A perna encolhida prestando atenção na pontada, ora incomoda, enquanto os ouvidos percorriam milimetro por milimetro do campo adversário. Patrícia pensava nas oportunidades descartáveis de anteontem. Afastou o Dr. Nefasto (se um dia ele me ligar novamente, serei cortês) e se concentrou no tricolor que se divertia com o fato de ser mais pungente do que todo o time da gávea. Sua emoção se dissolvia num orgulho mal curado e gritar ao som dos coachos secos, comprovaria que havia feito a melhor escolha. A poça de suor no lençol a desconcentrou e decidiu-se por assistir depois os melhores momentos. Era seu momento. O melhor, desde então.
27 de jul. de 2006
26 de jul. de 2006
25 de jul. de 2006
15 de jul. de 2006
“O embaixador disse: -- É da polícia.
-- Se é da polícia, deveria ser mais discreto – observou Tereza. -- Para que serve um polícia secreta que não se esconde?
O embaixador, sentado na cama, juntara os pés sob o assento como aprendera no curso de ioga. Emoldurado na parede, Kennedy sorria e concedia a suas palavras uma espécie de consagração.
-- D. Tereza – disse com tom paternal --, os policiais têm diversas funções. A primeira é clássica. Escutam o que as pessoas falam e informam aos seus superiores. [grifo meu]
‘A segunda é uma função de intimidação. Mostram que nos têm à sua mercê e querem nos intimidar. Era o que seu careca pretendia.
‘A terceira função consiste em encenar situações que possam nos comprometer. [...] encontrar haxixe em nossos bolsos ou provar que violentamos uma menina de doze anos. Sempre acharão uma garota para servir como testemunha.’ "
Id., 1985, p. 165.
14 de jul. de 2006
“Finalmente escolheu um dos cãezinhos, uma fêmea. [grifo meu] [...]”
— Será possível que o fato de chamar-se Karenin não vai afetar sua sexualidade?
-- É possível – disse Tomas -- que uma cadela que é sempre chamada pelos donos por um nome de cão acabe com tendências lésbicas”.
Id., 1985, p. 30.
A primeira vez que Karenin viu Mefisto, ficou desconcertada [grifo meu] e passou muito tempo ando em volta dele e o cheirando. Mas tornou-se amiga do porco, que preferia aos cachorros do lugar, sempre presos em suas casinholas, latindo sem razão o tempo todo. Karenin apreciava a originalidade do porco e prezava muito a amizade dele.
Id., 1985, p. 285.
“Uma antiga idéia retornava [à Tereza] : seu lar não era Tomas, mas Karenin. Quem marcaria as horas de seus dias quando o cão não estivesse mais lá? [grifo meu]”
Id., 1985, p. 295.
13 de jul. de 2006
“ Para Franz, é a arte que mais se aproxima da beleza dionisíaca concebida como êxtase. [...]
Para ele, a música é libertadora: ela o liberta da solidão e da clausura da poeira das bibliotecas e abre-lhe no corpo as portas por onde a alma pode sair para confraternizar-se.[...]
Sabina diz: -- É um círculo vicioso. As pessoas tornam-se surdas porque colocam a música cada vez mais alto. Mas, como se tornam surdas, não lhes resta mais nada senão aumentar o volume. [...]
[...] Em seguida, no limiar do sono, as idéias começaram a se embaralhar na cabeça de Franz. Lembrou-se da música barulhenta do restaurante e pensou: ‘O barulho tem uma vantagem. No meio dele não se ouvem as palavras.’ ”
12 de jul. de 2006
11 de jul. de 2006
In: KUNDERA, Milan. A Insustentável Leveza do Ser. Nova Fronteira. 1985. 14p.
10 de jul. de 2006
“Ele dizia para si mesmo que o problema fundamental não era: sabiam ou não sabiam? Mas: seriam inocentes apenas porque não sabiam? Um imbecil sentado no trono estaria isento de toda responsabilidade somente pelo fato de ser um imbecil?
[...]
Nesse ponto Tomas se lembrou da história de Édipo. Édipo não sabia que dormia com a própria mãe, e, no entanto, quanto compreendeu o que tinha acontecido, nem por isso se sentiu inocente. Não pôde suportar a visão da infelicidade provocada por sua ignorância, furou os olhos e, cego para sempre, partiu para Tebas.”
Id., 1985, p. 178-179.
9 de jul. de 2006
Pirlo e Cannavaro
Ah! Quando eu terminar de processar os pedidos, responder as mensagens. Escrever aquela crônica, prometida desde janeiro.
Pirlo e Cannavaro
A imagem mais linda da Copa do Mundo, segundo meus colegas papiros. Desde semana passada, a ironia lhes permeia as frases. Como se houvesse sido culpa minha.
7 de jul. de 2006
4 de jul. de 2006
:: Festa Literária Internacional de Parati ::
19h
Mesa 15 - Nas fronteiras da narrativa ALI SMITH, JONATHAN SAFRAN FOER Para cada crítico que lamenta o estado do romance moderno surge um romancista capaz de demonstrar as infinitas possibilidades de renovação desse gênero literário. Dois dos mais criativos autores da literatura em língua inglesa lêem seus trabalhos e mostram como o futuro do romance depende da disposição dos autores para afrontar suas fronteiras formais. O livro de estréia de Jonathan Safran Foer, Tudo se ilumina, e sua continuação, Extremamente alto, incrivelmente perto, desafiam as convenções da ficção contemporânea. Em romances como Hotel World e o premiado Por acaso, Ali Smith explora os limites da narrativa literária.
Local:TENDA DOS AUTORES R$ 17 TENDA DA MATRIZ R$ 5