30 de out. de 2010
Saramago fala sobre Twitter
Eis-me aqui a degustar delicadas opiniões proferidas por todo ciberespaço vernáculo pelo magnânimo doutor, o mestre laureado (como o reconhecimento fizesse-lhe diferença). Concisão capricho dos publicitários e poetas afeta em demasia a prosa solitária dos sonâmbulos. Quem protestará contra a pressa opressora a gerar ansiedades esquizofrênicas? Ninguém. Quando não mais fabricarem doces e/ou balas para reverter nossas TAG´s, permitiremos a invasão dos diálogos pontos-e-vírgulas por entre nossas sensíveis sinapses corrompidas mais que atrofiadas.
Quem sou eu?
O barco à devira sem porto, nem vela,
o Leme, a Âncora, o Mastro e o Convés.
O Comandante da minha própria vida.
A cicatriz do corte suturado
A água, o sal, o ácido e o adstringente.
O Hércules expulso do Olimpo.
O verdugo carismático.
O acidente na trave
A faísca no corrimão.
o molho da salada,
o cotonete esquecido,
a placa-mãe do 386,
a roda da motocicleta que se soltou em alta velocidade.
O amigo do JJ.
O cunhado da Mary Fat.
A pimenta engarrafada.
O vendedor atencioso.
O poeta a escrever versos jamais lidos.
O raio de Sol numa noite de luar,
o clarão da Lua a dourar a pele esfoliada.
A folha de citronela afugentando insetos.
O filhinha da mamãe,
o orgulho do papai.
O imperfeito, tal qual a ikebana vendida minutos atrás.
O persuasivo transtornado.
O filho do (censurado)
e da (censurado),
o neto da (censurado)
e do (censurado).
O encontro marcado às escuras.
O bebê a mamar orvalho de folhas de eucaliptos.
O filho entregue a Fortuna.
O gato amarelo preso na grimpa do flamboyant vermelho.
O orientando do Doutor-Consultor-do-Banco-Mundial.
O amigo a consolar vizinha traída.
A incógnita: x³/7.
A contraditória resposta ao senador.
O revisor da tese de doutorado do Guil.
Sou o Não-ser, porque apenas Ele é.
9 de out. de 2010
6 de out. de 2010
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