23 de jul. de 2005

Com gás, por favor.

A frustração do coito interrompido, tenho evitado. Tolice. Nada pode me impedir de gozar, além do meu medo de parar no acostamento. Correr havia sido a estratégia mais idiota, digna de alcegas verdes-pistache. A marca da mordida ainda arde na pele cor de bosta. Moreno morrom-bombom. Chocolate branco na esquina da Rua 13 de Maio (de 1922). Seriam suntuosos veludos pastiches de curvas desvairadas de cuecas boxer. CKOne no aparador da sala de visitas. Meu objetivo rifado pelo meu desejo que não se levantara. A poetisa a me pedir que lhe emprestasse meus olhos. Seria desumano negar-lhe a gentileza. Como também, seria desumano não atender ao telefonema do estripador. Pressão psicológica. Ele achou que sangraria um porco. De fato imolaria um cordeiro. Carne muito doce para o seu apetite de pescoço de galinha. Por que você larga o preciosismo na varanda de pimenteiras-gigantes? Pimenta-de-cheiro, meu bem. Deu bode. Já perceberam onde estou? De volta. Capaz de enfiar o indicador na massa crua de bolo de fubá. E nem com fome estou. Apenas, tentei evitar disfarces destoantes, mas eu fico tão bem de salto alto. Espero uma mão educada, para sair do carro. Ao sentar-me, não me esqueço da barra da saia. Mesmo bêbado mantenho a compustura construída a seis mãos (Obrigado, meninas). E acabo de perceber como ser interrompido me faz bem, melhor que ontem à tarde. Cuidado! Costumo punir excessos. Eu nem mais me lembrava do e-mail da secretária do Senador. "Marcinho, meu querido, estou te esperando... os livros." Vou me desfazer do conselheiro. Assim: "Prezado Sr. Conselheiro, não me aprecia ter o meu medo estripado. Você sabe quem são meus escritores preferidos. Esteja à vontade." E eu me sinto muito à vontade para devolver o presente. Nunca sonhara que o teclado do laptop fosse tão desconfortável. Sim, é um fetiche que eu nunca imaginara descansando no meu colo. E eu não hesitei em procurar no céu-da-boca do Conselheiro formas flexíveis de agradecimentos. O toque do celular irrompendo minha madrugada. Agora!? Pega um táxi, eu pago. Quantos e-mails trocados de segundo em segundo. Tenho messenger instalado aqui, se quiseres... Adoraria (risos), mas não podemos. É verdade, troca-se uma letra: não podemos. Por que tinham que explodir Londres? Estava tão (i)legal. Por que não se exonera o secretário de segurança pública? Eu teria café-da-manhã na cama e não precisaria rasgar embrulhos de presente diantes atentos olhos azuis do diplomata.

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