6 de ago. de 2004

Lírios, ele vai dizer que é clichê; cravos que só devem ser oferecidos em homenagem aos que já se foram. Girassóis, politicamente incorreto; bonsai idem; cactos, mau agouro. Rosas, sejam vermelhas, sejam brancas, seria chamar para briga. Catléias, lhe traríam tristes lembranças que o levariam a uma possível recaída. Crisântemos e margaridas estão em entresafra, nem para remédio. Gérberas,seria uma boa opção, se tivesse vindo outras, além das cor-de-rosa. Bocas-de-leão ou astroemérias ou ainda as frésias são femininas demais para a ocasião. Copos-de-leite! Não. Sem folhagem, ele acharia pobre. Poderia ser antúrios vermelhos com helicônias bihai e minis ananás, eu estaria arrumando um novo problema, não uma solução. Azáleas, bêgonias, clicâmen, hortênsias... Não. É melhor que seja flor-de-corte. Gengibre?! Amarelo não! De jeito nenhum. Bastão do Imperador!? As petálas estão meio estragadas, seria desacato. Onde? Ali na beiradinha, olha só. É só arrancar. Vai ficar desfalcada, esquece.
Poxa vida! Neguinho chega aqui e em menos de cinco minutos consegue escolher um presente. E eu sonhando com croquis e estruturas. Ser filho de artista só atrapalha. Vou rasbicar um pouco, quem sabe os Deuses, ao testemunhar meu esforço, não me assopram para longe.

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