24 de out. de 2005

Enquanto os pais saíam, as crianças aproveitavam para preparar brigadeiro (não me lembro da receita). Indiferente. Da última vez, sobrevoamos de helicóptero o lago, coberto por algas. Ganha-se bem? Depende. Pode-se dizer que me arrependo dos fragmentos de rochas despreendidos com a pressão da vontade. Retornava àquela caverna ainda com o arranhado dolorido. Você deveria saber sobre essa vegetação. Eu somente sabia me prevenir contra possíveis dilacerações. Não soletre verbos que juntos não podemos conjugar. Não tenho nada a ensinar a ninguém, nem a mim mesmo. Você tem experiência. Ele tinha experiência de tanto assistir filmes de sacanagem na internet. Eu poderia ser preso. Eu amarraria frouxamente o nó, simulando um acidente. Cortaria a corta que me sustenta. Faria meu último rapel. Ele era tão forte, robusto e me saía com essas fraquezas imbecis. Viu porque você não pode ter uma arma? Eu te amo e você me ama. E nosso sexo é muito mais gostoso por essa razão. Molho madeira às duas horas da manhã. A intimidade que nos permitira preparar brigadeiro, pelo simples prazer de sujas nossas mãos de margarina.
-- Bom dia, meninos!
-- Bom dia, Dona Judith, tudo bem? A gente acordou a senhora, né?
-- Não durmo enquanto o Marden não chega.
-- Demostra o quanto a senhora e o Dr. Custódio se preocupam...
-- E não é só com ele.
Difícil não se emocionar quando ela me abraçou. Marden nos cobriu com seus longos braços, nos apertando desnecessariamente. Dr. Custódio acabara de entrar na cozinha nos surprendendo naquela posição enigmática. Rimos, soltamos gargalhadas. Ele fez cara de "vocês vão acordar a vizinhança." Cumprimentamos-nos. Procurou por uma colher no escorredor de pratos e sem pedir licença, se serviu do brigadeiro ainda quente, na panela mesmo.
-- Hmmm... Já podem se casar.

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