12 de mar. de 2005

Sim! Eu fui atrás de proteção. Antes do sol sorrir, minhas mãos seguravam firmemente a nuca de uma pessoa que eu nunca havia visto antes. Se eu tivesse numa boate, este comportamento seria compreensível. No zoólogico não era. Da última vez que me entreguei sem ressalvas, fui convidado a desfrutar um banho hidromassagem, nesses motéis de onde podemos complentar o perfil das naturezas mortas. Desta vez, haveria de diferente. Minha abstinência compulsória ressultaria no efeito esperado. Eu estava puro. Ninguém, nada, convenceria a quebrar meus votos. Sou o mesmo tolo de ontem de manhã. Sapatos combinando com cinto, me fascinam. Calça de brim bege com camisa salmão me desnorteiam. Eu precisa fugir da corrente que me acariciava. Aço cirúrgico? Ouro branco. O brinco arrematava o bom gosto do Pessoa. Que mal haveria apenas relaxar sob corpo, pura canela. Era a terceira tentativa em menos de três meses. Pena que este, seja tão possessivo. Ainda sim, prefiro a ele do que me lamentar pelos longos fios de cabelos loiros que não encontro mais na pia do banheiro, quando vou escovar os dentes. Talvez, ela, a loira, fique feliz em saber que estou tentando superar a impossiblidade de tê-la ao meu lado na cama, assistindo As Horas.

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