6 de nov. de 2010


back to black, originally uploaded by Claudia Dias.

               Próxima segunda temos consulta com o Dr. Estranho. Eu, o cão e o curió. Foi a minha condição. Nunca me separar dos amigos. Não sei o que vai ser, mas eu acho que vou chorar, eu sempre choro diante autoridades, principalmente de delegados, principalmente em quartos de motel. Pela W2 ninguém nos via entrar. Todos sabiam que as pulgas beberiam do nosso sangue, se fosse possivel se perfumar assim tão só. Fecha parênteses. E antes da segunda-feira tem um sábado. Tenho medo dos finais de semana. Plantões, multirões, saraus, fantasias. Tenho medo. A intumescencia libidinosa não me visita. São tetas o leite que escorre virgem pelo canto da boca. São mamilos. Depois a puta aqui sou eu. Vou rasgar o verbo no consultório de quinhentos contos (era emergência, era emergência) espero que o cão confirme nossa história e o curió não me recrimine. Ah, o arroz de forno esteve perfeito. Quem reclamou, cochichou baixinho. Na hora, retruquei, se eu tivesse cozinhado somente para meu estômago, chamariam-me de egoísta. Quebra-cabeças possuem cinco mil peças, baby e não há nada que eu possa fazer pelo senhor. Quanto a discussão no palácio das togas, apenas observo. Lição acadêmica, bem assimilada. Voltemos a matemática. Status enche barriga e nos pendura cordão de ouro no pesçoco. Seco. Assim como a pele. É o frio. É o vento. É a falta de costume. É a novidade. Obrigado, Loba, pelos elogios. Vindo de você aguça o sabor da tangerina. Aos que tem lido e me ligado de madrugada, não se preocupem comigo, os planos de se jogar das cataratas do Niágara (lado estadunidense), abortei. Sim, cometi um crime. Em nome de um amor. Não há punição quando se ama demais. Contudo, tenho escrito sistematicamente cartas longas e sofisticadas. Perfume, bourbon e havanas. Nunca sabemos o cão e eu quando precisaremos de novo de dinheiro emprestado. A fundo perdido, nos lembra o Curió. Prostuição masculina tem nome. Sobrenome.

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