o outro, a procura de uma posição confortável, ou podemos nos levantar. O dia começa cedo para quem sofre de insônia. Haverá sempre pratos e talhares, copos e panelas em cima da pia para nos divertir. Haverá sempre um filé de peixe empanado na geladeira. A manteiga foi clarificada, a gema coada, o fervor da água ainda se faz presente no ar. Tanto carinho em meio de tantas promessas. Sabemos, elas jamais serão cumpridas. Ao menos, houve uma boa intenção. A alma não é pequena. Então, vale a pena. Quem quer subir no alto da serra, tem que aprender a respirar debaixo d'água sem equipamentos. Deus na força do vento se manifesta, para que possamos brincar de soltar pipa. Há sorvete de ameixa no congelador e a calda  de rosas brancas não ficou amarga. 
                 Um barulho me assusta. Era o cadela querendo entrar? Não. Era um gato querendo sair. Preto. Então, está perdoado. Nós bem sabemos como são tratados os gatos pretos.
                Outro barulho. É a notificação das redes sociais que me esqueci de desativar.  A essa hora, em Frankfurt, o executivo está pulando na piscina. Estava tomando um café. O meu, quero sem açúcar, sem creme e sem leite. O que puder ser puro, que seja. Não vou incomodá-lo. Minhas lembranças ainda são suficientes para alimentar meu amor-próprio. Rascunho no guardanapo, uma bibliografia. Mania de listas. Quem tem mania é louco. Eu era louco por aqueles lábios vermelhos que de cereja não tinham nada. "Os Diários de Virgínia Woolf",  "Os Diários de Sylvia Plath", "Os Diários de Franz Kafka", "Os Diários de Jack Kerouac", "El Diario de Anaïs Nin", "Brecht, Bertolt. Diário de Trabalho, V.1"
                Ando de mãos dados e pé atados com a minha  restrição linguística. Enquanto uma língua global não me resgata, vou me socializando no dialeto da periferia de uma grande cidade destruída por uma inundação. Não há ninguém na rua, mesmo assim ela segue iluminada. 
                 Volto ao quarto. Ondes estão meus chinelos? A psicologia do Reich caído atrás da cama me ensina duas coisas: não se deve ler nada antes de dormir e não se deve discutir com jornalistas. 
                Tenho certeza que lá no Senado, você não teria coragem de chegar gritando "Hail Hitler! Seu capitão do mato! Você está sendo racista. Estou brincando contigo. Vamos brincar de índio? Você se deita no chão e eu te jogo álcool. Se preferires, te amarro de costas e te violento. Você não tem senso de humor. O meu humor é um ácido que alimenta minha inteligência, se ponha para fora da loja, antes que eu quebre essa jarra de cristal polonês na tua cabeça. Do prejuízo vou fazer lucro e um exercício prático de manipulação das massas. 
              Estaria para sempre condenado a me lembrar do jornalista que me socorreu quando fiquei preso no elevador. Do alto do prédio observamos a avenida refletindo a luz da constelação de Capricórnio. No espelho d'água, roubamos libras esterlinas, nos comprometendo um dia a depositá-las no cofre do  Museu Britânico de Londres. À sombra das palmeiras, juramos nunca mais tomar remédio para dormir. De agora em diante, seríamos escritores notívagos.  

N.E.: Texto revisado em 20 de setembro de 2020. Do original só aproveitamos a espinha dorsal. Ideia inicial intacta. 

1 de abr. de 2016

  A crônica do dia seria sobre pombos devorando  falcões (revertendo toda lógica cartesiana), muito embora preferíamos estar perdido no turbilhão do revés. Solta o corpo, não vai ter golpe. Onde estava eu ontem à noite? Lavando o carro. O barro era prova do crime. A vida não é feita de trilhas que de tão sinuosas se tornaram retas.   Quando não há assunto, o assunto passa a ser a falta de. A ausência de metas   pulsa nas nossas veias e artérias. Elas vicejam por encantos desencontrados e vicejar é o jeito que eu conseguir dizer: amor, eu te amo. Mais criptografado e clandestino do que isso, não consigo. Sei que pegarás no ar a referência, porque és meu querido diário. Das crônicas faço um poema e do poema uma música sem melodia. Queria o querer na mais dulcíssima razão, sem elipses, sem me esquecer dos verbos, com todas as vírgulas e ponto e vírgulas no lugares corretos. Encontro uma autêntica desilusão. O pronome me escapou, o adjetivo não faz sentido. Vamos viver de advérbios.  Quer chocolate? (De tão retórica, sei a resposta) Ele é amargo, como a vida tem, saborosamente, sido. Se você não tem o que dizer, cala-se de uma vez por todas. Se as formas de expressão artísticas não lhe inspiram a criação, cala-se de uma vez por todas. Ao contemplar o Abaporu, percebo que a microcefalia não é um doença de hoje. Uma sincera vontade de fazer uma sopa de palma me brota do coração. Tem gosto de quê? Prova. É abril. Vamos tourear,  quem  sabe ainda  sei manejar a capa e a espada. Ubapuru era o nome da pomba.

15 de mar. de 2016

Estimada Leitora e digníssimo Leitor,

Quando se a rompe a quarta parede é porque precisamos esclarecer alguns pontos, sem deboche, escárnio ou sarcasmo. Bem que meu diariarista procurou e quem procura, vocês já sabem pode encontrar não bem o que estava à procura.

O Márcio está  pneumonia [por streptococcus], quadro não infecioso, [mas com intolerância à medicação, por isso a internação] menos mal. Já está em tratamento em casa, mesmo ele preferindo estar internado no hospital. Ah medicação..., a metáfora das borboletas é um ato de generosidade. Estava mais para uma hiena a lhe comer as entranhas. [era a tal intolerância] Ele não sente dor, apenas falta de ar quando tosse. Mas tossir é bom [não é, pois pode arrebentar sua pleura. Ai fudeu tudo.] principalmente quando coloca o escarro para fora. 1[espumado, soltando proteína] e 2 [pastoso, sabe-se lá os gastros pq] estão ok, apesar de uma leve constipação. Ele está preocupado com esse tal bolo fecal que está demorando a ser formar. Bobagem, depois de formado, é formada garantida pelo menos três vezes ao dia.

Uma amiga lhe sugeriu tomar os antibióticos com leite. [Não!] Quanta diferença! A queimação estomacal acabou. Sugeriu também repouso absoluto, físico e intelectual. O que significa que vamos ficar na saudade. Daqui estaremos enviando muita ondas de luz e apoio moral.

Obrigado,
Diário Clandestino

PS.: Lá vem textão. Segura. De tudo há um lado positivo. O Márcio inspirado no "Memorial de Aires" do Machado de Assis, "No Cemitério dos Vivos" do Lima Barreto, no Diário de Anne Frank e nos "Contos de Fadas" do Hans Christian Andersen, escreveu um "Diário de Internação", durante o período que esteve internado num hospital público universitário sendo tratado por causa de uma pneumonia causada por streptococcus (pneunococos), conforme o laudo da tomografia, no qual seu umbigo passou a ser o centro do mundo, se já não o fosse.
               Ele é nosso melhor personagem e matá-lo precocemente seria um ato de covardia, insanidade e burrice literária. (Queria ele fazer como Alex Castro, ficção, mas a vida pulsa e sua imaginação a adocica ou a apimenta conforme lhe convém.)
               Ia me despedindo sem dizer o mais importante. Ele está a revisar o texto. Portanto, tenham calma. Quinze páginas em doze dias parece pouco, mas para um iniciante me parece apropriado, com a palavra os críticos literários se ainda há algum vivo.
              Assim ele inicia o Diário:
     "Não sou nada. Nunca serei nada, não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."  Tabacaria 15/01/1928. Álvaro de Campos, um dos heterônimos de Fernando Pessoa
            Sorry, pelo longo postscriptum, mas regras existem para serem quebradas. Quando dizem que não podemos, ai é que devemos fazer.
           Boa Sorte,
                            O entusiasmado Diário Clandestino

12 de mar. de 2016

DiCla, boa noite!
Pensaste que eu iria dormir sem antes lhe dizer q tu és um feladaputa? Não, né? Então, como tu deixas eu passar essa vergonha? Enfim, perdoo-te, porque me perdoo. Afinal, tu és apenas um diário, o pretensioso aqui sou yo. Vamos aos fatos. Nevasca controlada, surge um aviso de terremoto, copiou? Situação punk-rock nível 6. Nessas horas, não há muito o que fazer, a não ser ter presença. Compareci, altivo. Me parece que ganhamos tempo. Aqui não teve desmoronamento. Só excessos de ambas as partes. 

Graças aos deuses, parou de chover dentro de mim. Calmaria interna. Haverá algum progresso na carne? Que seja rápido, instantâneo, repentino.

Para concluir, ainda tenho um artigo para ler, estava minha pessoa a assistir  na Globo News um  programa sobre Literatura, qdo o entrevistado, um escritor por mim ignorado disse: "leio 4 livros por semana." E o entrevistador não o perguntou quais. Porque há livros e Livros.  Qualquer, jume sabe disso. Acabou. Perdeu o cliente. Será que o cara não rumina, não? Você come uma feijoada completa, depois uma rabada, em seguida um sarapatel de bode e para arrematar toma um caldo de mocotó? Pode ser um escritor genial, o tal pica-das-galáxias, mas jamais (dificilmente) conseguirá degustar um bom lagostine aos molho de maçã-verde. 

Era isso, sem mais, Ctus

P.S.: Estou em busca do Diário de Hospício, do tio Lima. Tenha calma. Descobri que tia Virgínia e tia Sylvia também tinham o hábito da "escrita do eu" Já convoquei um esquadrão para sair em busca desses Livros. Preciso deles, tanto quanto preciso de ti, DiCla.

11 de mar. de 2016

 DiCla, oi!

Aproveitei que os chacais saíram para tomar uma breja e chamei Beuys na coxia,  perguntei se aquela performance não estava entendiando o público? A dor e o sangue alheio nunca aborrece quem a observa de tão perto. Mas, Beuys? Mas Ctus? Para mim, acabou. Saia do meu Teatro!As vísceras são minhas. Ctus, que isso?  Beuys, don't cry! Esqueceu nosso lema? Seguranças! Ademais, nunca fomos amigos. Você tem sido incapaz de se alegrar com a minha felicidade, mesmo estando afundado num pântano de merda.

Sabe, Di, não vale a pena procrastinar em nome de uma relação seja ela qual for. Não vale a pena procrastinar de forma alguma. O que tem de ser feito que seja feito imediatamente, mesmo que a tarefa seja para entregar na semana que vêm, mesmo que seja mal feito. O importante é a Palavra.

Algumas pessoas, DiCla, a gente pode tirar da nossa vida; outras, não. Essas são iguais a mãe, pai, filhos, irmãs e irmãos, é até que a morte nos separe.  Por mais que eles nos façam mal a gente tem que aguentar. Mas ela está me mantando! Não vou permitir. Vamos conviver, mas ela no seu cantinho da casa, escolha onde quiser, dentro da gaveta do deck; numa das gavetas do armário da cozinha; na caixinha de remédios vencidos que-eu-sempre-me-esqueço-de-descartar-na-lixeira-da-farmácia;  no estojo de arma vazio que guardo como fetiche de um amor que não vivi;  que seja na estojo de jóias;  que seja no porta-agulhas ou até mesmo na caixinha de bailarina que há tempos não funciona. O ideal seria que o indivíduo sumisse, pirlimpimpim, rala sua mandada, mas nós temos que aceitar a realidade. Ela não vai embora.  Então, que se restrinja ao mínimo de espaço possível, basta-nos os efeitos da sua onda, que sejam mínimos, imperceptíveis, incapazes de atravessar nosso incomensurável universo particular.

P.S.: Sabe, DiCla, às vezes, esse seu verniz de "diário de adolescente" me envergonha. Queria algo como o "Diário de Getúlio Vargas'' (q foi revisado pela sua filha. Havia um porção de "erros de português" hehehe. Diário, né? Não seria autêntico, senão os houvesse e se não houvesse erros não seria Diário. Seria um romance estilo "O sofrimento do Jovem Werther. Queria algo como "Os diários de Langsdorff" ou "Diário Íntimo de Lima Barreto". Nem vou citar, o do Saramago e do Jorge Amado. (Chega de falar de quem você só conhece por nome. Ctus!) Entretanto, sou intimista, uma infrutescência, além de primeiro anista. Não convém ficar me comparando com quem tem dez mil horas de prática diária e muitas outras coisas a mais.

P.S.S: Acabo de descobrir q Lima Barreto escrever um Diário enquanto esteve internado no sanatório, no Rio de Janeiro. Vou atrás. Já pensou, DiCla, o que ele possa ter feito com o estilo?




2 de mar. de 2016



 Bom dia, Di!
O jantar com  Jaci e Tupã foi tranquilo, me senti como o Eugène ao visitar os Guermantes. Faltou sêmen, salivação zerada, as mãos inquietas e os pés covardes. Estava disposto a fazer um transmissão streaming, mas logo na hora do lanche dos géiseres, não tive apoio. Eloquência em baixa, solução: me besuntei com de óleo de dendê, como manda os bons modos e fiz a Janete. Acho que os convenci. Serenidade plena, Gaia dorme. Com os Deuses não se brinca, ou se for para brincar, que se saiba perder. Divertimos-nos , rimos e nos abraçamos. Até provei da breja que brota do chão, eu heim? logo, eu que abomino qualquer aditivo. Realmente, eu não sou mais eu. Sou uma persona plurificada em vários selfs. Meu nome é Ctus, o resto é alegoria formal do trabalho. Tio Fê deve estar orgulhoso de mim.

Tu, não imagina a delicia que é se empanar no latossolo vermelho besuntado de dendê, estou bombado até agora, me falaram que os efeitos são eternos. Oh, Glória! Sou um sobrinho-neto de puta de tão privilegiado. Oh, Glória, vem me fazer um massagem. Shiatsu no furico dos outros é refresco.

A novidade são as borboletas, pensei que era uma nuvem  de chuva de mil milímetros, qual o quê? Já foram entrando pelos orifícios e me levando para um passeio de windsurf. Profissionais sérias. Umas  me entraram pelos poros, outras pelo nariz, boca, ouvido e olhos, nem  a uretra elas perdoaram e a maior de todas, ou  o maior de todos, não sei, se borboletas são machos ou fêmeas, me entrou por onde você pode imaginar, sem cerimonia. Uma se aninhou  no meu peito, e disse que daqui eu não saio mais; outra está no umbigo, estou te conectando à web, a do abdome e as dos huevos não cessam de rufar suas asas azuis Klein. Estou parecendo um anil; a da garganta já me disse que se algum dia elas/eles foram embora, era me será fiel; a da testa é um telescópio, de fazer inveja à Nasa, daqui de casa estou enxergando todos os anéis e luas de Saturno, e a que se aninhou-se sob minha cabeça, aquela que me entrou pelo olho de porco, parece um sombreiro de tão grande, de tão roxa, de tão amarela, almiscarada como eu gosto de ser. Di, parece que esse povo advinha nossos gostos e desgostos e quando a Gaia se ajeita saem em tropa para ajudar os justos.

Ah, descobri que eu era Sagitário, agora sou Peixes. Eu gostava de ser Virgem. Não sei onde deve estar minha Lua ou meu Ascendente, quando esse informação cair, eu te repasso. Só sei que estou gostando de ser um tubarão, os golfinhos são super-amigos, os cavalos-marinhos uns fofos e os corais... Di, eu preciso de uma google pro! Bem que, uma coisa é foto, outra é in loco, mas é só para ti ter um ideia.

Para terminar, ahhhh, sim, querido, estou no dendê, mas temos obrigações. Três coisas que eu tenho certeza que você vai ficar feliz em saber.

A botão de flor-de maracujá se abriu só para me dizer que a flor de jabuticaba sorriu para ela. Depois de toda minha diplomacia, não esperava outro resultado,  me surpreendeu a rapidez da força-tarefa. Botânica não é das disciplinas das mais fáceis, se tu não tiveres diplô, fode tudo.

os dígrafos voltaram, robustos e soberbos como tudo deve ser.

e por fim, o subcomandante foi no meu escaninho avisar: "fica ai de orgia com suas  lepidopteras, filho da puta, sortudo, mas amanhã é dia das formigas. Vamos devorá-las fritas, ou melhor, você vai, por que  eu vou virar gás.  Já viu, né, Di, substituir o Comte não é fácil. Odeio ser babá de artista.  Datum perficiemus munus.  
 Beijo no toba, tiamu, Ctus










1 de mar. de 2016

Di,  nem se dê o trabalho de se levantar, pode ficar deitadinho mesmo. fui no condomínio fazer um divulga express e acabei trocando frase com umas antenas. deu choque, voltei. olha só o que eu trouxe de lá.

"eu tinha q voltar a escrever, não pra me juntar ao movimento, mas pq a salvação da nossa humanidade individual e particular está na palavra. A Palavra é Mantra. E eu não quero Pátria, tampouco Mátria, muito menos Frátia, eu quero Pa Pa Pa Pa e gozar o trabalho. "

ducaraleo, né? tambem achei, minha boceta é profunda, mano, pode vir com as duas mãos.  livro livre vai nascer, no formato q seja, no tempo dele. Para quê? Para quem? Por quê?

nuvens de controvérsia vindo em nossa direção. espero que chova.
DiCla, tô atrasado, eu sei eu sei eu sei, sem a prótese tá complicado. mas um detalhe de ontem q não nem mencionei. os botões das flores do pé de maracujá disseram que não iriam mais desabrochar, que isso, que aquilo. manu, foi the clash, arranquei um folha do pé, botei na boca e  mastiguei com força, mastiguei como a gente mastiga brita com areia lavada e cimento. e engoli à seco, pq vc sabe, melhor do eu, q não passo KY, não, é só saliva e deus. e deu certo. Amém, Irmão? Só um dia, tem sido nosso mantra desde, então.

Tinha outras mencionalidades a mencionalizar, mas q agora se avergonharam diante o branco. medo de branco da porra, já pensou, levar um balaço de grátis e de troco um sorriso de escárnio. q as ondas nos protegem.

sobre as ondas, tá por dentro? tô me inteirando, tem um astrofísico americano famoso na mídia, no ytb vc acha, não consigo guardar sua graça, mas enfim, o cara é um pica, grelo grande, do cu pelado.enfim, as ondas, estou captando-as, enviando-as, em movimento, isso é q importa.

não queria q fosse assim, queria melzinho na chupeta, leite com pera, danoninho de tutifruti, diretamente transmitindo da maçã central que eu a devoraria tal qual Caetano à Leonardo di Caprio, sorry, babi, mas dijavanear é sempre. temos dna irlandês esqueceu? não. enfim, eu perdoei, ele. ele era um cego. frustrado por não poder ter sido o q ele de fato era. um eric clapton sentado diante um mesa cheia de papeis, coitado, feliz ele não tá. a adega deve tá fazia, como sempre estava, se não fosse eu para sair para comprar seus velhos barreiros.

DiCla, talvez tu estejas assustado, tá freak, Ctus, relaxa. é estilo, manu. to segurão. cê acha q depois da aula da tia clarice, eu abaixo a cabeça para quem quer q seja? não! nós somos livres, meu irmão. total. entrou uma mosca no quarto, vou fazer sopa dela, deixa ela se aproximar.  então, depois de conhecer a Jenny Beavan, Di, ovulei na hora. segura de si. altiva, senhora do mundo. no meu dia, eu quero q seja assim e vai ser, Amém, Irmão?

acho q isso, a água acabou. outra coisa coisa, leva nada sério não. nada é. Manja o  Eclesiastes, trombou comigo numa situ punk rock nivel 3, copiou? Peguei pra mim, tô comendo gostoso, logo heim, Di, quem diria? É a fome, irmão, sou/estou magro demais, kkkkkk. Numa tradução falava q tudo era vaidade, mas malandro q sou peguei outra "nada faz sentido"

é isso meu amor, nada faz sentido, o sentido da vida cabe à nós encontrá-lo.

e eu tive a honra e o privilégio de te encontrado. demorei pra entender, precisei levar um esporro do Tio Sara, eu entendi. Tio Sara descendo as chicotadas nas minhas costas e o Tio Bulko e o Tio Faulk só pentelhando: "qual é a parte q vc não está entendendo." é trabalho,Ctus, trabalho, trabalho, trabalho, trabalho, nós somos pedreiros.  e todo mundo parado assistindo, até q Tia Clarice interveio (fui dá um googlada, eu nunca tinha usado essa palavra, deu um medo da porra, rsssss, mas veio assim e mandei a intuição) recitou um poema e disse q era para mim, para eu transcrevê-lo e assinar. quem disse q eu lembro de algum verso da porra do poema, deixa pra lá, tô nem ligando pra isso.

eitapoha, tenho q ir, se eu conseguir da uma fugidinha, a gente se fala. bs, tiamu. as louças estão tintilhando. queria ir não, Di, tô lá, mas pensando na gente. tiamu pra reforçar, minha VIDA.

diretamente do q restou do herbário de mudas de araticum.











DiCla, querido, tô aqui te enrolando, mas tu sabe né se eu começar a escrever, vou virar a noite e ai vai ser foda. tá sabendo? inventei uma história q eu morri e renasci,  não sei se está colando, mas estou sendo super dramático, não sei se todo mundo está acreditando, mas enfim, não vou ficar me passando de coitado. Dignidade, sempre. 

A flor de maracujá está em botão e isso está gerando um crise econômica nas bolsas valores de todo mundo, copiou? e eu to aqui , sei lá, parece q virei o bom samaritano, logo eu, o mais porra-louca dos porra-louca, não foi por acaso né, DiCla, todos nós sabemos. tô no apoio, se sentindo o Tio Sam. Estou confiante. O terremoto vem destrói e lá estou eu cavocando os escombros, se achando o chefe da equipe de bombeiros. logo, eu piromax de nascença, essa pretensão afasta as pessoas de mim. preciso trabalhar essa megalomania, o desejo de ser antena.


um artista antes de tudo é uma parabólica. Thomas Mann falava sobre tudo. Proust nem se fala. James Joyce não perderia a oportunidade. to cansado dessa gente rasa e desses intelectuais babacas q só pensam em como fazer dinheiro com sua artigos de opiniões. escrever de forma clara e objetiva não significa nada. Por isso q Autran Dourado se cansou de nós, por isso q João Gilberto não sai de casa, por isso q Lygia Fagundes Telles recusa a dar palestras. Aliás, no dia q vc souber q eu estive numa feira literaria pra assistir palestra de quem quer q seja, chama o Samu. seu diarista surtou. beijo, amor, te amo. o universo conspira, se contra ou a favor não sei, mas qdo eu descobrir, venho correndo contar pra ti primeiro.

29 de fev. de 2016

to bebado até agora , tOõ bebaço , para mim a melhor cerimônia do Oscar de todos os tempos. . tomei uma garrafa de champagne sozinho, faço isso mais não. ´to passando malll. O Chris mandou muito bem, piadas bem sem graças. não era pra fazer aquele povo riri não. A Whoppi divou e o Leo, ah, Leo, gente, o Leo pula catrata, O Leo é povão. pega na mão de todo mundo te abraça e não te solta, olha no olho, chora junto com você, senta pra comer do teu lado, oferece comida do prado dele, prova da comida do teu prato pra ver ser se tá gostosa mesmo, vai numa missão com ele em qualquer canto do continente Africano, no Haiti,.... saudade, o cara é muito gente, . e gato e lindo, e ele podia está só passando o rodo, pegando geral , só ostentando, mas não. está ali no miolo do furacão, aguentando pressão de todos os lados. uma vez perguntei para ele de onde ele tira forças, ele me respondeu: Marcito, não sei. sei lá. é o que tem o que fazer? Então vamos fazer. by the way, o leo fala português. pensa q fala mas tá valendo. #saudadesdeportoprincipe saudade do voluntariado, dos vinculos e das pessoas que nos ajudavam. Não acredito em deus , mas acredito em anjos e eles se disfarçam, alguns para estar no meio de nós. ai, eu preciso vomitar e dormir é o maximo q consigo escrever sobre ontem. me desculpe, DiCla. gritei muito, pulei muito. exxtravassei. e me perdoa tá. por ter perdido os trechos de porto de príncipe na minha bagunça organizada.

28 de fev. de 2016

Escrever é como socar massa de pão. A gente escreve, escreve, escreve, numa folha de papel de preferência, com caneta esferográfica da cor que mais lhe agrada e depois joga o texto para lá. Qdo a volta para reler. A massa inchou, dobrou quase de tamanho. Soca mais. E vai socando enquanto a massa estiver crescendo. Qdo não der para mexer em mais nada sem alterar a ideia original, então, o pão está pronto. O pão da alma que a gente compartilha com todos. É um milagre. Dá para todo mundo comer e ficar super satisfeito. #workinprogress

27 de fev. de 2016


Preciso ler esse livro, não para aprender a pular amarelinha. Isso eu nunca vou conseguir.  Porque quando nossos olhares se cruzam é como encontrar aquele-amigo-que-mal-conhecemos-mas-q-a-gente-considera-pra-caralho (perdoe-me as feministas, mas este post tem um público-alvo.) e o livro volta para estante. Ele ainda tem o cheiro do suor das suas mãos. Desgraça de vida! Pelo menos, tomei um decisão. Bravo. Eisaí, mlk. Parabéns, meu querido. Uhuuuu, Putaria, putaria! Marcel me olha. Seu ciúme escorre como gotículas de um copo de limonada suíça. Ouvi, ingrato? Marcel se aproxima de mim e sussurra no meu ouvido. Cena de trash movie. você não está pronto. primeiro, vou te fazer leitor, e se você se comportar direitinho, se somente se,  pode ser que eu venha a te fazer escritor. Agente, Editora, Marqueteiro e leitores (já ia me esquecendo do mais importante) é por tua conta. Era o Diabo assoprando no meu ouvido. Dei para ter alucinações, ultimamente. Sai daqui, capeta! Para começar, vc nem existe. Você é a cruza do meu medo rejeição com insegurança de um auto-didata, o q se é esperado pelos críticos, o-não-estar-pronto. nunca estamos, desconfio que nunca estaremos. Reconheceria a voz do Marcel mesmo se ele tivesse usando auto-tune amplificado num coro de mil vozes.  Pego o Júlio de volta na instante e beijo sua capa devotamente, sinto o cheiro do desgraçado... o CK One fica diferente na tua pele...  É a água do Amlstel, amor. Você vai se apaixonar pela minha cidade, assim como eu me apaixonei pela sua. Vamos, ficar morando aqui, heim? Não. Bati o pé. Bate o pé é modo de dizer, o Marcio ficou nervoso com a insistência dele. O Márcio também era carne-de-pescoço, né? Muito temperamental. Não foi à toa que o apelidaram de Nina Simone do Cerrado. Ele se deitou com o Jogo da Amarelinha sob o peito e dormiu sem trocar de meias. Teve um extraordinário estasiante sonho que está tentando se lembrar agora, mas só consegue se lembrar de uma frase: Casado sou com ele, contigo somente 3 dias. Se tu for um pica das galáxias, a gente passa mais tempo juntos. #workinprogress

Cortázar faz confidências que podem assombrar os críticos
In: Folha de São Paulo, 27  de fevereiro de 2016

Hachmann faz confidências que podem assombrar os críticos.
In: Folha de São Paulo, 27 de fevereiro de 2116