14 de mar. de 2005

Pára esse carro, agora! Na agonia da aflição, gritei. Como se fosse fazer diferença. O verso jazia estendido sobre o asfalto, quilômetros atrás. Estúpida tentativa de resgatar uma lembrança de sábado à noite. É melhor limpar o olhar de ódio que mascara minha feição e continuar procurando entender como ele pode deixar gravado na caixa postal do meu (nosso) celular, versos de Vinícius de Morais. Desculpem-me! Mais clichê impossível. Sou amante, não cúmplice. Na tentativa de fazer poema, neste Dia da Poesia, saiu-me a fatídica prosa que me mata aos poucos. Um murro no peito, meu boné no chão. De que me adianta tanto Bilac, se nada assimilo? É simples compor versos, basta escrever, dissera Clarice Lispector, disfarçada de Joana. Para Manuel Bandeira não seria bem assim e Carlos Drummond de Andrade nos ensinara que não interessava a inspiração, e sim a luta. Mas do que eu estou falando? Sou o cirrocúmulos no rebordo da chapada, observando o mancha de sangue no asfalto liso de tão novo, a procura da diferença da soma da multiplicação. Me compliquei! Resignado, resolvo encaixar um "aliás" neste post, dependendo da entonação, sinto orgasmos sem ejaculação.

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