20 de jun. de 2008

Olho de porco e a ausência de mim mesmo

Nos caminhos de rato me perdi. Outra sessão de algema chinesa durante o desemborcar da madrugada. Foi bom para você? O pancadão esteve no ritmo certo. As lapadas sufocavam gemidos oriundos de um pensamento cartesiano. Sempre correto, sem risco. O único perigo seria se aparecessem formigas dispostas a tatear humanos. Minha pele aberta à labaredas. Escutasse o amigo. Achei que nunca mais fôssemos nos encontrar novamente. Jamais poderia ir para casa, me deitar no perfume do travesseiro, sem antes , sob o flash intermitente da lua, encontrar quem não se importaria em ser esparrar num estacionamento de shopping. Aqui está muito aberto. Há câmaras por todos os lados. Se aparecerem os seguranças, a gente sai calmamente. Não estamos fazendo nada que um casal de namorados não fariam. Aqui o anonimato nos proteje, lá nos isenta de culpa. Nunca te vi. Não sei quem você é. Os três rapazes se encaminham para a cerca. Mais de dois rapazes reunidos? Devem estar indo fumar maconha. Hi, hi, hi. A libido diminuída por causa do frio (?) Quinze graus celsius. Podia ter sido vinte e dois de cada lado (aroeira) e mesmo assim voltaria para casa cabisbaixo. Escrever sobre minhas safadezas não alívia. Nem tenho essa intenção. Quero apenas o registro: o perfume falhou em todas suas etapas. A brasa entre os dedos foi o diferencial.

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