6 de nov. de 2004

QUEM DEIXOU O PORTÃO ABERTO?
O Mal venceu! Essa rodada de cerveja é por minha conta. Vamos comemorar o meu bota fora. Cansei-me. Há meses meu peito dói comprimido. Odeio meus pais, sempre os detestei, não há nenhuma novidade nisso. Relendo o que acabo de escrever percebo as frases soltas. Não tenho condições psicológicas para corrigí-las; ou descarrego a Taurus na cabeça daquele infeliz ou me jogo na repressa do Descoberto. Fico com a segunda opção. Não quero mais causar constrangimento a ninguém. Antes que algum incauto pense que isso é uma carta suicida. Lembro-lhe: Quem vai se matar não avisa, just do it. Admito, simbolicamente, que daqui há algumas horas, estarei tomando cicuta, mas antes...
Se me perguntarem a razão -- sempre aparece um corajoso para incomodar um rotweiller enquanto este rói uma tíbia fresca -- responderei: é marketing, meu amor, apenas marketing. Isso se eu tiver de bom humor, caso contrário, emputecido direi: "PORRA, CARALHO! Vá cuidar da tua vida!" Ainda não sei qual desculpa darei para os telefonemas que não atenderei, para os e-mails que não responderei, as cartas que rasgarei, para os comentários... relaxa, estes serão em off (onde guardei meu passaporte?).
De pronto, não responderei a ninguém. Meu profile no orkut, talvez o apague, talvez o abandone. Não! Absolutamente, não! Reprovo fazer com os outros o que fizeram comigo (ui, coitadinho!). O MSN vou arrancar da máquina. Se quisserem que o instalem...(Maria, das drogas que me você oferecera, aquela me estimulara sem igual. Obrigado por me ajudar a atravessar madrugadas esfumaçantes. Nosso sexo virtual foi tão gostoso quanto ao vivo. Pena que a WebCam não tenha funcionado conforme esperávamos.
Tuga, meu brother, nosso projeto segue adiante, conte comigo sempre. Sou agora um afluente do Rio Tejo. E aos meus amigos virtuais, obrigado pela parceria, pelos comentários elogiosos, pelas dicas, sugestões e ajudas com as mudanças no template. Desculpem-me pela fúria, pela erupção. Natureza humana. Larvas a nos assuntar, cinzas a sujar o céu delator. Óbvio, não? O óbvio também deve ser escrito, ao menos essa lição em aprendi. E aprendi mais... (tudo menos chorar nessa hora) EU ODEIO MEUS PAIS. Quereria que a morte fosse um test drive, não o alívio. Com que cara eu vou olhar segunda-feira para o pessoal da faculdade. Não estou fazendo literatura, este foi meu último post. Só não pensei que doesse tanto. Eu não deveria ter conversado com meus pais sobre minha orientação sexual.
P.S.: Estava tão atordoado que me esqueci: Meu querido diário, tu foste o companheiro que jamais imaginei amar; muito obrigado não é suficiente. Teríamos que inventar uma expressão mais significativa, na falta de uma melhor, vai ela mesma: muito obrigado.

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