26 de mar. de 2005

Faixa-preta me servindo de lençol. Fios corrosivos escorrendo pela janela do quarto. São 3h17. A chave na ingnição mostra-lhe que estamos na curva do atraso. Morangos azuis nos servem de assento para aguçar o tato. Dedos percorrem-lhe os lábios. E mesmo ressentido, ele aceita as desculpa de sal quente, todas elas arrepiadas. Mordo-lhe o supercílio, na esperança de estancar o sangue; beijo-lhe os lábios na esperança que a sorte retorne. Ele é um finalizador. Eu, desmetido mentiroso, fetichista safado. Nunca amei ninguém que não fosse a mim mesmo. O colega dele ri do meu cabelo amassado. Ele acredita que eu havia sido sedado com o suor que pingava do Vela. Indiferente, levanto-me com a desculpa que ir buscar mais gelo e esparadrapo.

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