10 de jun. de 2008

Borrada se apresenta minha essência. A lente escraviza minha alma. Tal qual, caju com rapadura. Que os fúteis ardem em qualquer um dos círculos do inferno de Dante. Eles e suas visões restritas do mundo. Gostos mesquinhos. Paladares dictomizadores. Abomino quem só ouve um estilo de música. Cago em cima de quem só come sushi. Literalmente. Literalmente. Depois berram em alto-falantes: viva a pluralidade. Viva o multiculturalismo. Viva a porra que sai pelo nariz quando deveria escorrer goela abaixo. Longe de mim a homofobia. Até defendo que ela deveria ser criminalizada. É que me irrito com quem só sabe conversar sobre carros, esportes e homens ou com quem só sabe conservar sobre museus, galerias ou sobre os desfiles da Fashion Rio. Quem vem? Quem não pode estar presente. Por quê? Talvez eu esteja sendo moralista. A pilha de livros derruba a impressora. Perco os sentidos. Gotas são comprimidos debaixo da cama. E a saudade vai dentro do pacote entregue ao carteiro. São fotos, cartas, chips, o patuá, o crucifixo benzido. A Roma de todos nós. Me desfaço de tudo. O limoeiro floresce, a vida se reinicia. Boa sorte. Adeus. E se ele aparecer na minha porta chorando. Convido-lhe para entrar. Ofereço um capuccino brasileiro. E entrego o calção de banho, esquecido no varal. Branco. Gastei quase uma caixa de anil. Para quê? Por quem? Namorados se desentendem na porta da igreja de Santo Antônio. Os amantes se mutilam no estúdio de tatuagem. Quanta diferença. Daqueles se cospe. Destes se engole.

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