7. Guardar as pretensões na última gaveta da estante e participar com afinco e devoção do concurso. Ei de vencê-lo. Essa cena não se repetirá nunca mais.
30 de dez. de 2006
29 de dez. de 2006
Dez compromissos para 2007
6. Amar somente quem me quer. Amar quem se preocupa em perguntar se já almocei, se quero almoçar, se estou com fome, se quero sair pra jantar, com qual recheio eu quero a pizza. Eu me recusando. Ele solicitando uma "aos quatro queijos" tamanho família à atendente do Drive-thru. Com bastante orégano, senhorita. Relaxar na banheira, sem me importar com a conta do motel que ele nunca fez questão de questionar o preço. Aceitar os convites para acampar na chapada; os convites para pescar no Alto Araguaia. Amar quem quer cuidar de mim. Tornar-se um cão de estimação daqueles que abanam a cauda de tanta felicidade ao ouvir o motor do carro do dono estacionar em frente ao portão. Saio correndo para recebê-lo na porta. Recebê-lo aos beijos. Fortes, quentes, molhados, intensos. Tomar de suas mãos a pasta de couro de búfalo e o paletó. Afrouxar-lhe o nó da gravata. Pular no seu colo. Eu esganchado na sua cintura. Meus pés cruzados por trás. O peso do meu corpo sustentado por seus braços. Minhas costas pressionadas contra parede. Me morde os lábios, me aperta com força, vamos para o chão. "Hail To The Thief" abafando a gritaria.
28 de dez. de 2006
Dez compromissos para 2007
5. Manter-se em silêncio durante o dia. Evocar o mantra durante a caminhada noturna. Meditar antes de ir dormir e adorar o Santíssimo às quintas-feiras na capelinha da Santo Antônio.
27 de dez. de 2006
26 de dez. de 2006
Ele se arrastava no chão, ouvindo versos que só mais tarde depois de noites e noites quentes e frias conseguiu traduzir e mesmo assim com ajuda da amiga que sempre se encontrava on line. A razão residia naqueles castanhos cachos, cabelos selvagens. Fortes. O namoradinho se deliciava com o fato dele se sentir tão à vontade na sua frente. Ele trazia as novidades que as gravadoras enviavam para loja. Incentiva os trejeitos das mãos, o rodopiar da saia azul-anil. Desde que ele fosse o único espectador a saborear a visão proporcionada pelas curvas das coxas. Não era. Nunca foi. Ele era um ganha pão, assim como viria a ser todos os outros. Não que a música lhe aquecesse os brônquios, apenas as paredes não podiam conter o som que se propagava rua abaixo. Duas horas da manhã. Chama a polícia. Alexandre dopiava desequilibrando o eixo da Terra. Ele desistiria de viver ao lado de um cara que, no futuro, dirigiria picapes dissonantes. Pista cheia. Planava ao som da melodia. Sobrevivência dos seus sonhos garantidos por longos três minutos. E pensar que o orgasmo se perderia no cosmo antes infinito. O vício embrionário se apoderando da boca cujos lábios assoprariam velas projetadas especialmente para derreter-se rapidamente. Parafina incandescente. Uma forma de arrancar notas de cem dólares de estrangeiros gordos de tão peludos. Não me importa. Desde que sejam carinhosos. O que eu faço com esse preto consolo borrachudo que enverga quando o jogo para cima. Bestialidades. Os homens se divertiam. E a canção se repetia dentro de si, num ritmo que se alternava entre o pianíssimo ao estrondoso. Ele queria morrer, mas o drama não permitiria que a tragédia se consumasse. Havia regras a seguir. Obediência, subserviência, uniforme completo. Calcinha branca, com fundo puído, o cós com a renda descosturada o que se trazia naturalidade àquele menino. Peito tenro. Não balançavam ainda como viria a balançar, anos mais tarde, pista de apresentação. Um putinho em formação. Ele se divertia a tarde toda, esquecendo-se de preparar o jantar do pai antes que este chegasse do trabalho.
Ao som da voz do Thom Yorke, baixado daqui.
24 de dez. de 2006
Jonathan Safran Foer
23 de dez. de 2006
Ainda assim faltaria você. Inspira-me!
Estou aqui no pelourinho expiando por nossos erros. Quantas vezes precisaremos praguejar contra a operadora? Até aprender a se comportar numa delicatéssen. Veste a jaqueta. Pegue o gravador. Vamos dar uma volta no quarteirão. Tua postura não convence. Como se fosse necessário. O nível da minha insatisfação atingiu o intolerável. Vontade de bater a cabeça na parede até quebrar o pescoço. E porque não o faz? Tenho consideração pelos azulejos do Athos Bulcão. Seja claro, honesto, transparente. Confiro se os telefones estão no gancho. Maçante seria se fosse a antevéspera da bodas de ouro dos louva-deuses. E sua frustração toda seria porque Papai Noel não quis lhe deixar em casa. Ou não pode, ou não fazia questão. O protocolo cumprido no banco de trás de uma pathfinder, ao menos o couro respondia: “me rasga, me arranca, me faz de chicote”. Não adianta tamborilar os dedos no teclado. O verbo continuará atrasado. Vamos ao menos fazer uma empregada doméstica sorrir. “Ah! Você não entende o consumidor". E o que adiantaria se não podemos oferecer o que ele deseja? Respondi numa boa. Hoje, descobri que me davam gelo. Há! Há! Há! Gelo eu chupo ou enxugo. Há a possibilidade de raspá-lo também. Transparente ou opaco? Deixa pra lá. Quarenta graus lá fora; menos vinte, aqui dentro. E a noite, o Senhor Carisma, este escriba fracassado (redundante), estará recebendo os convivas. Reformas de posto de gasolina e mastoplastia tornaram-se assuntos tabus. Mesmo quando o tumor nos corrói os sentimentos. O anfitrião escondido atrás de um pote de nozes a quebrar. Podia ser um baile de máscara, assim não teríamos trabalho nenhum. A mesma expressão, para todas situações. Coloque-se no lugar do Estrela. Dos Estrelas. Quantos se apagaram esperavam você cumprir uma promessa que nunca seria capaz de cumpri-la, se eles não revisem tudo que lhes fora ensinado sobre a prática do coito? Eu menti, enganei e me sinto no direito de emputecido ligar xingando Fulaninho e Beltrano. Eu não tenho direito nenhum. O que você está fazendo? Nada. Se o sicrano tivesse feito a pergunta corretamente, eu teria lhe respondido a mais absoluta verdade: estou escrevendo uma carta suicida. Que mal há nisso? É apenas um exercício literário. Ele com certeza não teria deixado a latinha de cerveja ao lado do teclado. “Abre para mim. Abre-a para mim". Segurou a latinha em suas mãos, como se fosse um capitão levando o troféu da final do mundial de Interclubes. O anel de alumínio que poderia ser estraçalhado, amassado e regurgitado, se ele quisesse, preferiu jogá-lo no bolso da minha camisa. “Para você guardar de lembrança de mim”. “Já tenho muitas lembranças tuas.” Atirei-o longe. Observando sicrano bicar da cerveja, aguçou-me a vontade de recitar-lhe alguns versos de Camões, os que eu conseguisse me lembrar. Irritá-lo com que foi obrigado a estudar no ginasial. O frio alumínio roçando minhas costas a caminho do pescoço. Se tivesse restado alguma gota, estaria ela deslizando pela minha pele. Banhado, lambido e servido. Despejaria em mim todo o líquido sem se importar se eu aceitaria ou não; se eu agüentaria ou não. Pedir para buscar outra bebida, seria covardia com seus lábios a procura dos meus mamilos intumescidos. Precisa aperta-los tanto? Não morde! Solta! As unhas cravadas na nuca, um freio de mão improvisado. A força vento envergando o coqueiro até suas folhas encostarem-se no chão. Que vida se rache em bandas. Pedi apenas para que antes me deixasse salvar o arquivo. Ele chutou o estabilizador e me silenciou gemidos com meus lábios entre seus dentes.
Ouvindo Chico Ao Vivo (Disco 2), desde às 5 da manhã.
22 de dez. de 2006
Que culpa tem os vitrais? Ele poderia ter dito qualquer coisa: "você tem dinheiro para o táxi?". Preferiu o silêncio. A arma estratégica que também uso para me mortificar, quando de fato as opções acabaram. Punhal usado quando desejo que todos saibam que a raiva se faz inteira presente no meu coração, dominando minha mente com pensamentos de fuga. Essa ausência trago dentro de mim. O cosmo contigo numa semente. Tem lógica. Tudo tem sua lógica, mesmo não sendo racional. Esse silêncio me mata. Antes fosse fulminante, como um ataque do coração.
21 de dez. de 2006
Santa Claus de braço engessado
Este ano eu não pude me esconder na velha desculpa de que estava sem tempo.
Cá estou eu a fazer algo que detesto, escrever mensagem de votos de Boas Festas. Nunca sei como iniciar. Nem como terminar. Resolvi seguir a regra. Uma mesma mensagem para todo mundo. Só agora depois de semanas, brigando com as palavras, ouvindo Diana Krall para me estimular, é que me dou conta que estaria sendo muito mais fácil escrever para cada pessoa individualmente. Como falar para pessoas tão diferentes entre si? Sinceramente, não faço idéia.
Seria uma mensagem direcionada a todos meus amigos; os de infância; os do colegial; os da faculdade; os da Oficina Literária; blogueiros e não-blogueiros; os virtuais que só conheço a voz; aqueles que deixaram de ser apenas uma voz; os recém aceitos na minha lista de contatos; os que me conheceram através da loja; os que continuam me chamando de professor; os que me fazem chorar, os que me fazem rir; os do gabinete, os do paintball, os do coro sinfônico, os do grupamento; os que me acalmam quando estou preste a mandar tudo pelos ares; os que são minha primeira opção (e única! rs), quando me encontro em apuros; minha terapeuta que não tem sido amiga (nem deveria); os que inevitavelmente me lembrarei quando esta mensagem já estiver sido enviada. (Desculpa, Tobias! Se eu não pagasse esse mico, não teria sentido.) A todos meus sinceros amigos, confesso:
Queria ser Santa Claus, por uma só noite. Ave nenhuma seria abatida. Nem leitoa. Amigos não seriam mais ocultos. As filas nos Correios seriam extintas (nos supermercados também). Aquele parente zombador não nos provocaria mais com suas piadinhas infames. Aliás, não aceitaríamos provocações. Seríamos todos dotados de paciência de teflon. Descansaria a cabeça no colo daquele(a) que amamos e não teríamos pressa em se levantar para se servir de um pedaço da torta de chocolate. Notas de mil dólares brotariam dos nossos bolsos. Na casa de câmbio teria sempre alguém de confiança para nos atender. Inimigos seculares pediriam perdão uns aos outros e juntos abririam uma nova padaria no bairro. Aquele inesquecível amor de toda vida nos telefonaria (bêbado!) fazendo confissões despudoradas. “Agora é tarde, meu bem, você demorou demais para compreender a diferença entre o que você queria e o que eu precisava.” Reservaria com antecedência um local confortável com visão panorâmica para assistir a queima de fogos na baía de Guanabara, ou na de Sydney, ou em Zurique, ou na Times Squares ou em Taiwan. O lugar não importa e sim quem estaria ao meu lado. O Blackberry silenciosamente se contentaria em ser coadjuvante por vinte e quatro horas.
Aqui, nenhuma gota d’água; lá, nenhum floco de neve. O sereno da noite transformando-se em orvalho. Floridas begônias vermelhas a dançarem no jardim ao compasso da sinfonia dos ventos, composta especialmente para essa ocasião. Seria uma noite de gala. Luvinhas brancas. Abotoaduras de safiras. As damas, de longo. Os cavalheiros, de windsor. Alegria. Felicidade. Euforia. Beleza e Contentamento. O neófito 2007 tranqüilo no seu canto aguardando os últimos dias de 2006 se desfazerem de tudo aquilo que não nos servirá mais. O espocar da champagne. A noite contida no ínfimo das horas. E voltar para casa com sensação de ter realizado todo o possível para que ao menos essa noite em especial fosse feliz.
20 de dez. de 2006
Uma mensagem de final de ano para todos meus amigos; os de infância; os do colegial; os da faculdade; os do círculo literário; blogueiros e não-blogueiros; os virtuais que só conheço a voz e aqueles que deixaram de ser apenas uma voz; os recém aceitos na minha lista de contatos; os que me conheceram através da loja; os que continuam me chamando de professor; os que me fazem chorar, os que me fazem chorar de rir, os do gabinete, os do paintball, os do coro sinfônico; os do grupamento; os que me acalmam quando estou preste a mandar tudo pelos ares; os que são minha primeira opção (e única! rs) quando me encontro em apuros; incluindo minha terapeuta, que não é minha amiga, mas nem por isso deixo de amá-la igualzinho; os que inevitavelmente me lembrarei quando essa mensagem for enviada. (Desculpa, Tobias! Se eu não pagasse esse mico, não teria sentido.) A todos meus queridos amigos, boas festas!
Queria ser Santa Claus, por uma só noite. Ave nenhuma seria abatida. Nem leitoa. Amigos não seriam mais ocultos. As filas nos Correios seriam extintas (nos supermercados também). Aquele parente zombador não nos provocaria mais com suas piadinhas infames. Aliás, não aceitaríamos provocações. Seríamos todos dotados de paciência de teflon. Descansaria a cabeça no colo daquele(a) que amamos e não teríamos pressa em se levantar para se servir do farto e sortido buffet. Notas de mil dólares brotariam dos nossos bolsos. Na casa de câmbio teria sempre alguém de confiança para nos atender. Inimigos seculares pediriam perdão uns aos outros e juntos abririam uma nova padaria no bairro. Aquele inesquecível amor de toda vida nos telefonaria (bêbado!) fazendo confissões despudoradas. (Agora é tarde, meu bem, você demorou demais para compreender a diferença entre o que você queria e o que eu precisava.) Reservaria com antecedência um local confortável com visão panorâmica para assistir a queima de fogos na baía de Guanabara, ou na de Sydney, ou em Zurique, ou na Times Squares ou em Taiwan, o lugar não importa e sim quem estaria ao meu lado. O Blackberry silenciosamente se contentaria em ser coadjuvante dessa noite de Santa Claus. Nada de chuva, tampouco neve. O sereno da noite transformando-se em orvalho. Floridas begônias vermelhas a dançarem no jardim ao compasso da sinfonia do vento, composta especialmente para essa ocasião. Seria uma noite de gala. Luvinhas brancas. Abotoaduras de safiras. As damas, de longo. Os cavalheiros, de windsor. A Alegria combinando com a Felicidade a dose de euforia necessária para que a Beleza e o Contentamento promovessem os encontros adiados. O Renascimento e o Despertar aguardando o espocar da champagne. Seria a celebração do encerramento do longo e cansativo ciclo. A Glória observando do seu cantinho o momento exato de entrar em cena. Agradabilíssima sensação de ter contribuído da melhor forma possível para que a noite fosse ao menos feliz. Para todos nós.
19 de dez. de 2006
Façamos (vamos amar)
Cole Porter (Versão: Carlos Rennó)
Os cidadãos, no Japão, fazem,
Lá na China um bilhão fazem,
Façamos, vamos amar.
Os espanhóis, os lapões fazem,
Lituanos e letões fazem,
Façamos, vamos amar
Os alemães, em Berlim, fazem,
E também lá em Bonn;
Em Bombaim, fazem:
Os hindus acham bom.
Nisseis, nikkeis e sanseis fazem,
Lá em San Francisco muitos gays fazem,
Façamos, vamos amar.
Os rouxinóis, nos saraus, fazem,
Picantes picapaus fazem,
Façamos, vamos amar.
Uirapurus, no Pará, fazem,
Tico-ticos no fubá fazem,
Façamos, vamos amar.
Chinfrins galinhas a fim fazem,
E jamais dizem não;
Corujas, sim, fazem,
Sábias como elas são.
Muitos perus, todos nus, fazem,
Gaviões, pavões e urubus fazem,
Façamos, vamos amar.
Dourados no Solimões fazem,
Camarões em Camarões fazem,
Façamos, vamos amar.
Piranhas, só por fazer, fazem,
Namorados, por prazer, fazem,
Façamos, vamos amar.
Peixes elétricos bem fazem,
Entre beijos e choques;
Cações também fazem,
Sem falar nos hadoques.
Salmões no sal, em geral, fazem,
Bacalhaus no mar em Portugal fazem,
Façamos, vamos amar.
Libélulas, em bambus, fazem,
Centopéias sem tabus fazem,
Façamos, vamos amar.
Os louva-deuses, com fé, fazem,
Dizem que bichos-de-pé fazem,
Façamos, vamos amar.
As taturanas também fazem
Com ardor incomum;
Grilos, meu bem, fazem,
E sem grilo nenhum.
Com seus ferrões, os zangões fazem,
Pulgas em calcinhas e calções fazem,
Façamos, vamos amar.
Tamanduás e tatus fazem,
Corajosos cangurus fazem,
Façamos, vamos amar.
Coelhos só, e tão-só, fazem,
Macaquinhos num cipó fazem,
Façamos, vamos amar.
Gatinhas com seus gatões fazem,
Dando gritos de "ais";
Os garanhões fazem;
Esses fazem demais...
Leões ao léu, sob o céu, fazem,
Ursos lambuzando-se no mel fazem,
Façamos, vamos amar.
18 de dez. de 2006
Auld Lang Syne (ou era uma vez uma crônica de final de ano)
“Final de Ano”... Não. Me lembra a propaganda que acabei de assistir. “Natal”... Nem pensar. Tenho amigo agnóstico e ele tem nos visitado regularmente. “Boas Festas!”... Quando penso em “amigo oculto”... Na mãe entregando embrulhos e mais embrulhos de presentes ao filhinho mimado... Me sinto constrangido por quem veio apenas cear conosco e assiste aquele show de exibicionismo. Ostentação. “Boas Festas!” Não serve, porque a minha definitivamente não será. Espero sinceramente que a de vocês, leitores, sejam. Pelo menos alguém nesse mundo tem que estar feliz quando o sino da capelinha soar as doze badaladas. E este seria meu último texto de 2006 para desejar-lhes... Como está difícil iniciá-lo. Talvez seja o frio dos dias (não culpe o tempo por sua incapacidade). Talvez seja a interrupção constante. Perco-me no ritmo do toque da Habanera. Vou mudar o toque desse celular. E vai ser agora.
Reestruturo a introdução. Minha imagem turva no espelho das palavras. Desconheço-me nos verbos das orações. Éramos nada mais do que uma simples mensagem de otimismo. Singela, espirituosa, que fazia jus à minhas pretensões estético-literárias e eu-bússula desorientado a caminho de casa. Irrelevante. Nunca sei mesmo o que escrever. Apago definitivamente a segunda frase. Ritmo atravessado. Havias uns ecos. Ao menos, a narrativa fluía, o pensamento quente, os dedos ágeis e eu agora aqui chorando porcas misérias. Gostei desse clichê. Fica como está. Por enquanto.
Rasgo a folha que já se desmancha de tanto ser apagada. Na bolinha atirada ao cesto de lixo estão minhas frustrações de ontem à noite. De todas as noites desse ano de 2006. (A quem interessa isso, Marcinho?) Porque não existe uma borracha grande o suficiente para apagarmos todos nossos erros passados? Já que não aprendemos com eles. O rascunho atirado na lixeira vinha-se mantendo na inspiração do momento. E o momento agora é outro (o dia também). Deste, sinto brotar uma metalinguagem crônica (vocês já devem ter percebido, não?), mas isso não tem nada a ver com as festividades desse ano de 2006. O texto está longo, maçante, um fracasso. Quando, ao contrário, deveria ao menos inspirar uma virada de ano de alegre, festiva, os amigos se confraternizando, o buffet aberto, espetáculos pirotécnicos e um orgasmo desnorteante.
Volto ao Google. Me falta pesquisa. “Ano Novo”, hmmm... hmmm... hmmm... Escritor romântico. Folclore escocês. Meu Deus! Aonde eu vim parar? Eu queria apenas desejar a todos um excelente ano de 2007. Simples. Fácil. Insosso! Vontade de trancar a porta do quarto e fingir que não há ninguém aqui dentro. E não há mesmo. Definitivamente não há. Nunca houve e nunca haverá. Não pode haver. Todos se foram. Quem permaneceu, cego está ofuscando pela luz da iluminação de Natal. Vocês não imaginam o quanto a Esplanada dos Ministérios está linda. Aquele gramado verde. A chuva fina. Sempre chove. A Catedral flutuando sob um néon azul-vermelho futurista. O cenário nos convidando a celebrar o fim, mas nada tem muito sentido. A felicidade foge à lógica. Embriagar-me de vinho de tinto demi-seco, não surtirá o efeito. Diante a dor da saudade, é melhor estar lúcido para poder assistir de camarote o estado de euforia que toma conta das pessoas durante os últimos dias desse dezembro de 2006. Pode ser que dali surgem elementos para um boa história e eu tenha finalmente o que contar para meus amigos.
16 de dez. de 2006
12 de dez. de 2006
Por que Paris, quando pode ser Belo Horizonte?
Deixei até recado no seu blog ontem...Oi! Havia chegado gente aqui. Obrigado pelo comment. Olá! Oi! Pois é. Obrigado pelo comentário. Qual o trecho do DiCla que mais lhe chamou a atenção? Tudo, cada frase está perfeitamente bem escrita... e além disso, suas coisas têm uma força, um sentimento...Que dia vai se dedicar a um projeto de se lançar mesmo? E que história é esta de outro blog? Estou mais preocupado com o concurso da Câmara dos Deputados. Para que cargo? É um projeto plenamente justificável no qual pretendo reunir amigos que guardam para si impressões sobre os livros que leram e os marcaram muito. hum...Amei o texto lírico do cara do Câmara dos Deputados. Você pode não lançar nenhum livro, mas um fã já tem... rs. Assistente legislativo. Obrigado, Rick. Mas, depois de inflar meu Ego quero saber quem irá estourá-lo, ok? Não quero ser um balão a vagar sem direção. Tá bom, mas é que você é vida inteligente... e convivo com tanta mesquinharia, burrice.. Você é um oásis. Nem estou preocupado com isso. Quero apenas andar de bicicleta no parque num dia de sol forte, até não me restar mais forças nas pernas ou dar umas braçadas numa piscina olímpica de águas translúcidas de tão puras e depois de horas grunhir exaurido pelo salva-vidas. Ou poderia ser de também, escrever até a LER me entortar os dedos. De fato, queria apenas poder praticar até aprender. Se for escrever, melhor ainda. Por isso está produzindo tão bem. Publicado de certa forma, já está. Vivo minha época. Sou semente brotada da blogosfera. Blogger. Não posso falar em publicar, depois de ter lido um pouco da vida de Lima Barreto e Júlio Cortázar. ;) Vou ter que pesquisá-las. A mesquinharia e a burrice não me incomodam, sabemos o que fazer com o lixo, certo? Todo dia surge um novo maquinário para a indústria da compostagem. Sim, mas eu não consigo me manter alheio ao mundo, ainda não achei uma posição, um balcão, um ambiente floral, onde eu possa existir e observar. Simples assim. Muitos escritores da minha geração, já publicados, eu ignoro solenemente. Não acredito que seja manter-se alheio, simplesmente significa dar um novo sentido para tudo que paira nefasto no ar, nos sufocando, nos envenenando, na maioria das vezes, uns contra os outros. Uma coisa que está foda em seus textos é que estão gramaticalmente perfeitos! Antes sobravam ou faltavam umas palavras mesmo... Enfim.. acho que não é questão de nada... é um caminho. Vou sair Marcinho.... quero passar um fds conversando com você. KKKKK... Cuidado. Não aceito de amigos elogios. Ademais, um pouco da sintaxe, somos nós que fazemos. Quando quiseres. Abraço.
E o Rick desconectou do MSN e tive a idéia de publicar nosso diálogo, mesmo sem a autorização dele. Modifiquei algumas frases mas o sentido mantive intocado. Obrigado, querido amigo Rick, pelos gentis elogios e por me lembrar do fascínio que Paris nos causa.
11 de dez. de 2006
"Você fez 18 pontosPró-ativo, empreendedor, criativo, ágil, responsável: seu perfil é muito próximo daquele que as empresas hoje procuram. Contudo, não é por isso que você deve cruzar os braços e esperar, já que nada (e isso você já deve saber) cai do céu. Continue se empenhando em buscar oportunidades, desenvolver cada vez mais suas capacidades de comunicação e de lidar com equipe, que poderá trilhar uma carreira brilhante. E, o que é importante lembrar: não necessariamente na mesma empresa". (grifo nosso)
9 de dez. de 2006
Lanche depois das onze
Antes tivessem sido meus ossos todos fraturados. Pisoteados. Moídos. Incinerados. Lã de carneiro vedando olhares. Cera da Índia tampando sussurros. Não consigo servir em copos o vinho que nos entorpece a mente. Cândida nuvem do céu pós-dilúvio. Linha vermelha onde me escondo. É Brisália. Esse céu me lembra Brisália.
A consciência mais me parece um bate-estacas (expressão em homenagem ao soldado) a me condenar: “bem-feito”, “bem-feito”, “bem-feito”, “bem-feito”. E foi bem-feito mesmo. Meu dique particular preste a se romper. E romperá, chegando no limite da TV em cores que já se apagou e não pagou. Venha, venha, venha sonhar comigo.
Pago um preço muito caro por não fazer concessões. Com a única certeza da única possibilidade no beco lusco-fusco onde pichara meu nome sobre o nome de alguém que finjo desconhecer quando encontro na rua. Kant e o Guerreiro eram namorados. Todos diziam. Galhofas de adolescentes. E éramos mesmos, mas não sabíamos. No máximo, troca-troca. Os Colibris dos Alpes. Viciados em pastilhas coloridas. Azuis lhes facilitavam a felicidade. As vermelhas lhes acalmavam. As verdes de praxe impulsionadoras e as cor-de-rosa, tradução do amor. O drama transformado em tragédia. Três atos. Do meio para o final; ou tudo fragmentado, entrecortado. Ainda não me decidi.
Tampouco decidi, se vou narrar a vitória do macho velho que acabou de despejar-se sobre mim. Mingau de maisena, bebê. Toma que é nutritivo. O dedão do meu pé passeando por uma boca que ora me beijava. Viu porque compensa deixar uma fortuna no podólogo? Nunca adivinho quando o cão aparecerá para marcar seu território. Carece de exatidão. Ele não liga. Pára em frente ao comércio e buzina. A cadela aqui vai correndo abanando a longa cauda castanha felpuda. Digo cadela, porque ele faz do braço uma coleira em volta do meu pescoço e se me enforca, é um detalhe que eu sempre suprimo quando caminho de volta para casa. Volta caminhando? Sim. Não me permito incomodá-lo quando acende o cigarro. É um outro homem escondido atrás da densa fumaça que odeia ser incomodado quando se perde em devaneios. Não o reconheço.
Vou caminhar um pouco. Encontro dois conhecidos, na calçada construída à margem do Lago. Cheio, florido, habitado e navegável. Arqueado, os conhecidos. Eles passam por mim. A esperança das horas. Há tantos barcos a passear pelas águas frias do mesmo lago que sinto vontade de... Chorar? Gritar? Regurgitar? Implorar? Vomitar? Engano-me quando penso assim. Vontade de amar. Lembranças de um pôr do sol quando sodomia não era sevícia. Quando três, quatro, uma guarnição sorria mais que se bronzeava. E se algum dia fui um garotinho desses que se escondem debaixo da cama, é porque acreditei que o desejo poderia me salvar. Acreditei que todas as múltiplas formas eram verdadeiras ou que se tratava apenas de uma brincadeira infantil, mas ele era adulto (mas, eu gostava). Ele bem mais forte do que eu e por isso mesmo. Me erguia, me jogava para cima. Aceitava qualquer palavrão saído daquela boca suja. Virilha fedida. Pé podre. Quem arranharia meu espelho quando eu deixasse as dependências da escola? Podia andar sozinho pelas ruas esburacadas de tanto levar enxurrada na cara. Todos sabiam quem eu era. Os marginais o temiam. Qual o professor atrever-se-ia a recusar minhas pesquisas não solicitadas? As aulas de poesia estavam garantidas. E da janela da sala de aula eu via o portão se abrir, o Escolar. A segurança permaneceria sempre ao meu lado, tomando conta das crianças, dos adolescentes, do patrimônio, do corpo docente. Aquele olhar concupiscente. Papai me deixava sozinho em casa. Eu que me virasse com o almoço e como eu adorava me virar. Eu sabia muito bem o que queria. Me achava o adulto que sabia de coisas que os outros meninos apenas especulavam. Eu lhes narrava detalhes de como era e de como não era. Embora a densa fumaça irritasse nossos olhos. Todas faziam questão de mantê-los bem abertos. Completamente atônitos. A fantasia de sorvete derretia-se antes do meio-dia. Me consideravam o rei.
8 de dez. de 2006
Tenho uma confissão a fazer
De tão descaderado, nada mais me choca. Até que chego em casa e me deparo com a HBO anunciando "para logo mais" o show rodado, mas não datado da Madonna. Daqui a pouco troco de roupa. E de toalha permaneci. Sentado no sofá. Boqueaberto. Bombardeado com o que seria o produto de uma indústria cultural que passa por revolução informacional. (-- Onde vamos parar? -- Não sei, mas conheço quem sabe.) Os estilalhaços dos ragmentos permanecem preso a minha retina. É um todo coeso que Madonna regurgita demagogicamente através de um marqueting virulento. Eu gosto de vê-los rebolando. Rebolo ainda mais gostoso.
6 de dez. de 2006
Virgem santíssima! Quinta-feira e ainda não atualizei nosso weblog. Desculpa-me DiCla, internautas e meus verdadeiros sinceros amigos. Até agora nenhuma novidade concreta. O mesmo café amargo, as mesmas pistas falsas e uma pá de urubu sobrevoando minha vontade de viver na e para.Algumas idéias surgiram, em relação a Balzac (onírico-Brasil-metalinguagem-Ovídio-Dante Aliglieri); em relação a Eros (minorias e maiorias interagindo harmonicamente) e em relação a um novo weblog temático e coletivo. Penso em estreá-lo em janeiro, como tudo que acontece no lado de cá. Antes, preciso, ouvir a opinião da minha sócia. (Sim! Ela aceitou sem pestanejar. Capital somado.) O projeto tornou-se prioritário... (-- E o Senado? -- Sem Arte, não faço política. Preciso me apoiar no ombro de Luís de Camões para adquirir e transmitir confiança. Não vou entrar lá em pele de ovo. Não resisto um dia.) Como eu ia dizendo antes de ser interrompido, esse projeto, o novo weblog, (-- Mas, vc já não tem um outro weblog? Que pelo nos consta, está completamente desatualizado. -- Isa, só um minuto. Depois a gente conversa sobre o erotismo da Montanha. Acompanha caladinha.) Do que eu estava falando, hmmm, hmmm, onde está... "Esse projeto tornou-se prioritário... " hmmm... Então, passei a tarde de ontem no campus (espaços amplos que me levam à euforia, loopings de final de tarde, tumblings no minhocão), rascunhando o tal projeto. Gramado verde, abacateiro carregado de frutos pesados (você está enrolando...) que desafiavam a força da gravidade e a biblioteca insuportavelmente LOTADA! (-- Final de semestre, sempre foi assim. Esqueceu-se? -- Não. Jamais me esquecerei.) Havia neguinho sentado até no chão. Aliás, naquele mármore azul-petróleo eu me refestelaria, Dormiria por horas. Descansaria a mente. Revigorado o corpo. Muriçocas não me incomodariam por fazer das minhas costas -- e braços e pernas e pescoço -- pista de pouso e decolagem. O celular tocaria e não ouviria, mas o substrato era outro. Formigas me picavam a bunda -- o que a Reflexologia explica muito bem; o cheiro da grama me fazia espirrar intermitentemente; a sombra, mancomunada com os cúmulos, me protegia do sol que tentava me convencer a aceitar o convite do rapaz de Botafogo (-- Estou no site da Gol comprando suas passagens, janela ou corredor?) e o campainha do celular, o miado dos gatos selvagens espantava minha concentração. (-- Finalmente, ele chegou onde pretendia. -- Essa história eu já sei. Ele a contou para todo mundo. -- Porque ele simplesmente não escreveu que o cliente o procurou? -- Sei lá! Exibicionismo. -- Oh, neurose!)
-- Alô, Márcio? Aqui é Gustavo da Casa Civil. Está lembrado de mim?
-- Claro, Gustavo! Tudo bem?
-- Tudo jóia e você?
-- Tranqüilo.
-- O pagamento foi feito direitinho?
-- Acho que sim. Minha T. não reclamou comigo. Quando você precisar de alguma coisa é só pedir...
-- Eu quero pedir com você. Estou precisando de umas rosas. Só que dessa vez é para mim. Estou chegando lá loja daqui a pouco.
-- Gustavo, eu estou aqui no campus, mas em quarenta minutos estarei na loja.
-- Mas, disseram que você só voltaria às 18h.
-- Pois é, eu estou aqui apertado com uns trabalhados atrasados. Você se importa em ser atendido pelo Sr. Z.?
-- Quem é o Sr. Z.?
-- Ele é o florista e o proprietário da loja. Foi ele quem fez a decoração do evento. Vou ligar para ele avisando que você está indo lá, ok?
-- Ótima idéia! Muito obrigado.
-- Obrigado a você e me desculpa, viu?
-- Que isso. Tranqüilo.
-- Tchau.
-- Tchau.
Desligou o celular. Difícil era conter o sorriso. (Terá sido uma cantada, Meu Deus? Estou ficando esperto. Carioca. Novinho. Morando só cidade. Deve estar ouriçado. A solidão deve estar enlouquecendo ele. Alguém me quer. Alguém gosta de mim.) Não se concentrou em mais nada. A tarde se perdeu em desvãos. Os devaneios e fantasias dominaram sua mente com pensamentos libidinosos. E o sorriso permanecia sem se importar com as formigas. (De novo?) Fazia tempo que não se sentia tão feliz. Satisfeito. (Meu Deus! E que homem lindo. Aquele perfume. (-- CK One. --D´Issey,). Cinto largo, combinando com o sapato. (-- Marrons de superfície lisa. Sem costura aparente. -- Imagino.) A camisa com os punhos dobrados. (--Azul-clara lisa. Fly Cotton . -- O que está acontecendo com ele hoje? -- Não faço idéia.) Decidiu ir embora. Na cama seria o local certo para sonhar.
3 de dez. de 2006
O Às e o tédio
De tudo desprendido da minha pele, não sentirei da fumaça orgânica a saudade assintosa. Sou o cão de companhia a cheirar testosterona alheia. Voou longe meu desejo. Faltava-me sangue no cóccix. (Problema doce seu) O Grave me ajudou. Palavras tolas de tão hesitantes. Compromissos assumidos na tarde diluída na água do sanitário. Só Deus por mim. Talvez telefone para o Pedreira. Certamente não o farei. A promessa do cabo da tonfa surpreendeu-me. Então a idéia planava na imaginação da classe? Muito mais. Foi uma proposta aceita sem hesitação.
2 de dez. de 2006
Era um fevereiro lunar. Minha identidade diluída em álcool barato tentava submergir entre espelhos e pilastras. Copos sujos de tão embaçados emaranhados debaixo da mesa denunciavam nossas piores intenções. Marcas de dedos a comprometer o colarinho azul-claro que se soltava na pressão do polegar contra o indicador. Azul, os olhos; claro céu. Meus cabelos eram rédeas nas mãos do estranho (que mais tarde viria, a saber, quem era). Três da manhã e eu completamente comprometido numa experiência etílico-narcótica. Psicotrópica, enfim. (Eis uma confissão que nem à amiga Dra. Psiquiatra, contei). Beijos musculosos de bíceps hipertrofiados tentavam me convencer a provar da uréia anabolizada. Resquícios. Se fosse semiótica eu aceitaria. Não lhe disse isso. Provocar seria demais. Um apetite descomunal para o pouco de mignon estruturado que eu era. Meu sofrimento traduzido em dor, embora o sorriso me convencesse a entregar-me a luz que refletia no espelho. Essa não me ofuscava. Marcas de mordidas no calcanhar denunciando o quê? Nem satisfatório, por causa da culpa beatificada. Ela me corrói. Estacionada. “Essa tua cintura, é o que tens de mais gostoso”. Era a primeira vez que ouvi um elogio-azeitona. Engoli. Mantenha-me imobilizado junto à cama, poderia lhe suplicar, mas sufocado com uma mangueira de sucção a me lavar o estômago, eu tentava exprimir o máximo de prazer que já não mais sentia, nem poderia. Meus dias de masoquista, definitivamente, haviam sido queimados num beco do conjunto D, em frente à casa 14, numa Guariroba que não mais me reconheceria, nem eu à ela. Vamos fazer novas fotos De Leite... Preciso ir ao banheiro mijar toda cerveja de ontem à noite. De tudo que já foi feito, tomemos posse da nossa herança. (Depois encaixo isso. Volto mais tarde, leitores, minha consciência pesa por não estar lendo Balzac)
— O que você está lendo dele?
— A Comédia Humana. Estou na biografia ainda.
— E o que está achando.
— Necessário.
1 de dez. de 2006
Tampouco entendo de flores, meu amigo Neto, apenas me encaixo na situação ilustrada "em terra de cego quem tem um olho é rei". Toco minha flauta, atraindo ratos que não são os cinzas (aqueles que me proporcionam delírios oníricos), mas amarelados de tanto queijo roubado comido. Aceito resignado aquele meu quinhão.