1 de ago. de 2005

Há pessoas que me desarrumam o caminhado, uma delas é o acionista. Eu gagejo, eu tremo, coração acelera, minha pele se desmancha em suor (Sudorese. Ah!), rubor facial. Não sei. Não há espelho aqui, além dos olhos da minha gatinha. Ganhei uma gatinha do meu amor. É verdade, que se trata de uma pelúcia anti-alérgica, mas ao menos não me causa aflição. O tom de voz do acionista me lembra um comandante motivando a tropa. Nada mais facista. Para nossa surpresa, ele aos poucos vai desmontando a cara amarrada e o tubérculo de voz se adoça. De repende, aprende-se a cumprimentar, a se despedir com um aperto de mãos. (Ai! Minha mão gelada.) Liga-se para agradecer. Foi, então, quando ele se engasgou com meu nome. Assim como eu, ele não se desculpou. Vamos fingir que não houve erro. Que não erramos ao nos encontrar depois do expediente para fins extra-comerciais. É um bom cliente, compra bem e paga direitinho, passa alucinógino nos lábios, transmite tesão pelo beijo. (E um monte de bactérias, eca!) As mãos que me prendiam a cintura, simplesmente dissera: vamos com calma. Antes vou procurar justificativas para os crimes dele. Assim, posso continuar sereno, limpando a janela do meu quarto sem pensar que cortina vai combinar com as paredes pastel.

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