16 de mai. de 2005

Imagine se eu concordasse em permanacer o tempo todo lá no sítio, onde nem podia subir no abacateiro. Se o Naz soubesse que aos sete anos eu já brincava de subir em árvores, não teria feito tanto alarde. Você estava na ponta da galha. E na ponta do iceberg era onde eu deveria estar, desde que eu contesse meu gemidos. O gelo podia se derreter dentro de mim, sem me queimar. Sabe, DiCla, o nosso urso polar (sim! O Dr. Fornazze, voltou a emitar aqueles incomodos grunidos ao dormir, que ele jura não emitir) podia ao menos fazer a unha, não tenho experiência em casquear, mas após o banho poderíamos cortá-las. Quem sabe os sais de maracujá não as amolecería, além do coração duro do meu algoz? Ainda há alguns projetéis a serem extraídos do peito do Naz, o que eu faria com prazer se ele não pedisse para eu apanhar o isqueiro no chão todas as vezes que eu inicio uma conversa séria. O idiota apanha e depois não consegue se conter. O que deixa o Dr. muito decepcionado. Esse tempo todo afastado, ele não aprendeu a se servir do melão sem parti-lo em bandas. Azar o dele. Vou aproveitar até a última gota dos seus beijos carnudos. Depois vou-me embora para o Gazebo, rezendo para que a saudade não me acompanhe. Não quero comer pizza, não quero conhecer a cidade. Não se conhece uma cidade admirando seus pontos turísticos. Queria ele dentro de mim, dizendo eu te amo.
--Você não quer ver o mar?
--Estou olhando para ele. Azul, salgado, agora mais calmo, enigmático.

Ele me respondeu, esquecendo o peso do corpo sobre o meu. Eu poderia ter gemido "ai", mas preferi agüentar o peso da dor que não me era estranho.

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