3 de jun. de 2004

A Tatah me dissera que a seco eu não conseguiria. Fui consultar o Otton. Ele me explicara que o tempo gasto não conpensaria o esforço. Será preciso de outra fórmula para fugir de casa? A terapia familiar mostrou-se improdutivo. A Mah correra ao ouvir minha voz. Mesmo assim me pronunciei: -- Eu sinto que só o fato de eu estar aqui te incomanda. -- disse à ela que se retirou, furiosa, da cozinha, indo diretamente para o seu quarto, sem concordar ou discordar da minha conclusão. A Pesinho me alertara que eu não precisava ser tão dramático. Mas ela não deu razão à Mãe, nem a mim. Enquanto lavava a louça, ela me olhava como sem querer. Será que sentira minha alma chorando? Pela intensidade dos seus olhos arregalados, acho que sim. Mas eu não chorei, seria falso de mais. Depois continuo, Dicla, alguém nesse país tem que fazer algo que gosta. Lá vou eu com meu mapeiro analisar as curvas de nível de São Sebastião. Talvez de tarde eu volto para lhe contar como consegui dinheiro para comprar as cartas topográficas. Já lhe dissera, lembra? Só não mato, nem roubo; o resto que Deus me perdoe o que eu já nem sei mais se é pecado de tão gostoso que é.

P.S.: Dicla, sei que se encontra ocupadíssimo. Mas no espremido de um segundo, faz um carinho, me escreva. Não quero ter que me envolver nos braços homicidas do fulaninho para compensar o tua ausência.

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