22 de mar. de 2004

Era como se eu tivesse sido pisoteado. Os berros me impediam de ouvir o curió cantando. O sangue me escorrendo pelo nariz, um filete escorrido até o queixo refletido no espelho. Detalhe, que faria toda diferença para mim. Se não bastasse o incidente, agora ele me obstruia a saída do banheiro. Em pé na porta, com o braço estendido, me oferecendo o lenço azul-marinho. Você também, pede. Eu não queria ter, ainda, que ouvir aqueles esses chiados. Me recordo da leitora dizendo que ele é alguém que eu gostaria de ter. Droga! Eu só faço merda nessa porra de vida. Posso imaginar os comentários, Marcinho, Marcinho, o que está acontecendo? Não aconteceu nada. Estou, apenas, tentanto colorir meu cotidiano nublado. Os vários tons de cinza não me dizem, absolutamente, nada. Mas, o filha-da-mãe sabe escolher uma gravata como ninguém. Ele aprendeu a viver com uma "corda" no pescoço. Eu não consigo conviver com essa coleira eletrônica. Isso é policiamento. (Que nada! É apenas um à-toa sem nada melhor para fazer. Ele acredita que escrever lhe trará clareza. Pode até ser, mas não no caso dele.)

O fato da remessa de rosas chá terem chegado quebradas, como se tivessem sido pisoteadas, me serviu de inspiração nesse texto. O mesmo é a mais pura ficção. Se vejo minhas mãos sujas de sangue, meu sangue, é apenas uma alucinação advinda da minha intolerência ao que me é necessário. (Voltar para substituir o verbo "ser".)

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