18 de nov. de 2004

O que não sou fisicamente, posso ser descrito. Desvalido de Poder, mesmo estando plantado na Alvorada, procuro Imaginação, abstrata, desconexa,dislexiana. Perco por ser um afungentador de significados. É que estou atrás de sentimentos e sentidos irrelevantes de tão adjetivos. Para mim, me basta uma Idéia-Estética. Não vejo veracidade nenhuma nos silogismos caucásicos-latinos-subsaarianos e das frases primarias que me algemam, sentirei saudade. Importante contar-lhes: sou neófito, efebo, filho de escultor (seus dedos pareciam cinzeis ao dobra as brancas pétalas de rosas ). Ao escrever, salto além da verossimilhança (único risco que me inflijo). Daqui uns minutos, por exemplo, serei uma mulher com a obrigação de dizer ao noivo: sim. Às vezes, quase sempre, a paranóia me repete, repetitivamente. Com sorte reencontro-me momentos de surtos psicóticos, com ajuda, única, de signos lingüísticos vernaculianos. Escrever tem sido meu coquetel, meu álcool, meu puro gim fumegante servido com cubos de agramaticalidade. Com isso aprendo a equilibrar as frases, pratos prestes a cair, do final do primeiro capítulo até o funeral da Dona Morte.

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