16 de jun. de 2004



Sou extremamente cético em relação à celebrações. Vou tentar, eu disse tentar, incorporar o Stephen Dedalus e prestar muita atenção em tudo que será lido e comentado. Meu bloquinho de anotação vai junto, ele sempre me é fiel; muito diferente de uns-e-outros que jura me amar. Puta-que-los-pari!... Eu tinha que me lembrar do canalha. Um dia tão joyceano de muita névoa fria e úmida e eu me lembrando de uns olhos esverdeados semi-escondidos sob pálpebras inchadas. Balaclava nenhuma deveria ter sido usada para abafar o som das palavras. Que dificuldade a dele para dizer claramente eu-te-amo.

Enquanto tento arrancar esse post do teclado, meu pai -- que está lendo o jornal-- me diz que os gays são 10% da população na capital federal . Ok, paizinho! -"E os bissexuais? E o pessoal da Marinha? E os do Itamaraty? Sem contar os enrrustidos?" alertei-lhe. Se for feito um levantamento sério, chega-se a 50% da população. Eu não disse isso, só pensei. Mas não quero pensar em levantamentos estatísticos hoje, não hoje. A galera vai ter um Dedalus bem-humorado. Finíssimo nas palavras. Espero que percebam.

Mudando de assunto antes de partir, ontem os tambores do Olodum estiveram no campus da UnB. Nem vi, pois, alguém nesse país, ou melhor, cinco alguens tinham que apresentar um seminário sobre conservação de recursos hídricos. Quanto a isso, nada demais. Transparências, datashow... epa! Minimizar! Tem gente me rondando.

Fui no site do Inpe só para disfarçar e acabo de saber que hoje fez 13ºC. 13°C! E eu dormindo sozinho. Eu ainda mato o safado. Mato à facada, dessas de cortar pão. Vai ser um pouquinho complicado, mas extremamente prazeroso vê-lo assustado com a faquinha serrando a pontinha do calcanhar. Ninguém vai sentir falta de um torturador no armário. É o que não acredito. Mas tarde eu volto para revisar-te, texto, minha carona chegou.

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