22 de mai. de 2004

Dicla,

Só falta nevar aqui na capital. O Plano me sorri estranho. Estou quase me despregando dos alfinetes que me mantinham levitando sobre a mesa. Mesa de jantar. Mesa de cirurgia. As pernas caminham na direção que bem querem, em direção da saída. A médica me olha, voz grave, palavras mal articuladas. Traço meu histórico. Estúpida. Peço meu prontuário. Contra-argumentos versus argumentos.
Aceito fazer todos os exames, para lhe provar que a alimentação resolve meus problemas. Meu estômago me trai. O ronronar do mostro que trago dentro de mim faz a Dra. sorrir. Deita-se na cama. Decúbito dorsal, por favor. Sinto um tesão se escorrendo de mim. Signos específicos me alegram, porque conheço seus significados. O abdômem entregue as pressões dos dedos grossos da Dra., parece gostar. Deixo o consultório, levando a imagem do assistente. Por hoje, eu já havia recebido minha ração. O narrado não deveria ter sido evocado. Culpa dos antitussígenos auto-medicados. Quero ser pornográfico, mas sinto muito sono depois das 20h. Perdão, meu querido amigo, estou perdendo a forma. Sou capaz de sentir a vida se esvaindo pelos meus pôros. Tenho que te imprimir para que a princesa, trace seu parecer crítico. Sou desgraçadamente preguiçoso. E sinto vontade de vomitar sobre as margaridas lilás que me cercam. Dicla, depois continuo, aqui está muito sujo aqui na loja.

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