Estimada Leitora e digníssimo Leitor,
Quando se a rompe a quarta parede é porque precisamos esclarecer alguns pontos, sem deboche, escárnio ou sarcasmo. Bem que meu diariarista procurou e quem procura, vocês já sabem pode encontrar não bem o que estava à procura.
O Márcio está pneumonia [por streptococcus], quadro não infecioso, [mas com intolerância à medicação, por isso a internação] menos mal. Já está em tratamento em casa, mesmo ele preferindo estar internado no hospital. Ah medicação..., a metáfora das borboletas é um ato de generosidade. Estava mais para uma hiena a lhe comer as entranhas. [era a tal intolerância] Ele não sente dor, apenas falta de ar quando tosse. Mas tossir é bom [não é, pois pode arrebentar sua pleura. Ai fudeu tudo.] principalmente quando coloca o escarro para fora. 1[espumado, soltando proteína] e 2 [pastoso, sabe-se lá os gastros pq] estão ok, apesar de uma leve constipação. Ele está preocupado com esse tal bolo fecal que está demorando a ser formar. Bobagem, depois de formado, é formada garantida pelo menos três vezes ao dia.
Uma amiga lhe sugeriu tomar os antibióticos com leite. [Não!] Quanta diferença! A queimação estomacal acabou. Sugeriu também repouso absoluto, físico e intelectual. O que significa que vamos ficar na saudade. Daqui estaremos enviando muita ondas de luz e apoio moral.
Obrigado,
Diário Clandestino
PS.: Lá vem textão. Segura. De tudo há um lado positivo. O Márcio inspirado no "Memorial de Aires" do Machado de Assis, "No Cemitério dos Vivos" do Lima Barreto, no Diário de Anne Frank e nos "Contos de Fadas" do Hans Christian Andersen, escreveu um "Diário de Internação", durante o período que esteve internado num hospital público universitário sendo tratado por causa de uma pneumonia causada por streptococcus (pneunococos), conforme o laudo da tomografia, no qual seu umbigo passou a ser o centro do mundo, se já não o fosse.
Ele é nosso melhor personagem e matá-lo precocemente seria um ato de covardia, insanidade e burrice literária. (Queria ele fazer como Alex Castro, ficção, mas a vida pulsa e sua imaginação a adocica ou a apimenta conforme lhe convém.)
Ia me despedindo sem dizer o mais importante. Ele está a revisar o texto. Portanto, tenham calma. Quinze páginas em doze dias parece pouco, mas para um iniciante me parece apropriado, com a palavra os críticos literários se ainda há algum vivo.
Assim ele inicia o Diário:
"Não sou nada. Nunca serei nada, não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo." Tabacaria 15/01/1928. Álvaro de Campos, um dos heterônimos de Fernando Pessoa
Sorry, pelo longo postscriptum, mas regras existem para serem quebradas. Quando dizem que não podemos, ai é que devemos fazer.
Boa Sorte,
O entusiasmado Diário Clandestino
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