12 de mar. de 2004

Qual o motivo de se narrar o fato de se estar gripado ou o que seja? Ah, me lembrei. O Dr. Advogado me recomendou que tomasse conhaque, com limão e sal. Você não vai ficar melhor, mas também não irá mais senti-la. Todos riram entusiasmados. E a febre me rasgou a pele o dia todo. Vai tomar remédio, menino! Já estou medicado. Antes que me falassem o que não podia ouvir, alertei à todos: Não bebam nesse copo. Não peguem no telefone, tampouco no mouse. Estou febril. O vírus é altamente contagioso. Mantenham-se longe de mim. Ô doencinha mais sem status, viu. Na drogaria não havia máscara, mas antitérmicos não faltavam. Leva também vitamina C. Só não vou denunciá-los à vigilância sanitária, porque os considero demais. Sai da droga pedindo desculpas por derrubar um sabonete liquído . Queria uma caixa de lenços descartáveis. Não há coisa mais gostosa para um gripado do que uma caixa de lenços perfumados. Se você soubesse o quanto eles são caros, você não ia achar eles gostosos. Nem me importei com que acabara de ouvir. Era com esses lenços, que disfarçava minhas lágrimas. Meus encontros com a Dra. Psicóloga em nada se pareciam com sessões de psicoterapia. Ela me induzia a resignificar o meu papel de filho. Estaria até disposto, se me fosse simples encontrar minha mãe.

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