10 de nov. de 2007
Os dislexos de todos os dias não saem para fazer compras na feira
Se estou dando uma pausa, é porque meus amigos, os novos, os antigos, os de saideira, os de confissão, solicitam minha presença. Hahahaha! Ele trocou o G pelo C . (Piada de círculo fechado a partir de então.) Foi a pressa. O mormaço. A aglomeração em torno do meu terminal. Não tente justificar o erro, está me assoprando meu Diário. Não estou a justificá-lo, querido. Só enxergo os lapsos, transcorridos alguns anos ímpares. Díspares. Eu sei. Por isso, versos dormitam no fundo da gaveta. Pretensão querer publicar poemas inspirados num amor condenado a viver vizinho de quem não se pode ao menos cumprimentar quando se esbarra na escadaria do prédio. Houve um pega. Depois, o esquecimento, a indiferença. A ignorância do riso, a estética do escárnio. Contive o espirro para ele não ter o prazer de me ver gozar. A prata derretida a sujar o mármore do piso. E agora só resta minha mesa em frente a tua. Sabe o que estou fazendo? O relatório que me pediste. Mentira. Está revendo as fotos que vocês tiraram no sítio. Você, o perfeito garanhão; ele, o diarista ensimesmado com inveja das éguas-suas-amigas requisitadas para o frevo. Lá estava ele de aluno, desarmado, cheirando a hortelã. "Está doendo? Está! Quer que tira? Não." Não diziam outra coisa, até que tudo se transformou num imenso chiclê de clichê. Nausebundo. Saímos à francesa. Sem se importar com a distância que teríamos que caminhar. Eu, a tira colo; ele, sem camisa.
9 de nov. de 2007
No sétimo círculo fustigaremos sua carne.
Diálogo pré-almoço:
-- Estou feliz em saber que a elite da polícia militar, vulgo BOPE, acolhe os ateus. Respeito muito quem não acredita no Deus ex-nihilo. Ou não acredita em Deus nenhum.
-- Ateísmo é tabu no Brasil, Marcinho. Duvido que o major seja incrédulo, logo ele, sendo um militar, sempre ultraconversadores. Em qual círculo do inferno de Dante ardem os omissos?
-- Consultemos o Google:
-- Ele(s) deve(m) sentir muita culpa. A menos que sejam psicóticos...
-- Então deveriam estar fora de qualquer corporação.
-- Viver muitos anos se remoendo de culpa, não haveria castigo melhor.
-- Auto-castigo, Marcinho.
-- Estou feliz em saber que a elite da polícia militar, vulgo BOPE, acolhe os ateus. Respeito muito quem não acredita no Deus ex-nihilo. Ou não acredita em Deus nenhum.
-- Ateísmo é tabu no Brasil, Marcinho. Duvido que o major seja incrédulo, logo ele, sendo um militar, sempre ultraconversadores. Em qual círculo do inferno de Dante ardem os omissos?
-- Consultemos o Google:
“Mas olha o vale: o rio é não distante
De sangue, onde verás fervendo aquele,
48 Que violência exerceu no semelhante.
-- Ele(s) deve(m) sentir muita culpa. A menos que sejam psicóticos...
-- Então deveriam estar fora de qualquer corporação.
-- Viver muitos anos se remoendo de culpa, não haveria castigo melhor.
-- Auto-castigo, Marcinho.
8 de nov. de 2007
Num outro patamar qualquer
Exportadores de açaí, de jogadores e de mulheres bonitas. A novidade veio do mar. Terá repercusão internacional?
Transtorno bipolar do humor
Uns vão dizer preguiça, eu diria desânimo. Precisava escrever. Me colocar sentado na cadeira, em frente ao computador e praticar, horas e horas, por tentativa e erro, a alegria de não ser quem se é. Eu quero um IPhone. Eu quero um blackberry. Responder ao jovem québécois a longa carta. (Ah! Se ele fosse americano, o visto teria sido concedido.) Os amores opostos. Eu me escondendo na fornalha, ele se escondendo no frigorífico. Ambos comendo flores e cuspindo espinhos. Para mim o ano já acabou. O dia tem quinze horas e não consigo nem cumprimentar as lamparinas ao entrar no quarto. Eu quero dormir. Eu preciso! As formigas carregaram minha paz, meu esforço ao executar corretamente o movimento. Escondo o mal-humor matutino no emaranhado de fios que me proteje os culhões. Os leitores passam, olham: Será que ele não vai responder aos nossos comentários. Não necessariamente, não necessariamente. Com Harry Potter, eu pedia mais. Meus bombons britânicos a me infartar, se não fosse interrompido pela Lição. Com Neve, a estória está sendo narrada diferente. A nevasca me liberta, por isso a dor. Preciso digerir os acontecimentos, mas o tumor não me permite. A modelo de olhos verdes nos elogia: Esse menino é ouro. Ouro mesmo. Ela só conhece meu lado poético viniciano. Dorme comigo uma noite e você saberá quem eu sou. Um latão de cobre barato desses que os carroceiros, felizes, arrastam por toda cidade fustigando seus despelados cavalos. A chapa esquenta e você se queima. Imagino as gotas de chuva, dulcíssimos flocos de neve. Talvez alivie a tristeza... de não ser quem se é.
6 de nov. de 2007
5 de nov. de 2007
A dança
A destruição assobia nos meus ouvidos canções de ninar. É força da natureza, contra ela não podemos nada. Prevenir, talvez.
3 de nov. de 2007
Desculpem-me leitores. Só hoje consegui responder os comentários e os e-mails (obrigado patota). O DiCla acabou dormindo desconfortavelmente numa cadeira manca, de tanto esperar por atualizações. O post de quinta-feira, de tão longo, acabou-se transformando num capítulo de um livro. Possibilidades. Vinte e três laudas guardadas na pastinha verde. Para nunca mais. A pasta já está toda arregaçada de tão cheia de outros guardados, mas me recuso a passá-los a limpo ou revisá-los. Desconheço a autoria daqueles escritos, se não fosse pela minha assinatura. E isso me apavora. Me deixa inseguro. Inquieto. Há flores: gladíolos brancas e gérberas salmão. Aula de taiji ao nascer do sol. Chuvisca. A idéia do treinamento bombordeando-me a mente. Tudo vai se resolver, conforme a vontade de Deus. Minha libido se restabelecerá-la e voltaremos a ser felizes, copulando sobre as brasas da churrasqueira.
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