10 de jan. de 2005

O e-mail ainda não chegou na caixa de entrada. O que a pessoa está achando? Minha próstata se derrama sempre quando me lembro da impossibilidade de tê-la dentro de mim novamente. Não vou dar orçamento nenhum, não agora. Preciso me convencer a não beber da leitosa resina que escorre do Carvalho. Estou cansado de banheiros fedendo à creolina.
Devia se tratar de uma neurótica ansiosa, que nem tão bonita era. Se fosse meu número, teria ligado no outro dia mesmo. Teria lhe respondido imediatamente a mensagem. E minha glândula me sufocando impiedosamente. Porque não encontro conforto nos corações impuros? Será que todos nos postinho só estão à procura de alívio? Minha vontade era ir ao bar, tomar todas as porrinhas disponíveis e me despir de todas as convenções impostas. O que me interessa o que o Lula diz ou deixa de dizer!
Eu quero cavalo branco galopando sem ar em minha direção. Me atropele. Me faz de paçoca, sem antes confessar que me quer amanhã cedo acordando ao seu lado. Me ame, mas não espere por concessões minhas. Ainda bem que vai chover. Na grama molhada, não terei de me ajoelhar. No banheiro imundo não vamos fazer amor. (Amor?) Nem eu nem ninguém. O idiota do diplomata me agradecendo o arranjo de acácias. Deve entender muito de política internacional, porque de flores não sabe nada.
Eu também não sei nada. Nada sobre como andar de mãos dadas no shopping. Cansei, em casa continuo. Se alguém souber de um amigo disponível, me escreva. Seja cupido! Pode ser qualquer pessoa neurótica, boca murcha, fedendo à cachaça. Só não pode ser a pessoa. Quem não a quer mais sou eu.
Também não pode ser quem eu idealizo quando me escondo debaixo do travesseiro. Então, não é qualquer pessoa? Não enche! Pode ser o pernilongo que me atrapalha a concentração. Pode ser a camisa azul-turquesa que me interrompe para perguntar o preço das phalaenopsis. Só não pode ser eu.

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