7 de jan. de 2005

Quente saliva me escorre pela coluna. Saio do carro sem me despedir de Ninguém. Voltei para lhe dizer: presentes foram rasgandos diantes de parentes. Ele é louco, ouvi não sei de quem. Esquece, Marcinho. Esquece. Entrega-me algum manuscritos até dezembro, foi sussurado por quinze minutos na nuca suada, mordida e bronzeada. Minhas costas ainda arde. Único compromisso assumido. Arder-se até quando as floreiras sorrirem. Sou cozinheiro sem canela para temperar o arroz-doce. Vou precisar de muita calda de figo para chegar até o ponto final. O saculejo do ônibus me revira os pensamentos dentro de mim. A comida será servida crua mesmo, problema de quem queimar a língua. Não se apressa o fogo que me leva de volta às cirros-nimbus. Respeito a precisão com a qual o poeta corta as estrelas, mas ao observar o céu, não vejo caminho de volta. Solfejando no escuro até o despertador me chamar. Os labirintos revestidos de políticos hábeis me convencem a vender educação. Sim, senhor. Vou buscar o óleo de amêndoa.

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