11 de nov. de 2004

Seria o último se ele não fosse implicante pirracento, adolescente temporão mimado e manhoso. Sim, ele era um personagem de si mesmo construído na verticalidade da sobrevivência. Ele se enfadou a si e não tinha mais a mínina idéia do que fazer com a personagem, matá-la? Solução desprovida de originalidade, como se suprimisse três quartos da vontade de sentir. Resignado continuava remando até alcançar a margem esquerda do lago. Convites da Brisa Atrevida floreciam (lembranças): alguns, declinados pelo Sol Escandaloso; outros, aceitos pelo Céu Despido; o Lago Homicida esnobava sorrisos diante da perna arranhada do rapaz (nosso herói). Ele aceitou trazer-se de volta, desde que pudesse organizar-se dentro de um esprimido, porém aconchegante, flat de onde poderia todos os dias observar o presidente fazendo sua caminhada matutina. Sentia-se mais prostituído que antes, melhor do que dormir numa parada de ônibus correndo o risco da morte.

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