2 de set. de 2004

O franco anjo atirador passa por entre meus lábios sem tempo de eu entender o significado da piscadela de nada. Grito-lhe. Inútil esforço. Longe vejo a carroceria da caminhonete que lhe serve para esconder nossos segredos. Da porta de casa até o estacionamento do parque vou catando moléculas de monóxido de carbono pela trilha deixada por ele. No parque, meu seco coração táxi bate na relva minutos seguido, a poeira me sufoca. Procuro uma boca qualquer para me aliviar. Nossa! Rosados lábios carnudos sequiosos pela minha saliva; beijo-lhes sem notar que de longe o anjo me observa, reprovando meu exibicionismo.

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