17 de mai. de 2005

Não sei contar uma mentira grande, mas um mentirinha, eu consigo. Principalmente quando se trata de uma meia verdade. Consegui um dia de folga. Disse ao meu povo que ia à Secretaria de Educação fazer minha inscrição para contrato temporário. Eu só não disse, onde eu ia depois. Vou passar o dia todo sem respirar pólens de margaridas e girassóis. Em compensação, tenho um apartamento imundo de abandonado para faxinar. (Eu me ofereci para limpá-lo, mesmo o Naz tendo me pedido para que não me preocupasse com a bagunça, que ia chamar um diarista, etc.) Pela poeira, pelo lodo na privada e as quimbas de cigarro no chão, aposto sem medo de perder que o apartamento estava mais de um ano abandonado. Não pretendo chamá-lo novamente de lar. Até porque, o Dr. está em treinamento. É provissória essa história tirar o colchão da cama e jogá-lo no chão. Vamos fazer barulho do mesmo jeito. Até porque, ele continua o mesmo impaciente de antes. Não acredito que só porque ele mandou instalar a linha telefônica, levou a geladeira que desde nossa época de ouro, roncava mais que ele, para o conserto que vamos finalmente nos entender. Ele é incapaz de montar meu quebra-cabeça da forma que me proporcionaria prazer absoluto. E eu não tenho mais paciência de explicar-lhe que agindo assim no outro dia estou imprestável. Talvez, ele seja mesmo um garanhão, e precise de um haras para saciar suas fantasias. A pizza chegou. Amanhã continuo.

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