20 de ago. de 2004

Não é que foi sem ter sido! Aguarrei-me sofregamente às últimas páginas brancas que ressonavam ao meu esquerdo lado vazio: A psicóloga me pedira a R.G. Cinco anos seria possível adulterar; mas dez, seria um pouco complicado. Talvez ela quisera tornar meus ombros mais leves com o elogio salgado, ou ela gostaria que eu voltasse a ganhar massa muscular. Pêra, não! Você precisa de proteínas, de carboidratos. Você precisa prestar atenção ao agudo choro da cuíca manhosa. Para deixar de birra com seu corpo. Sua privação me assusta. Dez anos se mortificando significam muitos passos, para serem suprimidos assim de idade qualquer. Até porque não me dou bem com as ninfas que me perseguem, o que direi dos efebos. Esses ignoro. Eu gosto dos velhos, dos velhos vinhos franceses, alemães e chilenos. Gosto da mineira cachaça bem curtida; do whisky escocês, e do estadunidense; do rum cubano sentido o aroma das pernas do mar das Antilhas; daquela vodka caipirosística coberta de neve fervida; do gim perfumado escondido nas têmporas fundas aquele rapaz acolá, que ora escreve, que ora se toda rasga em papéis pisadinhos, como se estivesse debruçado sobre a hedonista Iowa. Um minuto, Sr. Romancista, eu não ser hedonista. Nem eu romancista, querida rugosidade. Apenas sirvo ao sacerdócio daqueles lógicos estetas ignorantes que se esquecem do senso comum, todas às tardes de sexta-feira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário