Por fim cheguei ao apartamento onde ela morava e constatei que a placa na entrada, quando a olhei, indicava ambiguamente -- igual ao resto de nós -- que ela tanto estava lá quanto fora. À sua porta, bem no último andar do prédio alto, toquei a campanhia e bati, esperei e sondei; ninguém atendia; eu já começava a me perguntar se as sombras morrem, e como poderiam ser enterradas, quando veio uma criada gentil abrir a porta. Mary V. tinha estado doente por dois meses; morrera ontem de manhã, na mesma hora em que eu gritava seu nome. Nunca mais, assim, hei de encontrar sua sombra.Woolf, Vírginia. Contos Completos. Trad. Leonardo Fróes. CosacNaify.1ª Ed.
10 de fev. de 2011
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