31 de ago. de 2005
Auauauauauávamos
Do encontro entre o pitbull e o chiuaua se viu olhos alegres. Porque ele me mentiu, diante tantas revelações? Muita culpa guarda aquele coraçãozinho. Sabia que tínhamos algo em comum.
30 de ago. de 2005
Viveca, Mandrake e Rubem Fonseca
Embolados
meu amor ele é demais nunca de menos
ele não precisa de camisa-de-vênus
Ouça o que eu vou dizer meu bem me ouça
o que ele precisa é de uma camisa-de-força
(...)"
Não consigo me livrar dessa melodia.
O que ele precisa é de uma camisa de linho. E eu uma de seda.
29 de ago. de 2005
Vaslav Nijinski (1889-1950)
Antonin Artaud
Quem? Onde? Como? Por quê? Para quê? Para quem?
27 de ago. de 2005
26 de ago. de 2005
24 de ago. de 2005
ACNUR
23 de ago. de 2005
22 de ago. de 2005
20 de ago. de 2005
19 de ago. de 2005
Só apanha se quiser
Perto do Coração Selvagem. Clarice Lispector. Francisco Alves. 1995. 16ª Ed.
Os Cus de Judas. António Lobo Antunes. Vega. 1979. 2ª Ed.
18 de ago. de 2005
Clarice Lispector, Samuel Rawet e António Lobo Antunes, não necessariamente nesta ordem.
Este post para vai para o leitor que me pediu três sugestões de leitura. Se não me bastasse a Branca e o Pônei a me perguntarem: o que eu leio? O que eu leio? Eis que me surge do ciberespaço esse querido inquisidor.
Não ouça Puccini antes de tomar a primeira xícara de café do dia. Com certeza você irá no apartamento do amado procurar pela escopeta escondida. Não escutei o conselho. O punhal não servia. Há sangue, demais, escorrendo pelo asfalto. Como se os projéteis não fossem arrebentar todas minhas emoções. Como se eu não precisasse me trancar no quarto.
Protegido de mim mesmo e dos beijos incandecentes, guardaria as sobras de pizza perto do coração, ou num cu de judas qualquer, quem sabe na fronteira com o Equador. (O jantar estava delícioso.)
A congregação de lobos. Congresso decadente. Samuel seria um anjo macio a nos polinizar. Sinto-me um herege, invocando seu nome. Samuel. Ipês brancos. Vô Samuel nos chamando para colher flores em Lácio. Naquele dialeto vejo-me déspota, orgulho da mamãe. Analfabeto cometo parricídio, sem contar outros crimes lesa-pátria.
Daniel, meu irmão, onde está você? (Não é você Gaudz e sim o parceiro do Pônei. Aquela dupla da RPMon que comentei contigo ontem à tarde.) Sinto saudade do molho de chaves, do passeio de moto ( a perna queimanda), do bolo de laranja, as piadas, do lenço. Eu poderia te ligar, ou te escrever, mas prefiro compartilhar da dor de pessoas que não existem. Personagens que não surram. Ciumentas, é verdade. Mas tenho mais domínio sobre elas, do que tive sobre tua imaginação. Minhas prioridades tem sido outras. Nosso passado me serve de húmus. Sinta-se um privilegiado, portanto. Conheço pessoas que gostariam de ser retratadas por mim, mas nunca deixarão de ser o que exatamente são: anônimos. Especula-se até que num futuro próximo eu escreveria um romance sobre fatos testemunhados no gabinete do ex-Deputado L. E. M. Gente! Era apenas um cacto. Que inferno! Jamais, Daniel. As imagens tão fortes quanto o amor prometido sobrepõem-se sobre mim. Elas mandam, eu obedeço. Sim, Dona Morte.
17 de ago. de 2005
O amor e seus heterônimos
Depois da manifestação, fomos namorar ao crepúsculo, às margens do lago Paranoá. O Critoën de porta aberta, o som no último volume. Uma música irrelevante, diante dos beijos estralados. Estávamos vulneráveis, demasiados expostos. Mas o amor nos protegia. Nosso engano demorava a se recolher. Disse-lhe que tinha medo. Ali não era o lugar mais apropriado para a gente, esquecidos, se mergulhar em abraços apaixonados. Alguém poderia estar nos observando de alguma janela. E mesmo se tivessem nos observando, pensariam que se tratava de um casal de namorados. O que somos de fato, disse-me.
-- Gostei de você ter tirado uma folga para me acompanhar ao protesto.
-- Quem lhe disse que estou de folga? Chegando em casa, você vai me ajudar a escrever o relatório.
Bravata. Nem cheguei perto do laptop. Mas, irritei-o bastante, ao perguntar como ele me garantia que na Esplanada havia 10 mil pessoas.
-- Você pode enganar outro, não um geógrafo. Com a fotografia aérea do local, eu te digo em cinco minutos quantas pessoas havia lá.
-- Caralho! Já te disse que o helicóptero não estava ali para isso.
-- Então, ele estava lá para quê? Não acredito que o governador tenha enviado snipers para sobrevoar-nos. Afinal, vocês estavam lá.
Ele me pediu que eu fosse esquentar a lazanha. Obedeci, convencido de que voltaria ao tema, ou me recusaria a desfazer os nós dos lençóis.
16 de ago. de 2005
Vamos falar sobre política
-- Para dar conta de você, tomo calmantes.
15 de ago. de 2005
De táxi com a Sorte
No táxi acompanhado de uma Gisele, sonhei que era beijado pelo Ouvidor-Geral. Um beijo miúdo, apertado, cheio de acácias mimosas e sulfurosas. Fitando-lhe nos olhos, disse-lhe: basta! A modelo nos observava através da volúpia enternecedora dos anfetaminados. Quem está articulando o golpe? Eu precisava saber. Testar as hipóteses, angariar fundamentos e provas. O distanciando impregnado desde anos castanha-com-ameixa, não me permitiria divulgar os nomes, tampouco devolver os livros apócrifos. Assim seria fácil demais. A calcinha de rendas brancas era de um perfume que dias atrás eu não pudera sentir. O Ouvidor-geral rindo do meu esquecimento entumecido, me causava repulsa. Sêmen dos querubins, garoto. Chamem as hortênsias, Doutor! Eu as quero cheirar também. A modelo me mordiscando os lábios escuros, meu lóbulo furado, meus cotovelos-joelhos-calcanhares. E o golpismo, Doutor? Esqueça isso, guri! Não sei. Mas se você quiser mando uma barca te deixar em casa. Queria ser Aquiles. Morrer naquele momento de fluídos orgânicos me escorrendo pela boca, me sujando a barba. Por fim, foi eu que procurei os finos lábios rosados da autoridade. Esta tua omissão me conduziu à fronteira. Aquele ramalhete de rosas vermelhas não era para mim. Porque você diz isso? O Ouvidor esquecera suas promessas, eu continuava fiel aos meus princípios. A modelo se afastara do nosso suor para poder se tocar sem nossa interferência. Agora somos nós, moleque. E eu desistira de formular perguntas, só pedia clêmencia. Já que o senhor faz questão, que seja carinhoso. Não quero me encontrar com meu proctologista antes do Natal. A modelo me prendeu a cabeça entre suas torneadas coxas de uréia, misericordiosa ela, e me ensinou a relaxar o esfíncter. Pude ver, então, a Verdade. Tarde demais. O sacristão se esforçava para me lembrar que os sinos controlados remotamente lamentam as perdas. As estufas com seus roxos lisianthus em botões. A edição fechada. Essa semana vai ser difícil.
13 de ago. de 2005
Um voz rebelde
12 de ago. de 2005
Sobre o pronunciamento de hoje à tarde
11 de ago. de 2005
10 de ago. de 2005
9 de ago. de 2005
Nagasaki não, meu bem.
Poesia no ombro largo do suspiro. Significa paz, explicara-me ele. Paradoxo: o polícia promovendo paz. Não sei como você consegue comer doce no café da manhã. Ele tentava travessar a enxurrada no desespero de ontem à noite. Oi?! Dedos estralando diante meu olhar perdido. Oi?! Beijo com gosto de papaya. O ideograma a me lembrar dos Cantos. A jornalista a mostrar destroços do terror. Ele passou a prestar atenção no jogo de imagens e voz, quando me emocionei. Terminada a reportagem, deitou-me cuidadosamente na cama, acomodou minha cabeça no travesseiro para que eu pudesse recordar da noite anterior. Mordiscou-me os lábios entre intervalos de doces beijos, literalmente, doces, daquele mesmo que me dissera que não conseguia sequer experimentar no café da manhã. Com tanto bolo de fubá, era de beijos que ele tinha fome. Eu preciso ir embora. Tenho que abrir a loja. Pede a conta, por favor.
8 de ago. de 2005
Mushrooms, champignons, cogumelos, seta?
O que se destinava apenas para comentar minha indelicadeza, desaguou na digressão minha de todos os dias. A poliglota poderia me responder a essa inquietação, já que se encontra on line, mas prefiro aguardar ser capaz, eu mesmo, de disolver minhas dúvidas primárias. Sossega, menino! Nada mais inverossímel do que lavar as mãos a todo momento. Você acerta ao errar... Eu prometera à Princesa, ao apresentar o croqui, que não complicaria o que por si só, apresenta-se intrinsecamente complexo. Mas, hoje de manhã, ao folhear o jornal, me convenci de que estaria talvez seguindo a estrela correta. (Não deveria ter vendido meu GPS.) "O estilo consiste em escrever como nos dá na veneta."(Sofocleto) Retorno depois. As idéias começaram, novamente, a se debaterem. Passado cinco minutos, interrompido por uma elegante morena de tailler rosa choque que me lembrou os holofotes ofuscantes, volto para finalizar o post. O que venho fazendo, bem ou mal, foi por causa de um alucinógeno. Não esperava te encontrar. Vagava. Nesses tempos de agentes da Polícia Federal investigando profiles e scraps, posso me comprometer por causa dessa confissão. Ressalvo, no entanto, que nesse espaço virtual não se faz apologia à entorpecentes ou se promove transações comerciais ilícitas. Minha pressepada passa por dentro de um branco afunilado túnel . Fique bem claro: branco! Ao me expressar assim, até parece que estou induzindo alguém a me ligar, até parece. Só não digo nunca, porque nunca é demais.
P.S.: Liga logo, caralho! Estou de saída.
P.S.: É de se lamentar o ítulo do romance em português: "Montanha gelada".
6 de ago. de 2005
Hiroshima não, meu amor.
Tolo sou eu. "Ôh! Se gosto de bater. Não foi por acaso que trabalhei dois no BOPE." Tentei mudar de assunto, mas ele queria me descrever seu doentio perfil de sociopata. (Você se envolve com cada um!) Por fim, ele concordou em escutar-me. A solidão deixara um vazio, por mais que gritasse por socorro, ninguém me respondia, além dos olhos castanhos prestes a me apunhalar. Dessa vez a volúpia e a dor não se encontraram.
5 de ago. de 2005
Não era bem essa foto que eu gostaria de publicar, mas em tempos de liberdades individuais comprometidas, não convém divulgar fotos de pescoços. Obrigado, viu. Foi muito bom. -- dissera-me o cidadão que não pretendo encontrar novamente. Talvez eu tenha me esforçado demais. Poderia ter sido mais contido. (Pára de se lamentar. Você gozou, não gozou?) Não deveria ter me afastado das minhas leituras. Assim, me esqueceria de uma vez por todas que sou feito de carne. Na casa de swing da Madame Flor, reescrevi o manual de boas maneiras. O que até, então, vinha sendo minha imaginação resvalara-se na realidade. Grunhir do prazer, gemi no medo e gritei na dor. Embebido de volúpia, apoiei-me os sentidos na nuca do capitão. A língua da puta me serviu de bálsamo.
4 de ago. de 2005
3 de ago. de 2005
Fluorite rosary
Calma! Não foi esse. Sou escrupuloso (vulgo caxias), tratando-se de bens alheios, a ponto de incomodar os mais sensíveis. Priminha, esse post é especialmente para você e seus amiguinhos. (Com licença, leitores do DiCla, preciso xingar.) "Que cara chato, amor!" -- ouvira antes de deixar a cozinha. Se estou responsável por duas empresas, quatro pessoas, mais a cadela, o hamster, os cinco peixes (ai! de mim se acontecer algo aos bichos) e as plantas (principalmente!) não posso deixar à revelia gastos, horários e compromissos. Há pessoas que, atentas, admiram minha dedicação e eficiência. O rosário, nem conto pela beleza, mas quem trouxe de onde, abençoado você sabe por quem, me serve de acalento. "Trouxe, especialmente para você, Marcinho." E a história do tempo fechado ficará para um próximo post, a indesejada chegou hoje mais cedo. Ainda bem, estou retorcido de fome.
2 de ago. de 2005
Gazebo
Para moça que me descobriu no Skype. Como conseguiste? Isso é um gazebo. Conto com a tua discrição. [;)]
1 de ago. de 2005
Biblioteca de la Universidad de Salamanca
Dois posts no mesmo dia? Estou sozinho aqui no gazebo, aproveitemos, portanto. Sábado à tarde, liguei para a Princesa, aquele telefone de toda semana, para perguntar como ia a vida. Depois continuo, chegou gente.