12 de nov. de 2007

Deveria ter sido apenas um teste. Acabou se transformando numa prova de amor.
Resolutamente básico.

10 de nov. de 2007

Os dislexos de todos os dias não saem para fazer compras na feira

Se estou dando uma pausa, é porque meus amigos, os novos, os antigos, os de saideira, os de confissão, solicitam minha presença. Hahahaha! Ele trocou o G pelo C . (Piada de círculo fechado a partir de então.) Foi a pressa. O mormaço. A aglomeração em torno do meu terminal. Não tente justificar o erro, está me assoprando meu Diário. Não estou a justificá-lo, querido. Só enxergo os lapsos, transcorridos alguns anos ímpares. Díspares. Eu sei. Por isso, versos dormitam no fundo da gaveta. Pretensão querer publicar poemas inspirados num amor condenado a viver vizinho de quem não se pode ao menos cumprimentar quando se esbarra na escadaria do prédio. Houve um pega. Depois, o esquecimento, a indiferença. A ignorância do riso, a estética do escárnio. Contive o espirro para ele não ter o prazer de me ver gozar. A prata derretida a sujar o mármore do piso. E agora só resta minha mesa em frente a tua. Sabe o que estou fazendo? O relatório que me pediste. Mentira. Está revendo as fotos que vocês tiraram no sítio. Você, o perfeito garanhão; ele, o diarista ensimesmado com inveja das éguas-suas-amigas requisitadas para o frevo. Lá estava ele de aluno, desarmado, cheirando a hortelã. "Está doendo? Está! Quer que tira? Não." Não diziam outra coisa, até que tudo se transformou num imenso chiclê de clichê. Nausebundo. Saímos à francesa. Sem se importar com a distância que teríamos que caminhar. Eu, a tira colo; ele, sem camisa.

9 de nov. de 2007

No sétimo círculo fustigaremos sua carne.

Diálogo pré-almoço:

-- Estou feliz em saber que a elite da polícia militar, vulgo BOPE, acolhe os ateus. Respeito muito quem não acredita no Deus ex-nihilo. Ou não acredita em Deus nenhum.
-- Ateísmo é tabu no Brasil, Marcinho. Duvido que o major seja incrédulo, logo ele, sendo um militar, sempre ultraconversadores. Em qual círculo do inferno de Dante ardem os omissos?
-- Consultemos o Google:
“Mas olha o vale: o rio é não distante
De sangue, onde verás fervendo aquele,
48 Que violência exerceu no semelhante.

-- Ele(s) deve(m) sentir muita culpa. A menos que sejam psicóticos...
-- Então deveriam estar fora de qualquer corporação.
-- Viver muitos anos se remoendo de culpa, não haveria castigo melhor.
-- Auto-castigo, Marcinho.

8 de nov. de 2007

Num outro patamar qualquer

Exportadores de açaí, de jogadores e de mulheres bonitas. A novidade veio do mar. Terá repercusão internacional?

Transtorno bipolar do humor

Uns vão dizer preguiça, eu diria desânimo. Precisava escrever. Me colocar sentado na cadeira, em frente ao computador e praticar, horas e horas, por tentativa e erro, a alegria de não ser quem se é. Eu quero um IPhone. Eu quero um blackberry. Responder ao jovem québécois a longa carta. (Ah! Se ele fosse americano, o visto teria sido concedido.) Os amores opostos. Eu me escondendo na fornalha, ele se escondendo no frigorífico. Ambos comendo flores e cuspindo espinhos. Para mim o ano já acabou. O dia tem quinze horas e não consigo nem cumprimentar as lamparinas ao entrar no quarto. Eu quero dormir. Eu preciso! As formigas carregaram minha paz, meu esforço ao executar corretamente o movimento. Escondo o mal-humor matutino no emaranhado de fios que me proteje os culhões. Os leitores passam, olham: Será que ele não vai responder aos nossos comentários. Não necessariamente, não necessariamente. Com Harry Potter, eu pedia mais. Meus bombons britânicos a me infartar, se não fosse interrompido pela Lição. Com Neve, a estória está sendo narrada diferente. A nevasca me liberta, por isso a dor. Preciso digerir os acontecimentos, mas o tumor não me permite. A modelo de olhos verdes nos elogia: Esse menino é ouro. Ouro mesmo. Ela só conhece meu lado poético viniciano. Dorme comigo uma noite e você saberá quem eu sou. Um latão de cobre barato desses que os carroceiros, felizes, arrastam por toda cidade fustigando seus despelados cavalos. A chapa esquenta e você se queima. Imagino as gotas de chuva, dulcíssimos flocos de neve. Talvez alivie a tristeza... de não ser quem se é.

6 de nov. de 2007

Esses anarquistas! Precisam conhecer o estado de natureza. O lobo tem fome. Apetite insaciável.

5 de nov. de 2007

A dança


A dança, originally uploaded by Márcio Hachmann.

A destruição assobia nos meus ouvidos canções de ninar. É força da natureza, contra ela não podemos nada. Prevenir, talvez.

3 de nov. de 2007

Desculpem-me leitores. Só hoje consegui responder os comentários e os e-mails (obrigado patota). O DiCla acabou dormindo desconfortavelmente numa cadeira manca, de tanto esperar por atualizações. O post de quinta-feira, de tão longo, acabou-se transformando num capítulo de um livro. Possibilidades. Vinte e três laudas guardadas na pastinha verde. Para nunca mais. A pasta já está toda arregaçada de tão cheia de outros guardados, mas me recuso a passá-los a limpo ou revisá-los. Desconheço a autoria daqueles escritos, se não fosse pela minha assinatura. E isso me apavora. Me deixa inseguro. Inquieto. Há flores: gladíolos brancas e gérberas salmão. Aula de taiji ao nascer do sol. Chuvisca. A idéia do treinamento bombordeando-me a mente. Tudo vai se resolver, conforme a vontade de Deus. Minha libido se restabelecerá-la e voltaremos a ser felizes, copulando sobre as brasas da churrasqueira.