29 de jun. de 2004
28 de jun. de 2004
Mais nervoso que os candidados a andar de pé virado eu lamentava. Na academia se aprende a ler e escrever em mandarim, por que em hindi, supõem-se, que já se saiba. No restaurante vegetariano será preciso distinguir artelhos de grilo de tortas de bananas nanica e a fumaça que sair da sala ao lado, não será necessariamente de carburador envenenado. Uma pausa por um pouco de privacidade.
Minha prima achou que eu seria mais revelador na carta. O que ela quer saber, afinal? Ela não entenderá que felação é um esporte que pratico sem as mãos. E deixo que as nuvens entremeiem minha nuca, minhas costas, meu dorso. Permito que meus dedos calmamente deslizem pelo teclado projetado. Os pedaços me chamam de volta, eles me clamam numa amálgama amarela. Lençóis que ontem me serviram, hoje me amarram para que eu cumpra licenciosamente meu papel de concubina. Observo a nota de vinte dólares esquecida debaixo da cama, rezando para que o Novidade não a veja. É mais que um suco de graviola. Meu rascunho de hoje sem elogios.
Copos ensebados emborcados numa bacia de vinho tinto seco é a única coisa que transpiro. Era eu um australoptecus recheado para o almoço, tendo que responder ao Novidade por onde andaria o Corno. Eu ri obrigado, perguntei-lhe por quantos tempo eles permaneceriam no morro. Ouvi um depende que não me convenceu de nada e o barulho da taça se espatifando no chão. Fez-se uma poça de vinho, que muito bem podia de sangue.
Minha prima achou que eu seria mais revelador na carta. O que ela quer saber, afinal? Ela não entenderá que felação é um esporte que pratico sem as mãos. E deixo que as nuvens entremeiem minha nuca, minhas costas, meu dorso. Permito que meus dedos calmamente deslizem pelo teclado projetado. Os pedaços me chamam de volta, eles me clamam numa amálgama amarela. Lençóis que ontem me serviram, hoje me amarram para que eu cumpra licenciosamente meu papel de concubina. Observo a nota de vinte dólares esquecida debaixo da cama, rezando para que o Novidade não a veja. É mais que um suco de graviola. Meu rascunho de hoje sem elogios.
Copos ensebados emborcados numa bacia de vinho tinto seco é a única coisa que transpiro. Era eu um australoptecus recheado para o almoço, tendo que responder ao Novidade por onde andaria o Corno. Eu ri obrigado, perguntei-lhe por quantos tempo eles permaneceriam no morro. Ouvi um depende que não me convenceu de nada e o barulho da taça se espatifando no chão. Fez-se uma poça de vinho, que muito bem podia de sangue.
26 de jun. de 2004
Mude
Mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances!
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.
Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado,
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.
Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
Arrume um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda!
Edson Marques
Mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances!
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.
Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado,
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.
Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
Arrume um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda!
Edson Marques
25 de jun. de 2004
O maleiro é pequeno para guardar minhas malas vazias. Vamos ter que comprar um guarda-roupa novo. Essa é minha única preocupação agora. Posso permanecer, traqüilamente, deitado na cama sem pensar em me levantar. Jogo as cobertas longe e me entrego às minhas obrigações. Pego o livro (que está nesse momento confortavelmente descansando no meu colo) e vou até o computador responder minha correspondência. O Naz me dissera que resolveria meus medos com um simples telefonema. E não é que resolveu? Não tenho uma janela com vista para o mar, conforme me prometera. Em compensação, ele tem vindo almoçar comigo todos os dias. Sou um homem feliz, tomado por um medo de estar vivendo o dia seguinte do final de um conto-de-fadas. Vou preparar lasanha com brócolis para gente. Será que vinho tinto seco combina com massa? Depois penso nisso, deixa eu fazer uma pesquisa no Google.
19 de jun. de 2004
18 de jun. de 2004
Dicla?! És tu? O que aconteceu contigo? Às vezes, quase sempre, não te reconheço nas tuas entranhas. Hoje de madrugada, por exemplo, passei por ti e nem percebi que estavas mais robusto, com pele de quem toma suco de brócolis com levedo todos os dias antes de ir para a escola. Era um sonho. Avenida larga com muitos carros apressados e outros diaristas tentando atravessá-la. Do outro lado da pista, bem longe, acenavas para mim, entusiadamente, como se nós nos falássemos todos os dias. Então, acordei, mas continuei no sonho e ao meu lado o Naz ressonava, melodia para os meus olhos. Levantei-me para enxagüar a boca e o que se seguiu, me dou o direito de me censurar, por enquanto.
16 de jun. de 2004
Sou extremamente cético em relação à celebrações. Vou tentar, eu disse tentar, incorporar o Stephen Dedalus e prestar muita atenção em tudo que será lido e comentado. Meu bloquinho de anotação vai junto, ele sempre me é fiel; muito diferente de uns-e-outros que jura me amar. Puta-que-los-pari!... Eu tinha que me lembrar do canalha. Um dia tão joyceano de muita névoa fria e úmida e eu me lembrando de uns olhos esverdeados semi-escondidos sob pálpebras inchadas. Balaclava nenhuma deveria ter sido usada para abafar o som das palavras. Que dificuldade a dele para dizer claramente eu-te-amo.
Enquanto tento arrancar esse post do teclado, meu pai -- que está lendo o jornal-- me diz que os gays são 10% da população na capital federal . Ok, paizinho! -"E os bissexuais? E o pessoal da Marinha? E os do Itamaraty? Sem contar os enrrustidos?" alertei-lhe. Se for feito um levantamento sério, chega-se a 50% da população. Eu não disse isso, só pensei. Mas não quero pensar em levantamentos estatísticos hoje, não hoje. A galera vai ter um Dedalus bem-humorado. Finíssimo nas palavras. Espero que percebam.
Mudando de assunto antes de partir, ontem os tambores do Olodum estiveram no campus da UnB. Nem vi, pois, alguém nesse país, ou melhor, cinco alguens tinham que apresentar um seminário sobre conservação de recursos hídricos. Quanto a isso, nada demais. Transparências, datashow... epa! Minimizar! Tem gente me rondando.
Fui no site do Inpe só para disfarçar e acabo de saber que hoje fez 13ºC. 13°C! E eu dormindo sozinho. Eu ainda mato o safado. Mato à facada, dessas de cortar pão. Vai ser um pouquinho complicado, mas extremamente prazeroso vê-lo assustado com a faquinha serrando a pontinha do calcanhar. Ninguém vai sentir falta de um torturador no armário. É o que não acredito. Mas tarde eu volto para revisar-te, texto, minha carona chegou.
15 de jun. de 2004
Três casacos de lã não conseguem me aquecer. Na realidade, o que está me trincando é a ausência de um mísero telefonena; um mísero telefonema dizendo: "-Oi, amor! Chateado comigo?" Claro que estou, mas ao ouvir as cordas baixo vibrarem, esqueço tudinho. E volto a ser aquele menino feliz que trocava os "b" por "v" sem nem se dar conta que viria se se tornar um pedante de calcanhares virados. Percebo um sujeito mal posicionado me fotografando enquanto revolvo o gramado.
Desconfio que seja alguém do Fornazze, para descobrir que não se tratava nada disso. Era apenas um alemão a fotografar o cotidiano de um anônimo. Daqui a pouco estarei no Teatro Nacional, ou melhor, minha imagem será exposta juntamente com mais centemas de imagens forradas de banalidades. Espero que meu coração deformado não espante os visitantes.
A Maria Beatriz não entende, quando explico que a distância mantem os corações deformados de tão esquecidos. Ela ri e chora e ri mais ainda. Não consegue controlar as gargalhadas que mais parecem uma convulsão. E me pergunta a quantas anda os contatos com as editoras. (Se eu soubesse que o bolo de chocolate teria esse gosto, não teria aceitado o convite.) Expliquei-lhe (como se ela não soubesse) como elas se comportavam, pepepê, pepepê, papapá.
Minha amiga, refeita em seriedade, me sugeriu uma editora caseira, que eu bancasse uma pequena tiragem e distribuísse aos amigos mais próximos. Eu não estava ali para trocar amenidades. De pequenos, me bastam os meus pés. Nunca me preocupei em publicar, até porque estou muito satisfeito com o vir-a-ser do ciberespaço. Continuo depois, está muito frio aqui e o café já está sendo servido.
P.S.: Tenho vontade de cortar metade do que escrevi, mas esse texto não mais me pertence. Nunca me pertenceu.
Desconfio que seja alguém do Fornazze, para descobrir que não se tratava nada disso. Era apenas um alemão a fotografar o cotidiano de um anônimo. Daqui a pouco estarei no Teatro Nacional, ou melhor, minha imagem será exposta juntamente com mais centemas de imagens forradas de banalidades. Espero que meu coração deformado não espante os visitantes.
A Maria Beatriz não entende, quando explico que a distância mantem os corações deformados de tão esquecidos. Ela ri e chora e ri mais ainda. Não consegue controlar as gargalhadas que mais parecem uma convulsão. E me pergunta a quantas anda os contatos com as editoras. (Se eu soubesse que o bolo de chocolate teria esse gosto, não teria aceitado o convite.) Expliquei-lhe (como se ela não soubesse) como elas se comportavam, pepepê, pepepê, papapá.
Minha amiga, refeita em seriedade, me sugeriu uma editora caseira, que eu bancasse uma pequena tiragem e distribuísse aos amigos mais próximos. Eu não estava ali para trocar amenidades. De pequenos, me bastam os meus pés. Nunca me preocupei em publicar, até porque estou muito satisfeito com o vir-a-ser do ciberespaço. Continuo depois, está muito frio aqui e o café já está sendo servido.
P.S.: Tenho vontade de cortar metade do que escrevi, mas esse texto não mais me pertence. Nunca me pertenceu.
14 de jun. de 2004
Tu te lembras do Big Brother 4? Do tanto que os participantes e o público criticava a canditada Solange? Eu ficava angustiado por que não tinha argumentos para defendê-la. Não que ela precisasse da minha defesa. Mas eu sabia que deboche contra o forma que ela se falava estava recheado de ignorância. Pois bem, como havia dito Prima Justina à Capitu: "Não precisa correr tanto; o que tiver de ser seu às mãos lhe há de ir". E veio à minha. "Preconceito Lingüístico:
O que é? Como se faz?" Loyola, 2003, 27ª! Edição.
As palavras do professor Bagno me serviram de luva, apertada, mas luva:
"Eu confesso que sinto muito prazer ao ler (ou ouvir) um texto cheio de 'erros de português' -- mas com idéias originais, inovadoras, coerentes, bem expressas --, um texto isento de preconceitos e de idéias rançosas, com todas as regências cultas respeitadas, todas as concordâncias verbais e nominais, mas repleto de intolerância, de deboche, de sarcasmo, de concepções degradantes e por aí a afora."
E pensar que eu estou sendo pago para resenhá-lo. Trabalhos assim, eu faço de graça; sem perceber que já era domingo e o telefone se negara a tocar para mim.
O que é? Como se faz?" Loyola, 2003, 27ª! Edição.
As palavras do professor Bagno me serviram de luva, apertada, mas luva:
"Eu confesso que sinto muito prazer ao ler (ou ouvir) um texto cheio de 'erros de português' -- mas com idéias originais, inovadoras, coerentes, bem expressas --, um texto isento de preconceitos e de idéias rançosas, com todas as regências cultas respeitadas, todas as concordâncias verbais e nominais, mas repleto de intolerância, de deboche, de sarcasmo, de concepções degradantes e por aí a afora."
E pensar que eu estou sendo pago para resenhá-lo. Trabalhos assim, eu faço de graça; sem perceber que já era domingo e o telefone se negara a tocar para mim.
10 de jun. de 2004
9 de jun. de 2004
Diário de um Detento (Não é que existe o tal diário mesmo! Sabia que o Rapper não era autor daquelas frases.)
Com o objetivo de manter a pudicidade de uma conhecida, vizinha desconhecida até então, omiti uma frase na mensagem anterior. Tornei-me, assim, no imaginário cibernético, um fedido fio-dental que sai de uma boca brocada de cáries profundas. Esquecer o cheiro salgado que paira sobre a mata ciliar do Jardim Botânico me provaca alucinações. Tinha ou não, ela, três mamilos? Odeio me fazer de macho; tenho a absoluta sensação de fazer tudo errado. Nem as cores das rosas que agora lha envio sou capaz de escolher.
8 de jun. de 2004
7 de jun. de 2004
Eu havia desistido da noite de sábado. Mas fui salvo pela minha mania: Provocações ->EdmarLux -->Desafiat
Decidido, abri o portão. A madrasta me servirá de personagem. Vagarosamente o Vectra saiu. A porta do passageiro aberta. Encaixo-a com precisão, quase com carinho, sem precisar batê-la. Minhas cicatrizes se coçando como se quisessem me alertar para a multiplicação do vírus. É gripe, disse, após espirrar. Resfriado, vim saber mais tarde. Mas isso não importa. Ontem, antes de te atualizar, Dicla, (como podes ver, o que acabou não ocorrendo) fui buscar inspiração na minha correspondência... Não sei quem telefonou para a Adriana (vou matar o filho-da-puta, quando descobrir). Várias mensagens vindas dela para me fazer mostrar os dentes; sinceros. Ela sempre os quis assim. Convites e promessas que nunca se concretizarão, porque não se realizaram quando nos almoçávamos com as mãos. Imagens e poemas através do MSN. (Foi uma tortura fazê-la dizer qual era o site.) Diante tanta atenção, esqueci-me de agradecê-la. Bobagem, me diria, pessoalmente. É verdade! Dispensamos essas formalidades babacas. Para constar: ela salvou minha semana. Por isso a amo de um jeito que só ela gosta. Agora, sou um coelhinho a manter uma leoa dentro da minha toca. Felina disfarçada de madrinha. Fada destituída de poderes. Minha Catherine Zeta-Jones... o luar nunca foi suficiente para ela.
4 de jun. de 2004
A Doutora me pediu que fizesse os exames, para ao menos saber como eu estava. Se eu iria tratar ou não, era uma decisão pessoal minha, que ela muito respeitava. Enquanto ela me confundia com terminologias para lá de técnicas, imaginei uma lágrima escorrendo do rosto da auxilar de enfermagem que nos acompanhava. Era uma parafina louça de tão alva de lisa. Abastecido, zarpei; tranqüilo, diferente de três anos atrás.
Klick Escritores (profissionais a explicar porque escrevem.)
Academia Brasileira de Letras (outros a acompanhar a modernidade.)
Academia Brasileira de Letras (outros a acompanhar a modernidade.)
O sanduíche de ovo me desceu saboroso ao ouvir o discurso do presidente do Supremo. Me parece que o Monte Olimpo vai, ao menos, tremer. Saí do gabinete tropeçando nos papéis de bombom distribuídos na noite passada. Eu tinha presa, o seminário já começara. Não sei porquê usar transparências em tempos de data show.
3 de jun. de 2004
A Tatah me dissera que a seco eu não conseguiria. Fui consultar o Otton. Ele me explicara que o tempo gasto não conpensaria o esforço. Será preciso de outra fórmula para fugir de casa? A terapia familiar mostrou-se improdutivo. A Mah correra ao ouvir minha voz. Mesmo assim me pronunciei: -- Eu sinto que só o fato de eu estar aqui te incomanda. -- disse à ela que se retirou, furiosa, da cozinha, indo diretamente para o seu quarto, sem concordar ou discordar da minha conclusão. A Pesinho me alertara que eu não precisava ser tão dramático. Mas ela não deu razão à Mãe, nem a mim. Enquanto lavava a louça, ela me olhava como sem querer. Será que sentira minha alma chorando? Pela intensidade dos seus olhos arregalados, acho que sim. Mas eu não chorei, seria falso de mais. Depois continuo, Dicla, alguém nesse país tem que fazer algo que gosta. Lá vou eu com meu mapeiro analisar as curvas de nível de São Sebastião. Talvez de tarde eu volto para lhe contar como consegui dinheiro para comprar as cartas topográficas. Já lhe dissera, lembra? Só não mato, nem roubo; o resto que Deus me perdoe o que eu já nem sei mais se é pecado de tão gostoso que é.
P.S.: Dicla, sei que se encontra ocupadíssimo. Mas no espremido de um segundo, faz um carinho, me escreva. Não quero ter que me envolver nos braços homicidas do fulaninho para compensar o tua ausência.
P.S.: Dicla, sei que se encontra ocupadíssimo. Mas no espremido de um segundo, faz um carinho, me escreva. Não quero ter que me envolver nos braços homicidas do fulaninho para compensar o tua ausência.
2 de jun. de 2004
Dicla, desde a semana passada o Pirox tem me enviado historietas para me animar. Eu já estava, seriamente, pensando em bloqueá-lo, mas eis que chegou essa. Tudo a ver com os conflitos da segunda-feira passada.
As pessoas sempre me pedem uma explicação sobre o que é, exatamente, Marketing. Na prática é o seguinte:
Você vê uma mulher numa festa. Você vai até ela e diz: "-- Eu sou Foda." Isto é Marketing Direto.
Você está numa festa com um grupo de amigos e vê uma mulher. Um de seus amigos vai até ela e, apontando para você, ele diz: "-- Ele é Foda!" Isto é Publicidade.
Você vê uma mulher numa festa. Você vai até ela e consegue o seu telefone. Você liga no dia seguinte e diz: "-- Oi! Eu sou Foda!" Isto é Telemarketing.
Você vê uma mulher numa festa. Você se levanta, ajeita o cabelo, vai até ela e diz: "-- Com licença." e ajeita a alcinha do vestido dela, roçando de leve no seu braço e conclui: "-- A propósito, eu sou Foda."-- Isto é Relações Públicas.
Você está numa festa. Uma mulher se aproxima de você e diz; "-- Me disseram que você é Foda." Isto é Reconhecimento de Marca.
Você está numa festa e vê uma mulher. Você a convence a ir para casa com seu melhor amigo. Isto é Representação de Vendas.
Seu amigo não a satisfaz e ela liga para você. Isto é Suporte Técnico.
Você está indo a uma festa quando você se dá conta que poderia haver um monte de mulheres em cada uma das casas pelas quais você está passando. Você sai do carro e do meio da rua grita bem alto: "EU SOU FODA!"-- Isto é Spam."
Preciso rir, bem aberto, bem solto, para espantar a possibilidade da chuva nas maçãs das bochechas.
As pessoas sempre me pedem uma explicação sobre o que é, exatamente, Marketing. Na prática é o seguinte:
Você vê uma mulher numa festa. Você vai até ela e diz: "-- Eu sou Foda." Isto é Marketing Direto.
Você está numa festa com um grupo de amigos e vê uma mulher. Um de seus amigos vai até ela e, apontando para você, ele diz: "-- Ele é Foda!" Isto é Publicidade.
Você vê uma mulher numa festa. Você vai até ela e consegue o seu telefone. Você liga no dia seguinte e diz: "-- Oi! Eu sou Foda!" Isto é Telemarketing.
Você vê uma mulher numa festa. Você se levanta, ajeita o cabelo, vai até ela e diz: "-- Com licença." e ajeita a alcinha do vestido dela, roçando de leve no seu braço e conclui: "-- A propósito, eu sou Foda."-- Isto é Relações Públicas.
Você está numa festa. Uma mulher se aproxima de você e diz; "-- Me disseram que você é Foda." Isto é Reconhecimento de Marca.
Você está numa festa e vê uma mulher. Você a convence a ir para casa com seu melhor amigo. Isto é Representação de Vendas.
Seu amigo não a satisfaz e ela liga para você. Isto é Suporte Técnico.
Você está indo a uma festa quando você se dá conta que poderia haver um monte de mulheres em cada uma das casas pelas quais você está passando. Você sai do carro e do meio da rua grita bem alto: "EU SOU FODA!"-- Isto é Spam."
Preciso rir, bem aberto, bem solto, para espantar a possibilidade da chuva nas maçãs das bochechas.
1 de jun. de 2004
Dicla, a arame-farpado me vez perder o último post que eu havia escrito para você. Eu ainda a transformo numa personagem. Aliás, o sai-daí-agora-que-eu-quero-usar-o-computador merece um post repleto de grosserias. Vejamos. Daqui a pouco vou para sobreloja e poderei, com mais tranqüilidade, lhe contar sobre o tumulto de hoje de manhã aqui na loja. Minhas antenas parabolicadarás captaram atenta as falas, os choros e os gritos sufocados da Mah e do Pah. Gaia contra Cronus. Estou até agora a aplaudir. Meus personagens agem por si só.
E isso me deixa livre para entender a vulnerabilidade que recebo de presente... De quem? Da Mah, ora essa. Tudo de ruim que me acontece é culpa dos peitos-duros-de-leite dela. Dicla, você se lembra de quando nos escondíamos atrás do guarda-roupa? Desde daquela época, ela nos obriga... Posso exagerar um pouco, mas você não tiraria minha razão, ou tiraria? O fato é que se ela me chamar para conversar, minha sinceridade será bem fundamentada. Tenho aprendido, com o Naz, a dizer não . Aliás, cheguei onde queria, até agora não consegui obter informações sobre o rebelião em Benfica. Será que a Força-tarefa participou? Não encontro nenhum conhecido confiável que me possa esclarecer essa dúvida. Acho que é por isso que hoje acordei molhado. Não foi apenas um sonho. Foi saudade mal curada.
E isso me deixa livre para entender a vulnerabilidade que recebo de presente... De quem? Da Mah, ora essa. Tudo de ruim que me acontece é culpa dos peitos-duros-de-leite dela. Dicla, você se lembra de quando nos escondíamos atrás do guarda-roupa? Desde daquela época, ela nos obriga... Posso exagerar um pouco, mas você não tiraria minha razão, ou tiraria? O fato é que se ela me chamar para conversar, minha sinceridade será bem fundamentada. Tenho aprendido, com o Naz, a dizer não . Aliás, cheguei onde queria, até agora não consegui obter informações sobre o rebelião em Benfica. Será que a Força-tarefa participou? Não encontro nenhum conhecido confiável que me possa esclarecer essa dúvida. Acho que é por isso que hoje acordei molhado. Não foi apenas um sonho. Foi saudade mal curada.
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